Mrs. Potter

Capítulo 26


Mrs. Potter

Capítulo 26

Os dias passavam como água corrente. Nem via direito. Eu já ia fazer VINTE E SEIS anos de vida! Estou ficando mais do que velha.

-Amor – ouvi um sussurro de uma voz familiar e doce no pé do meu ouvido.

Sorri contra o travesseiro e soltei um resmungo.

-Acorde, querida.

Abri os olhos e lá estava Harry segurando uma bandeja, James e Alvo ao lado. Na bandeja tinha um copo de suco de abóbora e um prato com duas torradas, no outro bacon e no outro, ovos mexidos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Feliz aniversário, mamãe – James falou e me abraçou.

-É, mamãe. Feliz aniversário – Alvo falou, e sorriu. Seus olhos verdes brilharam, me fazendo sorrir também.

-Ah! Obrigada, queridos – beijei o topo de suas cabeças e joguei as cobertas para o lado, indo levantar. Mas Harry pôs a mão em meu ombro e me jogou de volta para a cama.

-Café da manhã na cama, Gin – censurou.

-Não posso nem agradecer ao meu marido lindo?

-Pode. Aí, paradinha.

Revirei os olhos, sorrindo. Harry se inclinou e me beijou rapidamente.

James pegou um bacon e saiu correndo, levantando-o no alto e gritando de felicidade.

-Consegui! Ahá! Agora você vai me pagar o galeão que prometeu, papai! – fez ele, estendendo a outra mão que não segurava o bacon e rebolando. Minha nossa, isso porque ele tem dois anos.

-Certo, seu peste – Harry riu e revirou o bolso – Aqui, um galeão.

Os olhos de James brilharam enquanto recebia o primeiro galeão da vida e ele saiu correndo exclamando um "Uhul!". Fiz cara de indignação.

-Peraí, você apostou que meu próprio filho conseguisse furtar um bacon meu no dia do meu aniversário? – perguntei, erguendo as sobrancelhas a cada palavra.

-Bem... é. Sabe, divertir o menino.

-Eu disse ao papai que era errado – Alvo falou, com a mãozinha sobre a boca, tentando não rir.

Balancei a cabeça negativamente e fiz 'tsk tsk tsk'.

-Desculpe – pediu, sorrindo – Mas é para ele ficar quieto um pouco.

Depois do café da manhã, minha mãe apareceu, junto com meu pai. Eles me desejaram parabéns e ficaram para almoçar. Hermione e Rony também vieram e eles insistiram em fazer o almoço por conta própria.

Tá, só Hermione, já que Rony não sabe nem qual é o feitiço para ligar o fogão.

O almoço foi realmente muito gostoso. Mione e minha mãe fizeram de tudo. E também era incrível ver Rony comendo que nem um louco esfomeado na minha frente, segurando Rosa com uma mão.

O meu aniversário foi bem normal, depois disso. Harry, Alvo, James e eu saímos para andar por aí. Claro que Alvo e James brigaram na sorveteria. Era normal.

-Alvo, Alvo – falou James – Eu sou o mais velho por isso eu mereço um sorvete de duas bolas.

-O quê? Não! Eu também! Eu também! – resmungou.

-É James, os dois tem direitos iguais – disse eu, cansada.

-Viu? – Alvo fez, mostrando a língua.

-Ah, Alvo. Largue de ser infantil – murmurou meu filho de dois anos – Você não aguentaria um sorvete de duas bolas!

-Aguentia sim! – exclamou ele, tentando dizer "aguentaria".

Suspirei e Harry sorriu.

-Eles dão trabalho – falou – É normal.

-Se isso é normal, quero que nossos filhos sejam anormais.

Harry riu.

-É só uma fase. James está com ciúmes do Alvo...

-Epa! Estou escutando tudo que você diz, papai! E não estou com ciúmes dele! – exclamou James, agitando os braços, irritado.

Escolhemos os sorvetes iguais para eles não brigarem e todos ficaram felizes.

POV Harry

Estava no Ministério, no Quartel General dos Aurores, quando sou chamado, junto com Rony, para uma viajem.

-Hein? – fez Rony, assustado.

-Precisamos dos melhores aurores para ir aos Estados Unidos. O Ministério deles está precisando de reforços. Certamente você, Sr. Potter, chefe do Quartel General, irá convocar os melhores. E, com toda certeza, vocês dois irão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Certo – murmuraram os dois.

-Por quantos dias vamos ficar fora? – perguntei.

Ele deu uma risada sem emoção.

-Dias? Eles estão precisando de reforço. Nenhum país pediu reforço até agora. Ou porque são muito covardes ou porque a situação está preta mesmo.

-Não tem uma estimativa? – Rony perguntou e nós nos entreolhamos pensando provavelmente a mesma coisa. Hermione, Gina, Alvo, Rosa e James.

-Mais ou menos três meses.

Arregalamos os olhos.

-Olha, Sr. Johnson, o senhor vai ter que nos desculpar, mas temos crianças pequenas em casa... – falei.

-É. Bem pequenas.

-Ora, creio que vocês não vão morrer – disse ele, com calma.

-Mas... Mas...

-Não tem outra opção, rapazes. É o emprego de vocês. Ou vão, ou serão demitidos. Podem ir para as suas salas, me informem a decisão de vocês daqui à uma hora.

Nos levantamos e fomos para a nossa sala. Fechei a porta e me virei para encarar Rony.

-Cara – ele falou, depois de soltar um assobio baixo e lento – Que loucura.

-Pois é. Nem sei como vou falar para Gina...

-Acho que Hermione me deixaria dormir no sofá... – ele falou e pareceu se lembrar de uma coisa que o fez estremecer. – Rosa só tem um ano...

-Alvo também... Ah, cara. Não podemos perder o emprego, também.

Rony se jogou em sua cadeira e ficou olhando com os olhos arregalados para mim, como se esperasse uma ideia brilhante.

-Acho que teremos de aceitar – disse Rony, lentamente – Elas irão entender, não é? Afinal, é nosso trabalho.

-Imagino, e espero, que você esteja certo.

Suspiramos e ficamos imersos em pensamentos.

-Vamos aceitar – falei, por fim.

-Vamos – concordou.

POV Gina

Escrever para o Profeta Diário sobre Quadribol era o melhor emprego do mundo. Principalmente porque eu trabalhava em casa e poderia ficar com um olho nas crianças.

-Gina, cheguei – anunciou Harry.

-Já estou indo, querido. James, desça daí, Alvo, tire esse carrinho da boca.

Desci as escadas, com James e Alvo.

-Olá Harry – cumprimentei, beijando-o enquanto James fingia vomitar atrás de mim.

Harry parecia tenso, nem riu do fato do filho estar fazendo gracinha.

-Que foi? – perguntei, em tom baixo.

Ele piscou e sorriu de um jeito meio forçado.

-Nada, vamos jantar fora.

-Vamos! – falei, animada. – Garotos, vocês ouviram, vão se arrumar. Vão, vão!

Observamos eles correrem escada a cima, apostando corrida. Virei-me para Harry assim que Alvo desapareceu por completo.

-O que foi?

-Hein? – fez ele. – Nada. Achei que você iria gostar de jantar fora, mas então nós mudamos...

-Não isso. Por que você está tenso?

-Não estou tenso – Harry disse.

Observei-o atentamente. Eu não era burra, tinha algo errado rolando ali, mas ele não queria falar sobre. Havia convivido anos com ele, sei quando está mentindo.

-Então tá bom – falei lentamente – Vamos nos arrumar.

Chegamos no restaurante e pedimos a comida. Harry ria nervosamente sempre que James falava alguma coisa típica dele. Alvo questionava e eu ficava observando Harry.

-Vão lavar as mãozinhas, queridos. A comida já vai chegar. James, ajude seu irmão – murmurei e os dois foram correndo para o banheiro.

Encarei Harry nos lindos olhos cor de esmeralda.

-Eu sei que você tem um problema e... Por favor, não me diga que está me traindo – falei rapidamente, suspirando no fim.

Ele arregalou os olhos.

-Como é que é? Traindo você? Gina, nós temos dois filhos e somos casados. E isso não é o motivo que conta. Eu te amo como nunca amei ninguém. Dá onde tirou essa conclusão? – Harry disse com a mesma rapidez percebi que estava sendo sincero.

-Você está... estranho.

Ele suspirou e me encarou.

-Rony e eu vamos ser mandados a uma viagem para os Estados Unidos. Parece que a coisa está feia por lá. Bem, digamos que não será uma viagem curta...

Meus olhos se arregalaram e eu senti uma pontada de dor bem no meio do peito. Harry iria me abandonar.

-Harry...

-Olha, sei que ficou chateada, mas...

-Hey – falei, cortando-o – Não fiquei chateada. Só um pouco triste, já que você vai ficar fora por alguns meses. Hum, é coisa do trabalho e... Eu entendo. Mesmo.

Ele sorriu tristemente.

-Eu não queria...

-Tudo bem, já disse que entendo.

-Eu te amo, sabia?

-Sabia – sorri, beijando-o – Também te amo.

James e Alvo voltaram, discutindo alguma coisa.

Jantamos sem conversar direito. Harry parecia sem graça e eu havia ficado um tantinho triste. Fomos para casa logo depois.

-Quando será? – perguntei, depois de fechar a porta do quarto de Alvo.

-O quê?

-A sua viagem. Quando será? – repeti.

-Ah, bem, não sei direito. Daqui a uma semana, mais ou menos.

Suspirei pesadamente.

-Desculpe – ele falou ao ver a minha cara.

-Não, tudo bem. Eu vou, espero, aguentar tudo isso. Tenho de fazer isso, é o seu emprego. Vou aprender a conviver sabendo que você não é só meu.

-Gin, eu sou só seu. E é só uma viagem para o trabalho...

Abraçei-o, encostando a cabeça em seu peito.

-Promete para mim que enquanto estiver lá, irá mandar notícias todos os dias – murmurei.

-Prometo. Não vou esquecer vocês três nem por um segundo. Eu os amo.

-Também amamos você. Ah, Harry...

Ele ergueu minha cabeça.

-Hey, não fique assim – disse, num tom baixo – Odeio ter de te deixar triste. Mas é uma coisa importante. Não mais importante do que a minha família, mas importante.

Balancei a cabeça, negativamente.

-Eu sou uma ingênua. Fico aqui me remoendo, mas eu compreendo.

-Você não é uma ingênua, eu também ficaria assim se você tivesse de viajar por meses. Mas eu prometo que, quando chegar aqui, nós quatro iremos sair todos os dias.

-Certo – sorri – Bem, vamos dormir. Já está tarde.

-Quando vocês chegarem, irão ligar no tilofone – disse eu, enquanto o ajudava a levar as malas.

-Telefone – corrigiu – Sim, vamos.

-E se cuidarão. Não quero que você se machuque.

-Eu derrotei Lord Voldemort, achei que você teria mais confiança em mim – brincou Harry.

-E eu tenho, mas acha que não irei ficar preocupada?

Harry piscou para mim e se abaixou para ficar do tamanho dos meninos.

-Alvo, James, quero que não irritem sua mãe, ela já tem coisas o bastante com o quê se estressar.

James assentiu e bateu continência, Alvo sorriu.

-Claro, papai.

Harry suspirou e os abraçou.

-Vou sentir muita falta de vocês.

-Nós também.

Ele deu dois beijos no topo da cabeça deles e se levantou. Abracei-o, tentando esquecer o medo e a solidão que me abateria quando ele entrasse na lareira e murmurasse "Ministério da Magia – Londres".

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Eu te amo – sussurrei.

-Também te amo, e você sabe disso.

Ele se afastou e me beijou. Quando nos separamos, Harry pegou suas coisas e entrou na lareira, pegando um pouco do Pó de Flu, acenou para nós e disse:

-Ministério da Magia, Londres.

Com um barulho engraçado, Harry desapareceu, deixando as chamas solitárias.

-E agora, mamãe? – James indagou, observando a lareira.