Mrs. Potter
Capítulo 20
Mrs. Potter
Capítulo 20
Era isso. Eu estava grávida. Tudo bem, Harry e eu já temos três anos de casamento, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas isso é mais fácil de pensar do que de falar, tinha que contar a Harry.
Mas isso se tornava impossível. Além do medo, Harry sempre chegava feliz em casa e eu não queria estragar isso. Mesmo sabendo se ele gostaria ou não da notícia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Estávamos andando de mãos dadas, a alguns kilometros d'A Toca.
-Eu estive pensando – comentou Harry, enquanto entrávamos numa clareira – E eu não vi você tomando a pílula que sua mãe te deu.
Me segurei para não rir. Estávamos conversando sobre anticoncepcional e Harry estava a ponto de descobrir, mas...
-Tem que se prevenir. Não podemos deixar que... escape – ele falou divertido. Desviei os olhos para não demonstrar desapontamento. Imagine se eu tivesse falado? – Que foi?
-Hm, nada. Estava tentando lembrar onde os coloquei – murmurei. Agradecendo por viver com Fred e Jorge por vários anos, sabia contar mentiras sem rir ou nada do tipo, e eram bem convincentes.
Ele sorriu e voltamos a andar.
-Aqui está bom – falou. Ajoelhei-me, estendendo a toalha e colocando a cesta de piquenique em cima.
Me sentei ao seu lado, encostando-me em seu peito enquanto nós observávamos o sol sumir pelas árvores que nos cercavam. Harry tirou a varinha do bolso e logo estávamos envoltos por várias velas flutuantes.
-Sabia que hoje faz quatro anos? – perguntei, virando-me para encará-lo.
-De casamento? É, eu me lembrei – ele remexeu no bolso e tirou dois retângulos de papel.
Peguei-os e logo vi que eram entradas para algum baile à fantasia. Ri.
-Você não acha que estamos velhos demais para bailes à fantasia? – perguntei, rindo.
-Você tem 24 anos e eu 25. Não somos velhos! Ainda nem temos filhos.
Fiquei com o olhar vago e ele percebeu.
-Que foi, Gina?
-Hã? É... Nada.
-Você está fazendo de novo.
-Fazendo o quê? – perguntei, disfarçando enquanto mexia na cesta do piquenique.
-Está fugindo do assunto. Toda vez que menciono... filhos – ele me olhou e eu retribui o olhar, sem expressão. – Gina, você não está...?
-Não, pff, claro que não – ri trêmula e peguei os dois pedaços (enormes) de pudim e lhe ofereci, porém, Harry ficou parado, me olhando.
-Está mentindo – concluiu. – Você está grávida!
Suspirei sorrindo e não evitei passar a mão pela minha barriga, olhando-a como se tivesse pintada de ouro.
Harry se levantou e deu um urro feliz, me abraçando e me beijando, em seguida à minha barriga. Não evitei nem tentei evitar as lágrimas.
-Por que não me disse antes? – perguntou ele, sorrindo tanto que era capaz de rasgar as bochechas.
-Porque você disse que não queria filhos e eu fiquei preocupada – falei, sem sorrir.
-Eu não disse isso! – se defendeu, pegando duas taças e uma garrafa de vinho (trouxa).
-Mas deu a entender. E eu não queria que você se aborrecesse...
-Gina! Já fazem quatro anos, você tinha que saber! Qualquer coisa que você faça eu a apoiarei. Eu te amo e nunca deixarei de amar. E com um filho meu em sua barriga? Não tem nenhum presente melhor de casamento! Amo você, e nosso futuro filho.
-Ou filha – retruquei, me aninhando em seus braços.
-Ou filha – concordou. – Mas se for menino...
-Vamos decidir isso depois – falei rindo.
-Certo. Quantas semanas?
-Três – respondi suspirando alegremente.
-E por que não me contou antes? – perguntou ele de novo, indignado.
-Fiquei com medo de sua reação. Mas foi estúpido de minha parte.
Harry sorriu e beijou o topo de minha cabeça e me estendeu uma taça de vinho.
-Não posso – falei, recusando a taça sorrindo.
-Um pouquinho só, para brindarmos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Aceitei a taça revirando os olhos.
-A nós? – perguntei.
-A nós, e ao James Sirius – falou.
-James Sirius?
-O nosso filho. – respondeu Harry – Sabe, em homenagem...
-Certo. Ao James Sirius!
Brindamos e eu beberiquei a taça levemente, depois a deixei de lado.
-Quem sabe? – perguntou ele depois de um tempo.
-Do quê? De James? – apontei para a barriga.
-É.
-Mione e minha mãe. Provavelmente o Rony sabe.
Harry se levantou.
-Que foi? – perguntei.
-Temos que contar a todos! É meu filho! – ele falou, igualzinho a um pai babão.
Me levantei rindo enquanto Harry guardava as coisas e pegava a cesta. Voltamos para A Toca de mãos dadas e conversando sobre nosso filho.
Chegamos quando a lua já brilhava no céu.
-Mãe? Pai? Família! – chamei quando chegamos.
Minha mãe estava cozinhando, com Mione, meu pai conversando com Rony, Jorge estava com Angelina no sofá, Teddy estava correndo pela casa com o carrinho que Harry lhe dera, agora o garoto tinha 7 anos. Fleur e Gui também estavam lá e tinham deixado Victorie correr atrás de Teddy, brincando.
Todos foram para a sala. Minha mãe e Mione sorriram para nós.
-Temos algo a declarar – falei e apertei a mão de Harry.
Eles olharam apreensivos para nós, Teddy correu em nossa direção e Harry o pegou no colo.
-Estou grávida – anunciei.
A reação deles foi bem a que eu imaginei. Falando ao mesmo tempo, sorrindo e dando parabéns a nós dois.
-Tia Gina está grávida? – perguntou Teddy.
-Estou, querido – respondi.
-Por que a tia Gina ficou grávida?
Harry e eu nos entreolhamos.
-Hã... Aconteceu – falei, lançando um olhar para Harry, que assentiu.
-Quando adultos se amam... er... – meu marido se calou, e Teddy franziu a testa. – Por que você não vai mostrar para Vickie o quanto seu carrinho é legal?
-Boa ideia!
Harry o colocou no chão, que correu para a garotinha loira.
-Crianças – falei, apoiando a cabeça no ombro dele.
-Crianças... – concordou – Pronta para ter uma? Cuidar de uma? Acordar de noite para vê-la e fazê-la parar de chorar?
Fechei a cara.
-Você está me aborrecendo em questão ao nosso filho.
Harry riu.
-Mas você não desistirá.
-Não, é claro que não – falei e nós sorrimos e nos beijamos.
Depois de um jantar, aparatamos para casa.
Subi as escadas, com Harry logo atrás. Mas ao em vez de ir para o nosso quarto, fui para o quarto ao lado e parei à soleira da porta, suspirando.
Senti duas mãos enlaçarem minha cintura e me abraçar por trás.
-Esse quarto vai ficar lindo quando o arrumarmos. – comentou Harry, apoiando a cabeça na minha.
-Vai sim.
Ficamos em silêncio por algum tempo.
-Hum, Gina? – chamou.
-Sim?
-E o seu emprego? Sabe, não vai conseguir cuidar de James Sirius depois que receber alta se estiver no Harpias...
-Não tinha pensado nisso – me virei, apoiando a cabeça em seu peito. – Vou achar alguma coisa.
-Vamos – corrigiu – Eu irei te ajudar.
-Você é um ótimo marido. Eu não mereço tanto – comentei, sorrindo.
-Não mesmo, merece mais.
________________________________________________________________
Eu, Gina Potter, estava sentada no sofá de casa, mudando os canais da TV bruxa, completamente entediada. Hora ou outra eu mudava desconfortavelmente de lugar no sofá. Cara, como é um saco ficar sem trabalhar!
Mas, é claro, tinha um motivo. Sorri, olhando para a minha barriguinha (que mais parecia um melão) de quase nove meses.
Com bastante força, me levantei do sofá e fui andando lentamente até a cozinha, pegando algo para comer.
-Bom dia, Gina.
Acenei com a cabeça para Hermione, que vinha me ajudar todos os dias depois do trabalho, enquanto Harry era obrigado a fazer plantão.
-Como vai meu afilhado?
-Me deixa enjoada, não para quieto, e me deixa louca por eu ter que ficar de molho em casa. Ou seja, normal – sorri.
Não sei se era normal de qualquer bebê ficar se mexendo e remexendo 24 horas por dia ou se James tinha realmente algum problema de ficar parado. Rezei para que fosse a primeira opção.
-Ah Gi, por que reclama tanto? Eu tenho certeza de que você vai retirar as palavras quando este pequenino nascer.
Mione deu um tapinha leve em minha barriga.
-Agora, acho bom você descansar. Harry disse que chegará tarde.
-Mas ainda são – olhei no relógio de pulso que peguei de Harry – Oito horas! Não vou me deitar às oito horas!
Hermione revirou os olhos para disfarçar o medo. É meu bem, humor de grávida é assim mesmo, como o de mulher em TPM.
-Você vai tomar um banho e vai se deitar. – ordenou ela, com um olhar severo estranhamente conhecido dos tempos de escola, Profa. McGonagall.
-Tá bom – resmunguei.
Juntas, Mione me ajudou a subir as escadas. Malditas escadas que eu tinha que subir todo santo dia!
Finalmente, chegando ao segundo andar, fomos até o meu quarto e de Harry, onde tomei banho e fui para cama, adormecendo logo em seguida.
Os dias de grávida com toda certeza não eram os melhores. Eu acordava de noite, pois James Sirius estava se remexendo e me deixando enjoada, que me levava ao banheiro.
Uma noite de trovoada, e este pestinha acorda de novo. Suspirei enquanto movia os pés para fora da cama e os enfiava aos meus chinelinhos confortáveis.
Me arrastei para o banheiro, segurando a barriga que estava mais pesada que o normal. Observei-me no espelho. Enormes bolsas pretas se encontravam embaixo de meus olhos e eu aparentava bem mais que 24 anos.
Então senti algo diferente dentro de mim. Algo estranhamente dolorido, o que me fez soltar um berro que acordou a todos.
-Gina? – chamou Harry, sonolento e preocupado, correndo para o banheiro.
-Harry, eu... – outra contração. Gritei novamente, me apoiando na bancada da pia. – A bolsa estourou, Harry! A bolsa estourou!
Ele arregalou os olhos.
-Pegue a minha mala do hospital! Rápi... – outra contração. A vista embaçava.
O vi fazer movimentos com a varinha e pegar o velho espelho quebrado na mesinha de cabeceira.
-Rony! Mione! Acordem! É Gina! – berrava ele. – Vou leva-la ao St. Mungus! Rony, avise a todos n'A Toca. Mione, apareça aqui...
Não deram alguns segundos e Hermione tinha aparatado no meio do quarto, de camisola e um hobby por cima.
-Harry, leve-a para o carro e eu pego a mala. Rápido! – exclamou ela, ao me ver gritar e contorcer novamente.
Senti braços me envolvendo e me levantando do chão. E logo Harry estava correndo comigo para o carro dele.
Mione vinha correndo atrás, abriu a porta do carro, me deixaram ali no banco de trás. Colocaram a bagagem no porta-malas. Harry e Mione entraram no carro e correram comigo ao St. Mungus.
Logo, arranjaram uma cadeira de rodas e estávamos em alta velocidade ao patamar do hospital. Respirei e inspirei milhões de vezes, enquanto as dores se tornaram mais fortes.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Nem prestei atenção na conversa de Harry e Mione com a curandeira.
-Trabalho de parto! Trabalho de parto!
Fui colocada em uma maca e levada a uma sala. Vários curandeiros entraram e começaram a trabalhar. E não vi mais nada, pois desmaiei.
Quando acordei, estava tudo claro lá fora, o sol entrava pela janela e dava um ar de verão. Pisquei algumas vezes e olhei em volta. Harry estava cochilando (com os óculos) na cadeira ao lado da minha cama, Mione em outra cadeira, apoiada nele e os dois dormiam pesadamente.
Cutuquei Harry na cabeça levemente. Ele abriu os olhos.
-Gina! – exclamou e se levantou, fazendo Mione quase cair, e esta acordou também.
-Oh, Gina! – ela sorriu e me abraçou – Vou deixa-los sozinhos. A família toda está no corredor – ela apontou para a porta, sorrindo – Vou avisá-los que você acordou.
Mione saiu e Harry sorriu para mim.
-Você é mãe – sussurrou em meu ouvido, fazendo um sorriso aparecer.
-Aonde ele está? – exclamei, me sentando abruptamente.
-Gina! Deite-se de novo – ordenou e eu obedeci – Disseram que o trariam quando você acordasse.
Nesse minuto, uma curandeira entrou na sala, com um embrulhinho nos braços, sorrindo.
-Ele é uma gracinha – falou ela, me passando James Sirius. Meu filho dormia levemente em mus braços. Tinha cabelinhos espetadinhos iguaizinhos ao de Harry.
-Olhe! Ele é igual a você – sussurrei sorrindo, para Harry.
Limpei as lágrimas que desciam por nossos rostos e sorri, beijando-o.
-Você é pai – falei.
Harry passou os braços por nossa volta, como um abraço em família. Ficamos observando James dormir gostosamente, envolto em sua mantinha branca com azul (que eu havia comprado).
Abriram a porta devagarzinho. Era minha mãe e meu pai.
-Gina, querida! – exclamou ela, vindo até nós. – Ah, que coisa linda de netinho!
Conversamos alguns minutos e eles foram, deixando Rony e Mione entrarem. Rony parecia que estivera tentando arrancar os próprios cabelos durante a noite.
-Gina! Que bom que você acordou!
Levei o dedo aos lábios, indicando James (agora no colo de Harry) com a cabeça.
Eles se aproximaram e nós ficamos conversando por algum tempo.
Depois de todos da família terem entrado e visto James Sirius, a curandeira os expulsou, dizendo que era para mim descansar. Apenas Harry ficou, James foi mandado para a maternidade, para receber os cuidados de um bebê recém-nascido.
-Ele é lindo – comentei, dando espaço para Harry se sentar na cama do hospital.
-É sim.
-Agora tudo vai mudar, não vai? – perguntei.
-Vai sim – sorriu e beijou minha testa.
Ficamos em silêncio por um momento, sorrindo.
-Se você quiser, pode ir para casa. Sei que está cansado...
-Eu vou ficar, Gi.
-Não vai ter muito que fazer. Deram-me um feitiço para dormir e eu... – bocejei – estou ficando com sono.
-Durma. Bons sonhos – falou, dando um beijo doce em minha bochecha, enquanto meus olhos ficaram pesados e eu adormeci.
Fale com o autor