He Could Be The One.

Visita Inesperada.


Minha expressão relaxou e ao mesmo tempo se contraiu quando percebi quem era.

- Boa noite, Nick. Algum problema?

Ele parecia um pouco tenso e percebi que não veio sozinho.

- Er, Miley você se importaria se ficássemos aqui com você até meus pais chegarem? Não gostamos de ficar sozinhos em casa.

Eu assenti com a cabeça e assim que fechei a porta, virei-me na direção dos três e perguntei:

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- O que aconteceu com todos os pais? Estou sozinha também. Eles foram fazer sei lá o quê.

Os três silenciaram, parecendo nitidamente envergonhados pela a situação.

- Ah, qual é! Não fiquem assim, faz parte. Eu também detesto ficar sozinha em casa, e adorei a presença de todos vocês.

Espiei pelo o ombro de Nick e percebi que Kevin havia dado algumas cotoveladas nele, o incentivando a falar.

- Bem, é muita gentileza de sua parte nos deixar ficar um pouco aqui, Miley.

Tá, eu queria que ele tivesse dito aquilo de forma natural e com aquele sorriso que me deixava totalmente débil. Mas não, parecia mais um palavrão que ele foi forçado a dizer, quando alguém fala: Ah, você não fala palavrões, ou coisa do tipo.

- Imagina! – Acho que eles perceberam meu falso entusiasmo, então, mudei drasticamente de assunto, tentando me concentrar em algo de divertido para fazer com eles.

- Vamos assistir alguns filmes? Tenho a série in-tei-ri-nha do Star Wars aqui na estante.

Mas parecia que não era exclusivo meu o falso entusiasmo. Nenhum deles falou nada, apenas me observavam como se eu fosse uma anomalia. O que não deixava de ser verdade.

Sorri para eles, e olhei para a cozinha.

E se eu cozinhar para os garotos? Pensei. Não! Se eu fizer isso, das duas uma: 1) Ou eu gero uma nova espécie de mutação na minha cozinha 2) Os três voltam pra casa com uma bela dor de barriga e Nick nunca mais iria querer PENSAR casar comigo. Casar? Credo.

Fui até o fogão e abri o forno. Lasanha. Que ótimo, uma comida prática e fácil de digerir. Só esperava que eles gostassem.

- Vamos comer, garotos! – eu disse. Desta vez eu estava soando verdadeiramente entusiasmada, pois meu estômago havia começado a reclamar assim que pus os pratos na mesa.

Eles comeram e pareciam gostar do prato. Quando eu disse eles me referi à Kevin e Jonas. Nick parecia estar fitando um bolo de carne moída mal passada.

- Algum problema Nick?

Ele tirou seus olhos – lindos – do prato e pousou-os nos meus. Por um momento esqueci o que havia perguntado, quando ele respondeu calorosamente:

- Ahn, não. Eu não gosto de Lasanha. Só isso.

Meu estômago revirou e eu senti vontade de correr e implorar nos seus pés que me perdoasse por lhe oferecer algo que não era de sua preferência. Caramba, eu gostava dele!

- Você poderia ter me dito – minha voz soou mais despreocupada do que eu queria mostrar.

- Ele tem diabetes, e hoje passou muito mal. Por isso está revirando o prato.

Tentei controlar o máximo minha expressão para não assustar o(s) garoto(s). Ele tinha diabetes? Claro, esse não é o tipo de pergunta que se faz para alguém, por isso nunca fiquei sabendo. Mas, porque ele não me falou?

- Ahn, Nick me desculpe. Eu não sabia, juro que se soub…

-… Eu não culpo você. Não se preocupe. Acontece, e eu não pretendia contar isso a ninguém até começar o tratamento. – Ele falou fuzilando Kevin com os olhos, provocando medo até em mim.

- Bem, quanto à isso, não se preocupe. Eu não contarei à ninguém, a não ser que você queira.

Ele sorriu para mim gentilmente, e eu achei que não fosse conseguir ficar de pé novamente com os meus joelhos fraquejando.

Terminamos de jantar, e assistimos um filme chato que estava passando na TV.

Eu estava sentada na ponta do sofá, perto de Nick. Meu Deus, me sentia completamente desconfortável com aquele silêncio.

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O telefone do meu quarto tocou, e eu tive que deixá-los na sala por um instante, para atender.

- Alô?

- Oi filha! A família Jonas está aí?

Meu coração começou a palpitar aceleradamente. Será que ela ficaria irada da vida se soubesse que eu estava sozinha com três garotos? Eu espero que não. Minha mãe me conhece o suficiente para não se preocupar, com relação à isso.

- Filha?

- Ahn, eles estão aqui sim mãe, por que?

- Você já soube do problema do Nick?

- Sim, eles me contaram.

- Então, como os pais deles estão viajando, assim como nós, resolvemos deixar eles dormirem aí com você, para não se sentirem sozinhos. O que você acha?

No mesmo instante pensei em gritar: O que eu acho?! Eu acho uma ótima ideia, já que eu tenho uma ligeira queda pelo o Nick e não seria nada mal se ele me visse acordando de manhã toda despenteada e com a cara digna de quem levou uma patada de cavalo!

Contei até 10. Essa coisa realmente funciona.

- Tudo bem, mãe.

- Nós voltaremos amanhã por volta das 5h. Se cuide.

- Você também.

Desci as escadas com a sensação de carregar uma bomba na garganta. Será que eles gostariam de dormir aqui? Poxa, eles eram como meus irmãos mais velhos, e eu amava todos eles. Respirei fundo e disse, sem rodeios:

- Vocês todos querem dormir aqui? Olha eu tenho um quarto de hóspedes lá em cima, livre com 2 camas. Ou seja, se um de vocês aceitar a condição de dormir em um colchão, não teremos problemas com isso.

Os três me olharam com a famosa expressão “olha o esquilo anormal aí”.

- Então? – Bati meu pé no chão impaciente. Eu não tinha a tranquilidade daqueles três. E isso me irritava um tanto.

- Não acho uma boa ideia – Ótimo. Nick não me veria acordar de manhã em um estado deprimente como todos os dias. Ótimo. – Nick precisa voltar para casa, e nós cuidaremos bem dele.

- Eu sei me cuidar sozinho – ele disse rebatendo Jonas. Nick sabia como provocar medo em alguém, Jesus.

- Então, tudo bem.

Os três se levantaram do sofá, e estenderam a mão, o que eu entendi perfeitamente como Nós finalmente vamos embora.

Apertei a mão de cada um, e os acompanhei até a porta.

Assim que todos saíram, subi para o meu quarto, vesti meu pijama e chequei o relógio.

21:39h da noite. Leslie ainda estaria acordada? Resolvi deixar para falar com ela no dia seguinte, pois cogitei a possibilidade de ela ter tomado mais outra ‘tacada’ de remédios e estar descansando.

Me deitei, mas infelizmente não consegui dormir. Droga, eu deveria tê-los recebido melhor. Não, eu não queria aqueles três dormindo na minha casa, mas eu devia ter feito sei lá o quê, para amenizar aquele clima de “Nick Doente Não Pode Comer Lasanha”. Aquilo foi a gota d’água. Com certeza.

Finalmente adormeci e consegui esquecer aquele constrangimento terrível.