O Nosso Segredo

CAPITULO 2: IF WALLS COULD TALK


Assim que Naruto desapareceu ao virar a esquina, eu fechei a cortina e girei os calcanhares. Mais uma vez eu me vi sozinha naquela casa enorme a qual eu pouco usufruía por inteiro. A maior parte do tempo, eu me dividia entre a cozinha e o meu quarto que ficava ao lado do quarto do Naruto no piso superior, na frente do meu quarto estava o quarto que um dia pertencera aos meus pais que ficava com a porta fechada todo o tempo.

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Caminhei até cozinha para guardar a comida do jantar.

- Talvez ele como quando voltar.

Ao terminar de colocar a louça na pia, eu via um farol iluminando a janela da sala. Eu conhecia muito o barulho daquele motor e a buzina.

- Sasuke...

Meu noivo finalmente chegara montada em sua moto Harley-Davidson, isso porque os príncipes modernos não andam em cavalos brancos, eles preferem potentes e luxuosas máquinas. Eu ajeitei meu cabelo e fui até a porta da sala para recebê-lo.

- Olá Sasuke – saudei-o abrindo a porta.

Jaqueta e calça de couro na cor preta, botas, luvas e capacete; Sasuke não saia com sua moto se não estivesse trajando o caríssimo uniforme.

- Hey Sakura. Onde está o seu irmão?

Sasuke veio até perto de mim.

- O Naruto saiu.

A expressão torta dele mostrava seu desagrado pela notícia.

- OK. Eu o vejo amanhã no treino.

Sasuke girou os calcanhares e voltou a colocar o capacete.

- Tchau Sakura – ele se despediu de mim enquanto ligava sua moto.

Eu apenas acenei e fingi sorrir. Não adiantava reclamar, o Sasuke era esse tipo de homem insensível e eu o aceitava daquela maneira porque eu não queria ficar sozinha. Não, eu o aceitava porque no passado o Sasuke foi o homem que mais eu amei, ele era o homem por quem eu teria dado a minha própria vida.

Fechei a porta da sala. O vento frio da noite tocou meus braços desnudos fazendo meus pelos eriçarem, estava começando a esfriar e não seria bom se eu ficasse ali com apenas um vestido de alça; ainda que eu estivesse trajando um lindo vestido azul de alças finas.

Subi para o meu quarto. Eu adorava aquele lugar que era bem confortável, apesar de não ter muitos móveis. Eu apenas tinha uma cama, uma mesinha quadrada próximo à janela e um grande guarda-roupa que ocupava quase que uma parede inteira, porém todos os móveis eram de madeira de jacarandá num design estilo colonial. O meu quarto se contrastava com de mais cômodos da casa que tinham móveis mais modernos.

Acendi a luz e fui até o espelho enorme que ficava na parte restante da parede que o guarda-roupa não ocupava.

- De que adianta um belo vestido, se nem o Naruto e nem o Sasuke olham para mim como uma mulher.

Eu me sentia como sendo “aquela com quem se pode ficar junto no ciclo social”, não era como as mulheres sensuais das capas das revistas e da televisão; eu era comum demais. Eu não usava vestidos extravagantes e nem sapatos de saltos muito altos, não ia ao cabeleireiro a cada dois dias, não usava muita maquiagem e tampouco fazia tratamentos estéticos; meu único luxo era arrumar a unha e manter o meu cabelo rosado na altura do ombro.

Vi atrás de mim a cortina de voal verde balançando ao ritmo do vento.

Dirigi-me a janela e abri uma pequena fresta, olhei para o céu e vi a lua imperando na noite sem estrelas. Talvez se eu fosse poetisa, eu escreveria que a luz do luar iluminava a escuridão da noite, assim como o meu amor por Naruto iluminava o meu coração. No entanto, se eu escrevesse esse tipo de coisa, eu terminaria por amassar o papel e jogá-lo no lixo porque acharia ridículo demais.

Achei que ficar ali parada olhando para o luar era deprimente demais, e por isso eu decidi ligar o meu note que ficava sobre a mesinha. Verifiquei rapidamente meus emails, mas não abri nenhum; acionei o comando da playlist automática, porém, ao mesmo tempo, que fiz isso, eu desisti de ouvir música e acabei fechando a tampa do note.

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Retirei a roupa e joguei-a num cesto de vime que ficava ao lado da mesinha. Achei que seria melhor eu tomar um banho para acalmar meu corpo que estava muito agitado.

O banho de ducha com água quente me ajudou a relaxar. Eu saí do chuveiro e me enrolei em uma toalha, voltei para o quarto, peguei no meu guarda-roupa a minha camisola de seda de cor marinho e a vesti. Deitei na cama.

Esperei que o sono viesse,mas ele não veio. Minha cabeça doía por causa do turbilhão de pensamentos e sentimentos. Eu não podia dormir enquanto o Naruto não voltasse, e apesar de morar em um bairro tranquilo, eu estava preocupada que num desses acasos da vida, alguma coisa acontecesse com ele.

- Droga! -praguejei por não ser capaz de dormir.

Levantei-me, vesti o meu hobby de seda de cor marinho e olhei no celular a hora no celular, vi que já era começo de madrugada.

-Aonde ele foi?

Saí no corredor e ao passar pelo quarto verifiquei se ele já havia chegado. Nada. A mala continuava ao lado da cama, onde fora jogada, e a colcha estava um pouco enrodilhada. Resolvi descer e esperá-lo.

Desci os degraus sem me segurar no corrimão, tantos anos morando naquela casa fez com que eu conhecesse cada centímetro dela.

A sala estava envolta na penumbra, e eu pensei em esticar a minha mão até o interruptor que havia aos pés da escada para acender a luz, porém não o fiz.

O piso frio da sala fez o meu corpo tremer, eu sentei-me no sofá e dobrei as pernas para trás. Fiquei olhando a enorme janela da sala encoberta pela cortina se movia lentamente por causa do vento que entrava pelas frestas. Sem que eu permitisse, Morpheu me levou para o mundo dos sonhos.

Despertei apenas quando senti meu corpo sendo erguido. Ao abrir os olhos, eu vi Naruto me tomando em seus braços.

- Naruto...

Pensei em perguntar como ele havia entrado, e se ele ainda conservava a chave de nossa casa, porém eu nada falei.

Eu tentei descer dos braços dele, mas devido a sonolência, eu estava descoordenada demais para realizar tal movimento.

- Eu te levo para o seu quarto.

Aos poucos eu despertava por completo.

- Onde você estava?

- Eu fui andar por aí – respondeu ele simplesmente fazendo pouco caso.

- Eu fiquei preocupada, seu idiota. Nunca mais faça esse tipo de coisa...

Naruto riu da minha bronca e isso me fez ficar mais irritada.

- Não zombe de mim... Só porque eu gosto de você...

Eu recostei minha cabeça no ombro dele e fechei os meus olhos.

Tomando cuidado para não me derrubar e nem me machucar, Naruto me levou até o meu quarto e me colocou sobre a cama. No momento em que ele me soltou, eu agarrei sua jaqueta, abri meus olhos e me sentei na cama.

- Fica comigo essa noite.

- Sakura, não...

- Só por essa noite, esqueça o mundo fora dessas paredes... – meus olhos umedeceram.

- Não é certo deixar isso acontecer novamente.

Eu comecei a desdenhar.

- Não é certo, não podemos, não é assim, é errado... Por que você tem que ficar bancando o senhor certinho na minha frente? - eu soltei a jaqueta e subi meu tom de voz – Transar comigo é tão mais errado do que me beijar e me amar em segredo?

Parado ao lado da minha cama, Naruto estava perplexo com minhas palavras tão coléricas. Eu encolhi minhas pernas até encostar meus joelhos em meu peito, e continuei falando sem olhá-lo.

- Eu sei que não posso ter você para sempre. Por isso eu quero ficar com você o quanto for possível...

Com um olhar triste e cheio de pesar, Naruto sentou-se na cama ao meu lado e virou a cabeça para trás.

- Sakura, eu também quero ficar com você.

Num movimento inesperado de minha parte, ele passou seu braço por trás de minha cintura e me puxou para junto de seu corpo, seus lábios capturam os meus num beijo ardente bem diferente daquele beijo que havíamos trocado na sala.

Eu o conhecia melhor do que ninguém, e nem os anos longe o fizeram mudar. Era característico de sua personalidade ocultar com palavras o que sentia, quando pensava que o que diria poderia ferir alguém, e num momento de explosão deixar transparecer seus sentimentos de forma intensa. E naquela noite do nosso reencontro, não foi diferente.

Nossas mãos cúmplices do desejo de nossos corpos se movimentavam como exploradoras do corpo do outro. Agarrando nas beiradas da jaqueta aberta de Naruto, eu a puxei para trás e ele a tirou. As mãos dele se prenderam em meus braços e puxaram as mangas do meu hobby para baixo, meu ombro ficou desnudo e nessa hora ele colou seus lábios em meu ombro direito. Eu respirei fundo tentando acalmar um pouco as batidas rápidas de meu coração que começam a me fazer ter falta de ar.

- Vamos para o seu quarto – eu pedi.

- Por que? – ele me perguntou confuso por meu pedido.

No instante seguinte, antes mesmo de me dar tempo para responder, Naruto me pegou no colo como uma criança e eu passei minhas pernas por sua cintura, ele me segurou pelas pernas e me levou até o seu quarto.

Acredito que Naruto não tenha esperado por minha resposta, porque pensou que eu diria que eu não queria fazer amor com ele na mesma cama onde eu havia me deitado com Sasuke, embora não fosse essa a resposta que eu daria a sua pergunta. Eu provavelmente teria lhe contado que queria que fizéssemos amor na cama dele porque era lá que eu passara muitas noites tentando sentir o cheiro dele para que eu assim eu o imaginasse perto de mim. A mim não me importava quantos homens haviam dormido comigo em minha cama, porque em meu coração eu sabia que o único que eu amaria seria ele.

A soleira da porta do quarto, nós voltamos a nos beijar ardentemente. Naruto sentou-se na cama me deixando sentada em suas pernas. Interrompi o beijo e espalmei minha mão em seu peito, empurrei-o para trás fazendo cair deitado sobre o colchão macio.

Deite-me sobre seu tronco, e ele tomou meus lábios à força entre os dele. Aquele beijo era diferente daquele que havíamos trocado na sala.

A paixão tão ardente que estava havia entre nós queimava nossos corpos. E eu desejava que o inferno de chamas jamais terminasse.

Suas mãos cálidas e fortes percorreram meu tronco até pararem em minhas coxas, fazendo um movimento para cima, ele puxou a minha camisola que se ergueu até a cintura.

As mãos dele em minha cintura seguravam-me com tanta força que pareciam querer me impedir de fugir.

Tombei a cabeça para trás e assim rompi o beijo. Espalmei minhas mãos sobre seu peito e voltei a me sentar, meus cabelos caíram para frente cobrindo parcialmente meu rosto. Ele começou a rir.

Puxei a camiseta dele um pouco para cima e deixei seu abdômen desnudo. Como resultado de um árduo treinamento que ele estava fazendo no Canadá, seu abdômen estava mais musculoso e definido. Beijei-lhe um pouco acima do umbigo, e as mãos dele que seguravam minha cintura cederam a pressão.

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Eu endireitei minha coluna e com o movimento, Naruto soltou-me. Eu tirei a camisola e joguei-a para trás. Meus seios rígidos ficaram a mostra, restava-me apenas a calcinha de renda preta. Eu vi que ele ficou sem graça ao ver a silhueta de meu corpo em meio a penumbra, e confesso que eu também estava bem corada; apesar do que sentíamos, a situação para nós era ainda constrangedora.

Naruto voltou a sentar-se e antes que eu lhe pedisse, ele tirou a camisa jogando-a a um lado da cama. Eu inclinei meu corpo para frente e agarrei sua cabeça colocando minhas mãos uma de lado de suas bochechas.

- Eu senti sua falta – eu sussurrei.

Seus fortes braços enlaçaram minha cintura e me trouxeram para mais perto do corpo dele. Os lábios dele se colaram no espaço entre os seios, e Naruto começou a me beijar traçando um caminho de beijos até o bico de meu seio esquerdo. Um arrepio percorreu meu corpo.

Aos poucos o prazer ia tomando conta de meu corpo e eu sentia que ia perdendo o controle para os meus desejos. Girando o meu corpo, Naruto me tombou na cama, eu fechei meus olhos e esperei que ele viesse. A demora a tocar em minha pele fez-me imaginar que ele estava tirando a calça, e num movimento desajeitado, quase cômico, eu tirei a minha calcinha.

Nenhuma peça de roupa restava em nossos corpos e Naruto voltou a deitar-se sobre mim. A cama de solteiro nos proporcionava pouco espaço físico, no entanto, estava bom daquele jeito. O lençol e o travesseiro tinham o cheiro da colônia que ele usava e isso me excitava mais.

- Sakura...

Suas cálidas mãos suadas percorreram nervosamente meu corpo que ficara inerte aos toques.

Involuntariamente, talvez numa reação natural, minhas pernas se abriram e eu o senti me penetrando com cuidado. Vivíamos o clímax da paixão, e eu acabei gozando, pouco tempo depois foi a vez dele. Meu corpo relaxou depois do momento e minha cabeça ficou um pouco zonza.

Deitei-me de lado e Naruto se deitou na mesma posição atrás de mim. Antes de se deitar, ele me cobriu com o cobertor que estava dobrado no fundo da cama.

Passando a mão por sobre minha cintura, ele me trouxe para mais junto de seu corpo.

- Sakura, eu te amo.

- Eu também te amo.

Senti um beijo cálido no meio de minhas costas.

O cansaço me venceu e eu acabei adormecendo envolvida pelo braço de Naruto.

O amanhecer veio antes do que eu desejava. Tomando cuidado para não despertar o Naruto, eu me levantei em ponta de pé e vesti a minha camisola que havia ficado jogada no chão. Fui para o meu quarto para que eu pudesse tomar um banho e me vestir, pois logo eu teria que ir trabalhar. Pensei também que seria bom preparar o café da manhã para que nós pudéssemos o tomar juntos.

A luz do sol atravessava a cortina e ilumina o quarto. Eu vi que o note, que estava sobre a mesinha perto da janela, piscava uma luz intermitente; eu o havia esquecido em modo stand-by. Abri a tampa e logo o sistema voltou a funcionar, a minha playlist deixada no modo automático começou a ser reproduzida. Na posição #1 estava uma música da Celine Dion.

Can you keep a secret?

(Você pode guardar um segredo?)

Fiquei olhando para o player enquanto ouvia a introdução da música “if walls could talk”, que por sinal, não poderia ser mais oportunamente irônica.

These walls keep a secret

(Essas paredes guardam um segredo)

That only we know

(Que apenas nós conhecemos)

But how long can they keep it?

(Mas por quanto tempo nós poderemos guardá-lo?)

\'Cause we\'re two lovers, we lose control

(porque nós somos dois amantes, nós perdemos o controle)

We\'re two shadows

(Nós somos duas sombras)

Chasing rainbows

(Procurando arco-iris)

Behind closed windows

(Atrás de janelas fechadas)

Behind closed doors

(Atrás de portas fechadas)

Just two people making memories

(Apenas duas pessoas fazendo memórias)

Too good to tell

(Tão boas para contar)

And these arms are never empty

(E esses braços nunca estão vazios)

When we\'re lying where we fall

(Quando nós mentimos é onde caímos)

We\'re paiting pictures, making magic, taking chances,

(Nós estamos pintando uma imagem, fazendo mágica, arriscando)

Making love

(Fazendo amor)

If walls could talk – oh

(Se as paredes pudessem falar - oh)

They would say \"I want you more\"

(Elas diriam “eu te quero mais”)

They would say \"hey- never felt like this before\"

(Elas poderiam dizer “hey – nunca me senti assim antes”)

And that you would always be

(E que você sempre será)

The one for me

(O único para mim)

Ao me virar para trás eu vi que o Naruto estava parado a soleira da porta com cara de sono e um olhar triste.

If the walls had eyes - my

(se as paredes tivessem olhos – meu)

They would see the love inside

(Elas veriam o amor dentro )

They would see – me

(Elas poderiam ver – meu)

In your arms in ecstasy

(Nos seus braços em ecstasy)

And with every move they\'d know

(E com cada movimento por elas conhecido)

I love you so

(Eu te amo tanto)

Rapidamente abaixei a tampa do note e a música parou de tocar. O silêncio deu lugar aos versos que tanto significado tinham para nós.

- Ainda bem que as paredes não podem falar – ele falou num tom de voz baixo e pesaroso, depois em seguida girou os calcanhares e voltou para o quarto batendo a porta ao entrar.

Eu não sei se eu tomava o que ele dissera como algo bom ou ruim. Eu sei que fazermos sexo não melhorava em nada a nossa situação, mas um dia todos se cansam de carregar uma máscara para esconder o sentem. Eu não era uma mulher submissa capaz de ocultar o que sentia, e tampouco era uma mulher liberal para dizer a todos que eu amava o meu irmão e que se danasse o mundo.

Meu corpo começou a tremer, e antes que eu terminasse numa crise de choro, eu fui para o banheiro. Eu precisava tomar banho e me arrumar para trabalhar.

O cheiro do café da manhã que eu preparei trouxe o Naruto para baixo.

- Está cheirando muito bem! – ele exclamou ao ver a comida.

- Ovos com bacon. Nada saudável, mas é o que você gosta.

Ele abriu um sorriso travesso.

Nós sentamos a mesa de jantar que ficava no entremeio da cozinha e da sala. E mais uma vez o silêncio se fez presente, os únicos sons eram dos garfos e colheres sendo manipulados.

Eu percebi que o Naruto evitava olhar para mim e mantinha a sua atenção no prato de ovos com bacon que estava a sua frente. Aquilo começou a me irritar, eu não aceitava que ele estava me ignorando depois do que havia acontecido entre nós.

Eu não queria brigar com ele, por isso achei melhor me retirar da mesa antes que eu perdesse o controle e acabasse iniciando uma briga.

- Com licença – eu pedi me levantando da mesa com a minha xícara de leite ainda cheia na mão.

Naruto ergueu a cabeça e olhou para mim.

- Sakura... – o tom de voz dele era baixo e pesado, carregado de tristeza – Eu vou me casar logo com a Hinata.

Aquilo foi o gatilho que liberou toda a minha cólera. Eu joguei com força a xícara no chão. O liquido que estava dentro se espalhou pelo chão e

respingou em todas as partes inclusive nas minhas pernas, a xícara partiu-se em pedaços de tamanho variados.

- Você diz que me ama, e depois fala que vai casar com outra mulher! – eu agarrei a camiseta branca que ele vestia – O que foi? Está arrependido? Se é assim; se você só consegue me ver como a sua irmã, então é melhor que se case e suma da minha vista!

Eu o soltei e ele caiu da cadeira em meio aos cacos da xícara.

Eu saí de casa e fui trabalhar.