Acho que meu plano não tá dando certo. 20h ontem e nada de Sandro!

Tudo bem vou fazer como aquele ditado: \'Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai a Maomé\'. É isso né? Então..

Depois de tomar café, pensei duas vezes em ir pro colegio hoje, não vi minha mãe hoje de manha. E resolvi ir pro colegio, tenho que agir com meu plano.

Cheguei no colegio mais cedo do que pretendia, Jorge não estava no portão. Qual o problema dele? Quando eu resolvo chegar cedo ele não tá lá pra me receber? Idiota!

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Entrei e fui pra minha sala, tava chegando e vi Sandro na porta.

- Oi

- Oi - falou

- Tudo bem? - não ia dar a entender que fiquei chateada por ele não ter ido, afinal tá atrapalhando meu planinho.

- Tudo e você? Tá bem?

- Tudo ótimo. Nunca estive melhor

- Sei.

Nos olhamos e ele quebrou o silencio. Mas não com o assunto que eu esperava.

- Fiquei sabendo que tá de detenção mais uma semana. Por que descobriram que você fugiu.

- É. Eu tô - falei. Hmm, minha voz não saiu natural

- Tá chateada?

- Com o que?

- Por terem descoberto, e por saberem que você tava comigo

- Ah, isso? Souberam que era você?

- Sim. Souberam, e tão falando que estamos juntos - falou e deu um passo na minha direção

Não é por nada não mas, tem alguma coisa ai.

- Sério? - fiquei paradinha

- É. - disse, colocando a mão no meu rosto

- E porque acham que eu teria algo com você? - perguntei, sorrindo

Sua mão saiu do meu rosto e me fitando, falou:

- Por você ter me chamado pra ir na sua casa ontem, pra me agradecer por ter ti tirado da detenção

- Ah por isso? - perfuntei e gargalhei

- Foi. Porque? Você não ficaria comigo?

- Não

Ele pareceu confuso e deu um passo pra trás.

- Pensei que voc..

- Olha, você é amigo do meu ex, e gente que convivi com meu ex, bom.. eu não confio. - Nossa, isso saiu natural demais.

- Perai, o Dylan é teu ex?

Nem deu tempo de responder, o sinal bateu e antes que eu entrasse em sala, ele falou que queria conversar comigo, então marcamos depois da detenção, que agora graças a ele eu teria com O Anão!

As aulas até que passaram rápidas, parece que o tempo tá de sacanagem com a minha cara e quer me ver com o Jorge na meleca da detenção.

Sai de sala e me despedi da Dé, contei a ela o babado e o planinho, ela até pediu pra participar, que ia adorar acabar com o Dylan, mas preferi que não, do jeito que ela é eufórica, ia estragar tudo. Eu adoro a Dé, mas ela não sabe ser sutil.

Cheguei a sala de detenção e lá estava Jorge, eu não sei se ria ou chorava. Rir pelo simples fato dele estar com uma calça social e uma blusa pra dentro da calça fazendo com que ele ficasse mais gordo, e a calça era \'quase pescador\' o fazendo ficar mais baixo.

Quando passei por ele na porta, eu digamos, olhei pra baixo. Ai que eu ri mesmo.

- Do que está rindo Juliana? Feliz por estar em minha companhia?

- Não. Eu.. - falei, ainda rindo - Lembrei de uma piada

- Acho bom mesmo.

- Que seja - entrei e me sentei na última cadeira

- Não, aqui na frente

- Porque ?

- Porque eu quero, anda! - me levantei e sentei na cadeira que ele apontava.

- Muito bem.

Olhei pra ele com a melhor cara de desprezo, o que saiu tão naturalmente que sorri.

As horas não passavam. O ponteiro parecia que não andava naquele maldito relogio.

O anão só me olhava, cara eu sou bonita, mas pelo amor de deus, isso já tava constrangedor demais.

Ou esse cara era gay ao extremo ou era tarada ao extremo!

****

Quando o anão disse que eu podia ir, só faltava eu correr por que andei tão rápido, sai daquela sala com tanta pressa que só o ouvi berrar:

- Até amanhã Juliana!

Gordo. Anão. Babaca. Estúpido. Tarado. Pedófilo.

Aaah! Como eu o odeio.

Sai do colegio e nem fui pra casa, fui pro meu refugio. Andei até a árvore da praça e subi até minha casa. Era a maior árvore que tinha ali, e eu a havia monopolizado.

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Construi uma casa nela, onde eu levava tudo que era de importante e especial pra mim. E niguém conseguia subir lá, eu tirava as escadas depois de subir e quando ia pra casa. E eu coloquei cadeado na porta, então ninguém entra.

Estava deitada quando senti meu celular vibrar. Numero desconhecido.

Atendi, rezando que não fosse o Dylan.

- Alô?

- Ju?

- É ela. Quem fala?

- É o Sandro. Tudo bem?

- Oi! Tudo e você?

- Tô bem

- Como conseguiu meu celular?

- Consegui com sua amiga Débora - Vamos ter uma conversinha Dé. Ela sabe que não gosto que fique passando meu celular pra ninguém.

- Ah sim, o que foi?

- Quero conversar com você. Onde você está?

- Na minha casa da árvore

- Casa da.. Você tem uma casa da árvore? Que maneiro. Onde fica?

- Tenho. Na praça.

- Sei qual é. Tô indo prai

- Tá

Ele desligou e eu coloquei as escadas pra fora da casa.

Pouco tempo depois, ou meu nome, apareci na sacada e falei pra ele subir.

Ele subiu e eu puxei as escadas.

- Cara, que irada a sua casa

- Obrigada. Entra

- Valeu

- E ai? O que quer falar comigo?

- Bom, é sobre o Dylan

- Ah Sandro, não me vem com historinhas que o Dylan ainda gosta de mim e ..

- Epa, calma ae.. Não falei disso. Só me escuta. Tá?

- Tá, tudo bem

- Certo. É que tipo, eu sou amigo do Dylan, como você pode perceber

- É, eu notei - fiz uma careta e ele riu

- E eu sei que você sofreu por causa dele

- Quem te falou isso? Ele?

- Foi. Tipo me contou o que fez e tal. E que você ficou bastante chateada.

- Eu o odeio

- Ju, shi. - calei a boca - Ele tá arrependido Ju e ..

- Olha Sandro, se você tá aqui pra falar que o Dylan ainda gosta de mim, que quer uma segunda chance, você pode ir embora e falar pro seu amiguinho que eu não quero mais nada com ele e que..

- Juliana, fica quieta

- Ai tá.

- Como eu ia dizendo, ele ta arrependido, me disse que gostava mesmo de você, que fez besteira e me pediu pra conversar com você, ele quer pedir desculpa pelo que ele fez e queria saber se você o perdoa - eu fiquei olhando pra cara dele, tipo \'Quanta baboseira!\' - Mas antes que você fale algo, eu queria te falar que você não deve confiar nele. - Essa eu não entendi

- Perai, pelo que eu entendi, você é amigo dele, e está me dizendo pra mim não confiar nele, eu não entendi, o que ..?

- Eu confiei nele por um tempo, mas ele caiu no meu conceito muitas vezes. Ele já aprontou muito e ele .. ele ..

- Ele?

- Ele só quer .. você sabe.. com você.. e..

- Tá Sandro, eu entendi. Deixa pra lá. Mas obrigada. Mesmo, por ter me livrado da detenção e por me dizer isso.

- Não, que isso, não foi nada.

Ficamos conversando na minha casa da árvore por um bom tempo, quando demos conta, já era 24h e eu precisava ir pra casa. Nos depedimos e eu fui pra casa.

Minha mãe já tava deitada, então comi algo, tomei um banho e fui dormir. Senti uma confiança nele, fora do normal.

E sonhei com ele. Sandro.