Será que o Amor Volta?
Desculpa vs. Culpa
POV Gabriela
- Enzo, não, sai! - falei, tirando ele de cima de mim.
- Desculpa - falou, sentando-se ao meu lado, colocou a mão na cabeça e me olhou, eu ainda estava deitada e olhava pra ele. - Desculpa Gabi, eu.. Droga - se levantou e saiu do meu quarto.
Juro que não entendi, o que deu nele? Primeiro pra me beijar, segundo pra sair desse jeito. Sério, isso tava muito estranho.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Subi pra minha cama e adormeci.
****
Acordei com uma dor de cabeça imensa, tentei levantar mas minha cabeça doía sem parar.
Sentei-me na cama e olhei a hora, 5h da manha, nossa muito cedo. Não dormi nada. Levantei segurando minha cabeça, parecia que ia explodir, fui até a cozinha e procurei um remédio pra dor de cabeça.
‘Deve ter Neusa aqui em algum lugar’ - pensei, remexendo a gaveta.
Do nada, um clarão:
- O que você ta fazendo? - perguntou minha vó.
- Tô com dor de cabeça, to procurando um remédio.
- Perai, acho que não ta ai. - falou, indo até a gaveta do armarinho ao lado do fogão. - Aqui, tome.
- Valeu vó.
- Nada. Só ta com dor de cabeça?
- É, levantei e senti minha cabeça doer pra caramba.
- Entendi. Toma isso, já vai passar.
- Tá.
Sentei-me a mesa e minha vó sentou-se comigo.
- Você ta bem vó?
- Um pouco.
- O que foi?
- To preocupada, e não consigo dormir sozinha naquela cama.
- Entendo, quer que eu durma com você?
- Faria isso?
- Claro. Mas é só isso?
- Não.. - ela me olhou querendo falar mas como se não pudesse.
- Pode me contar vó.. - falei, segurando sua mão.
- Eu me sinto incapacitada Gabi.
- Como assim?
- É como se eu tivesse desaprendido a ser a mulher ágil que não tem medo de nada.
- Não entendo.
- Quando vi seu avô caído no chão, eu não consegui fazer nada, não consegui me mover nem nada, eu sabia bem o que fazer naquela hora, mas não consegui, eu travei, e ele quase.. - falou, deixando sua voz... morrer.
- Vó, olha pra mim - falei, fazendo-a me olhar - Você é e sempre será uma mulher forte e ágil, sempre saberá o que fazer, alem de ser uma ótima advogada, você sabe como salvar a vida de alguém, mesmo não sendo medica, o que aconteceu com você foi o nervosismo, você viu uma pessoa que você ama demais passar mal, é normal você não souber o que fazer.
- Mas nunca foi assim Gabi, não sei o que ta havendo comigo.
- Tenho certeza que foi nervosismo, você se assustou ao vê-lo no chão, e não soube como reagir, mas não duvido que se fosse outra pessoa você teria reagido, vó, não se culpe pelo que aconteceu, não foi culpa de ninguém. O vô ta bem, logo, logo volta pra casa.
- Acha mesmo que eu sou a mesma de antes? - perguntou desconfiada de si mesma.
- Mas é claro que é, senão melhor. - lhe falei e sorri.
Minha vó estava tão fragilizada com o que aconteceu, me sorriu um sorriso amarelo, mas parece que o que eu disse lhe fez bem, ela me abraçou e voltou pro quarto.
Fiquei na cozinha, esperando minha dor de cabeça passar, logo eu teria que me arrumar pro colégio mesmo, então fui pro meu quarto tomar um banho.
***
- Gabi, ta acordada? - perguntou minha mãe aparecendo no meu quarto.
- Tô no banho! - gritei saindo do banho
- Tá, vou levar no colégio, e depois vou pro trabalho, depois você quer ir
comigo visitar o vovô?
- Quero!
- Tá, então vamos.
Sai do banho e me arrumei, fui pra cozinha comer alguma coisa, minha vó estava comendo com o olhar longe, talvez pensando no vovô, Enzo comia quieto, meu pai, fazia o café, minha mãe me olhava e deu de ombros, parece que eu não era a única tentando entender o que acontecia ali.
- Vamos, antes que eu pire com esse silencio mórbido - sussurrou minha mãe no meu ouvido.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Terminei meu toddy, dei tchau para todos e fui pro carro. Apareceu Enzo atrás de mim e bom, o que ele queria agora?
- Ju, pode me dar uma carona?
- Claro, entra ai.
Ele abriu a porta de trás e entrou, pegou seu MP e colocou no ouvido, não falou anda o caminho inteiro. Eu o olhava de vez em quando pelo retrovisor, mas ele nem ai pra mim. Parecia longe, como a vovó.
Fale com o autor