Flash Back:

Gustav: Sua vez Georg, o que te mantem são?

Georg: Eu não sei na verdade, meus pais não ligam pra mim a muito tempo, bem antes de eu vir pra cá, minha irmã fugiu de casa quando tinha 14 anos e eu nunca mais soube dela, acho que é por isso que meus pais não gostam de mim, acho que eles me culpam por ela ter isso embora.

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Gustav: Isso é burrice, como você poderia ser culpado?

Georg: Não me peça pra entender a mente deles mais eu já ouvi algumas coisas, ouvi minha mãe dizendo que eu deveria tomar conta dela ou alguma coisa assim.

Gustav: Isso é loucura.

Georg: Bom, nenhum de nós está aqui por ser amado de mais não é.

Gustav: Acho que não. Sua vez Tom.

Tom: O que?

Gustav: È sua vez, por que você ainda tem esperança de sair daqui? O que te faz não enlouquecer?

Tom suspirou pesadamente e se deitou na cama onde até então estava sentado, ponderou por alguns segundos se responderia ou não à pergunta do amigo.

Tom: Bill.

Georg: Quem é Bill?

Tom: Meu irmão.

Gustav: Você nunca contou pra gente que tinha um irmão.

Tom: Eu não gosto muito de falar sobre isso, em parte é por ele que eu estou aqui.

George: Eu acho que não entendi.

Tom: Bill é meu irmão gêmeo, nós tínhamos uma relação meio que diferente, meio próxima de mais na opinião do meu padrasto e foi por isso que ele me mandou pra cá, e é por isso que eu ainda espero sair.

Gustav: Parece que você é a exceção então, você está aqui por ser amado de mais.

Tom: É acho que sim.

Flash Back

Estava a poucos segundos de pegar no sono quando o telefone tocou, Bill se virou na cama colocando seu rosto de frente com o meu e piscou sonolentamente.

Bill: Precisamos de um telefone sem fio.

Suspirei e me levantei adivinhando que o telefone tocaria a noite toda se eu esperasse Bill se levantar. Desci as escadas sentindo minha pele se arrepiar com o ar frio do inverno que já dava sinais bem característicos de que seria dos mais rigorosos. Me sentei no sofá de três lugares e encarei o aparelho com uma carranca mal humorada.

Tom: Alô.

Mary: Bill?

Tom: É o Tom, você quer falar com ele Mary?

Mary: Ah não, quero falar com você, suas vozes são muito parecidas no telefone.

Tom: Eu sei.

Mary: Me desculpe pelo horário Tom mais é que eu realmente não pude ligar antes.

Tom: Aconteceu alguma coisa.

Mary: Sim mais eu acho que é uma coisa boa, Andreas disse que você tinha aulas sobre mecânica no internato não é?

Tom: Tinha mais por que pergunta?

Mary: Bom, eu tenho um primo que tem uma oficina de carros customizados e ele está precisando de alguém pra assumir a parte mecânica, parece que o antigo mecânico teve um problema de família e se mudou. Eu disse a ele que conhecia alguém que entendia do assunto e ele ficou interessado. O que você acha?

Tom: Está me oferecendo o emprego?

Mary: Na verdade meu primo está, é um lugar bem bacana e o salario é bom, eles fazem carros pra artistas e pessoas excêntricas mais o maior mercado são os carros pra competição.

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Tom: Mary isso é ótimo mais eu nunca fiz isso comercialmente antes, não sei se eu entendo o bastante do assunto pra trabalhar num lugar assim.

Mary: Bom ninguém sabe até fazer segundo meu primo, ele está procurando alguém que entenda de mecânica e o resto você aprende na pratica.

Tom: Está bem então, se você diz isso eu aceito.

Mary: Ótimo, meu primo vai ligar pra você amanha, o nome dele é Hans.

Tom: Obrigada Mary.

Mary: Não me agradeça, estou fazendo um favor pro Hans, ele está me devendo essa. Boa noite.

Tom: Boa noite.

Valeu a pena sair da cama afinal já que o valor na nossa conta bancaria tinha reduzido preocupantemente nas ultimas semanas, além disso trabalhar em um oficina vai ser legal, era a única aula que eu realmente gostava no instituto.

Bill ao que parecia voltou a dormir assim que eu deixei o quarto, ele suspirava pesadamente exatamente na mesma posição.

-X-

Estava tomando café da manha quando Bill entrou na cozinha com uma cara pouco satisfeita.

Bill: Telefone pra você parece que você está muito requisitado não é?!

Tom: Quem é?

Bill: Um tal de Hans, amigo seu?

Não pude evitar um sorriso com todo o desprezo que Bill usou pra dizer o nome.

Bill: Um bom amigo pelo jeito que ficou feliz quando ouviu o nome dele.

Ele estava mesmo com ciúme de um telefonema, bem típico dele.

Tom: Eu vou atender e depois falamos sobre isso.

Bill: Suas prioridades mudaram também.

Tom: Bill, por favor.

Fui até a sala a atendi o telefone, Hans tinha um forte sotaque oriental e parecia ser simpático, parecia também estar bem desesperado pra que eu aceitasse o emprego, algo sobre dois carros sem motor que tinham que ser entregue ainda essa semana, nós discutimos um salario bastante satisfatório o que é ótimo já que meu atual salario é zero, eu começaria amanha.

Quando voltei á cozinha Bill ainda parecia bem contrariado olhando pra uma xícara de café frio.

Tom: Você tem que comer.

Bill: Não tenho fome, então quem exatamente é Hans?

Tom: Tem que comer mesmo assim, lembra-se do que o médico disse você está com anemia.

Bill: Eu me lembro do que o médico disse, o que não me lembro é de conhecer alguém que se chama Hans, agora você vai responder a minha pergunta ou vai se fazer de idiota de novo?

Tom: Vou responder sua pergunta se parar de agir feito doido. Hans é primo da Mary e dono de uma oficina de carros, ele ligou pra me oferecer um emprego.

Bill: Um emprego de que?

Tom: Obviamente de mecânico, o que mais se faz em uma oficina?!

Bill: Não banque o engraçadinho.

Tom: Não estou fazendo isso, eu respondi sua pergunta agora responda a minha, o que deu em você essa manha?

Bill: Não sei do que está falando.

Tom: Estou falando de você histérico por causa de um telefonema.

Bill: Eu não estava histérico, estava só...

Tom: Com ciúmes.

Bill: Eu não estava com ciúmes.

Tom: Estava sim, você estava espumando só por que alguém ligou pra mim.

Bill: Eu não estava espumando!

Tom: Estava bem perto disso.

Bill: Não estava eu só fiquei curioso visto que eu não conheço o cara.

Tom: Não tem problema você sentir ciúmes, eu até gosto, só não tenha outro ataque desses antes de saber o que está acontecendo.

Bill: Você esta se sentindo muito mesmo não é. Eu não estava com ciúmes.

Tom: Certo.

Bill: Certo. Quando você começa a trabalhar?

Tom: Amanha.

Bill: Eu posso ir com você? Pra conhecer o lugar.

Mais uma vez não pude evitar o sorriso, um ciumento irremediável, e muito orgulhoso também.

Tom: Você pode ir se quiser.

A expressão melhorou um pouco e ele derramou o café frio na pia e se serviu mais uma vez.

Tom: Coma.

Bill: Está bem mãe.