A História de Argo Filch

Uma Noite na Rua


Argo pegou uma mochila e colocou dentro dela dinheiro trouxa, roupas limpas, comida e tudo mais que achava necessário levar. Antes de sair, olhou toda casa, seus irmãos e seus pais, dormindo tranquilamente um sono profundo. Pegou um caderninho e uma caneta, e foi escrever um recado:

Querida família;

Talvez o que estou prestes a fazer seja burrice, mas pra mim, pelo menos agora, parece que isso é o melhor a fazer. Sei que não me querem por perto, e acho melhor fugir, pra deixar vocês viverem suas vidas em paz. Mas podem esquecer que um dia tiveram um quarto filho.

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Argo

Quando terminou de escrever, uma lágrima caiu no papel, deixando uma marca. Argo colocou o recado em cima da mesa da cozinha, deu uma última olhada na casa, abriu a porta e saiu para o mundo, mesmo sabendo que precisaria de muita força pra conseguir sobreviver.

Já estavam no fim de agosto, e o calor já estava indo embora. A noite estrelada tinha um ar gelado, então, Argo pegou um casaco na mochila.

Ele nunca mais iria voltar, iria viver ali, sempre, ninguém gostava realmente dele, a sua vida era uma porcaria. Iria envelhecer sem nenhum amigo. Ser apenas mais um.

Todo esse pensamento negativo fez Argo desabar em lágrimas. Olhe pra ele: na rua, apenas com uma mochilinha, sem rumo, chorando desesperado. Mas pra ele, isso era melhor do que ficar naquela casa, onde ninguém gostava dele.

Argo passou a noite andando e andando, em ruas desertas e assustadoras. Até que encontrou um lugar na rua, pegando fogo, várias pessoas correndo assustadas, Argo não sabia o que fazer.

- Corra menino! Vá para sua casa! - Disse um velho desesperado, para Argo. - Os Comensais da Morte, de Você-Sabe-Quem estão aqui! - dizendo isso o velho saiu correndo loucamente.

Argo também saiu correndo loucamente, como o velho. Depois de muito correr, ofegante, Argo parou. Achou o lugar seguro, sentou no chão e começou a pensar: Comensais da Morte, Você-Sabe-Quem...

Já tinha ouvido sobre aquilo algum dia, tinha ouvido seus pais comentando alguma coisa.

Ele se esforçou para lembrar, até que tudo veio claro em sua mente:

- Você-Sabe-Quem anda atacando muito ultimamente - comentou Filius.

- Sim, e tem levado muitos bruxos para o seu lado - completeu Morgana.

- Aha, os Comensais da Morte estão aumentando descontrolávelmente - disse Filius.

- Se continuar assim, não vai ter mais bruxos pra ele conquistar, todos já vão ser seus seguidores - disse Morgana.

- Você-Sabe-Quem precisa ser parado, antes que mate todos que não forem seus seguidores.

Aquilo assustou um pouco Argo, então agora ele estava exposto ao perigo desse tal de Você-Sabe-Quem e de seus Comensais da Morte. E pior: eles estavam por perto.

Argo sentiu um arrepio, e de medo resolveu andar mais. Não sabia onde estava, mas estava com muito sono. Então deitou-se na rua e dormiu desconfortável, mas profundamente.

O dia amanheceu de repente, e Argo ouviu vozes e mais vozes, e então alguém o chutou. Ele levantou rapidamente para ver o estrago que o chute havia lhe causado. Não fora nada demais, mas sua perna estava vermelha.

Ele se sentou no chão e tirou da mochila um sapo de chocolate que pegou em sua casa.

Argo realmente não sabia o que fazer naquele momento. Não sabia se deveria andar, ou parar, perguntar alguma coisa para alguém... ele realmente não sabia.

Argo estava começando a ver como era ser alguém sem casa e sem rumo. Começou a pensar no aconchego de seu lar, no calor do abraço da sua família. Mas também pensou no que seus pais haviam dito sobre ele ser um aborto. E preferiu andar mais, para onde o vento o levasse, para esquecer essas lembranças.

Então, Argo só levava lembraças ruins da sua família e aos poucos, isso fez com que ele se tornasse menos doce e gentil e mais nojento e mau-humorado, e a cada dia monótono que ele passava, tentando conseguir comida, fugindo de pessoas estranhas e se protejendo do frio, ele ficava guardando mais rancor de sua família e de sua vida.

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