A História de Argo Filch

O Fim do Sonho


Todos estavam sentados na mesa da cozinha, esperando ansiosamente Filius abrir as cartas.

A primeira carta dizia: \"Prezada srta. Monie Filch\". Filius entregou a carta para Monie, que foi abrindo-a com cuidado.

A carta que seguia, dizia: \"Prezado sr. Charlie Filch\" e Filius a entregou para Charlie, que abriu-a desesperadamente.

A seguinte era de Susan... A próxima era com certeza de Argo, ele estava pulando de exitação. Antes de entregar a carta para Susan, Filius fitou Argo, preocupado. Argo não deixou esse olhar passar e começou a ficar nervoso. Filius deixou escapar:

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- Hãã.. crianças, por acaso eu não dei uma carta a mais para vocês?

- Não, pai. Aqui só tem uma - falou Monie.

- Pra mim também - respondeu Charlie.

- Você ainda nem me deu a minha, pai - disse Susan, revirando os olhos.

Filius tentou disfarçar, mas Argo percebeu o que estava acontecendo:sua carta não havia dado sinal. Todas as cartas haviam chegado, menos a dele. Isso era um horror.

- Ah, aqui está a sua, Su - falou Filius, entregando a carta de Susan.

Quando Argo viu as mãos do pai vazias, não aguentou.

- Argo, nós... - começou Morgana, mas Argo já tinha saído correndo para o quarto.

Ele trancou a porta, sentou na cama e desabou a chorar. Aquilo era terrível, todo o seu sonho, construído há tanto tempo, havia sido destruído. Não existia mais os milhões de alunos sentados, não existia mais chapéu falante, não existia mais Corvinal. Resumindo: não existia mais Hogwarts.

Ele tinha esperado tanto por aquele dia, que não conseguia imaginar que talvez não fosse um bruxo. Mas como isso? Toda a sua família era bruxa. Era quase impossível ele não ser um. Mas não era. Tudo havia ido por água abaixo.

Então ele era... como é mesmo que se diz? Um aborto...

- Argo! Argo! Abra já essa porta!! - Gritou Charlie.

- Não vou abrir! Eu nunca mais vou sair daqui! - respondeu Argo.

- Não seja criança! Isso não é nada! - falou Susan.

- Não sei se você ainda se lembra Su, mas eu sou uma criança! - disse ele. - E outra coisa! Como isso não é nada? Eu deveria ser mais um orgulho para essa família, assim como vocês. E se isso fosse com você? Você ficaria feliz de ser um, um... - Argo fez uma pausa. - ...Aborto?

- Filho, saia já daí. Eu sei que esse era seu sonho, mas não deu... Você vai ter que se conformar - disse Filius.

Quando finalmente fizeram Argo sair do quarto, foram ver se a carta não tinha caído no chão. Mas não. Ele seria o \'patinho feio\' da família, o excluído. Era o fim.

Assim os dias foram se passando, Argo não brincava mais, não conversava mais, passava o dia inteiro no quarto. Dormindo e comendo, comendo e dormindo.

Dois dias antes do trem de Hogwarts partir, Argo estava se arrumando para ir dormir, e sem querer ouviu a conversa de seus pais na sala.

- O que faremos com ele, Filius? - disse Morgana. - Não podemos mais chamá-lo de filho. Que desgraça para a nossa família.

- Eu sei Morgana - disse então Filius. - Mas o que faremos? Ele é apenas uma criança. Não tem nada que possamos fazer além de deixá-lo em nossa casa.

- Nossa família será arruinada se deixarmos Argo aqui. Precisamos fazer alguma coisa rápido. Antes que a vizinhança descubra que nosso filho é um aborto.

Argo não queria ouvir mais nada. Foi para o quarto, deitou em sua cama e decidiu: se queriam se livrar dele, era isso que iam ter, mas depois não adiantaria correr atrás. Pois aquele dia, seria o último que iriam ouvir falar de Argo Filch...