A Missão Final

Epílogo - Destino


Três semanas depois…

– Você só pode estar brincando! – Ino exclamou, inconformada.

– Não estou, quer apostar? – Sakura a desafiou, sem desviar o olhar do jogo.

– Com certeza! Uma Coca-Cola que o Gaara ganha. – a loira respondeu, agora colocando as duas mãos nos ombros do novo namorado, que concentrava-se em vencer.

– Fechou. – a rosada disse, triunfante. – Você ouviu, amor, tá valendo uma Coca!

Sasuke não virou-se, estava concentrado em vencer Gaara.

– Xeque. – ele disse, dando seu famoso meio sorriso. Sabia que ganharia, sempre fora bom em xadrez, tivera muito tempo de prática na organização com Itachi.

Sakura deu um gritinho e fez uma expressão de triunfo para Ino, que mostrou-lhe a língua.

– Não se empolga, eles já falaram “xeque” várias vezes. – a loira respondeu.

– Quem está ganhando? – Naruto perguntou do outro lado da sala. Estava abraçado com Hinata vendo um filme. – Já faz três horas que vocês estão jogando, eu quero também!

– Cala a boca, Naruto. – os dois falaram em uníssono, fazendo as três rirem.

O loiro fechou a cara e cruzou os braços, enquanto Hinata segurava o riso e o abraçava, o confortando.

– Pelo jeito isso ainda vai demorar, testuda. – Ino disse, suspirando.

Sakura acenou e revirou os olhos, achando graça da competitividade de ambos. Depois de alguns minutos, Naruto levantou-se, sério, e disse:

– Gaara, Itachi está nos chamando.

O ruivo levantou-se e olhou desconfiado para Sasuke, que acenou, comprovando a informação.

– Eu ainda não acredito que deixaram Naruto ficar na Akatsuki. – Ino cochichou para Sakura, enquanto o loiro se despedia de Hinata.

– O Sasuke disse que ele trouxe mais de cem homens para a organização em três dias. Eles não deviam desconfiar da determinação do Naruto. - a rosada cochichou de volta, fazendo a outra gargalhar.

Naruto se aproximou, fazendo-as pararem de rir.

– Tchau, Sakura-chan! Me desculpe de novo por acabar com o ramen. – ele pediu, corando.

– Não se preocupe! – ela disse sorrindo, enquanto ele saia correndo pelo corredor, com Gaara atrás, bufante.

– Vou indo também, testuda. Não faça nada que eu não faria! – Ino disse, fazendo-a corar. Hinata foi embora junto, agradecendo timidamente pela hospedagem.

Sem a presença dos amigos, o apartamento ficava silencioso e vazio, mas aconchegante.

Sakura virou-se para a mesa de xadrez e encontrou Sasuke sentando, ainda estudando os movimentos do jogo. Ela sorriu e sentou-se na sua frente.

– Se eu ganhar de você, o que você faz? – Sakura perguntou, divertindo-se com a ideia.

– Te recruto. – ele respondeu, com um meio sorriso.

Sakura riu e fez uma careta. Depois, olhou para o tabuleiro e tentou se lembrar das regras do jogo. Ficou pensando quais seriam os próximos movimentos e se esforçou ao máximo para não ser previsível ao fazer seu primeiro movimento.

Sasuke ergueu uma sombrancelha e a fitou, surpreso.

– O quê? Não me diga que eu já perdi? – ela perguntou, notando a expressão do outro.

– Não. – ele respondeu, ao mover uma peça. – Mas agora sim. Xeque-mate.

Ela suspirou e ele se esforçou para não rir, mesmo perdendo, ela era adorável.

– Você não devia estar na Akatsuki invés de ficar humilhando novatas no xadrez? – Sakura perguntou, brincando. Sabia muito bem que Sasuke já não fazia missões pequenas.

A Akatsuki tinha mudado completamente depois de terem sucedido ao matar Madara e prenderem seus homens. Agora, eles voltaram a ser como eram antes de Madara assumir o poder.

Matavam apenas criminosos que seriam sentenciados a morte se a polícia não cobrisse seus crimes, como grandes políticos corruptos ou pessoas de grande influência na mídia.

Sakura ainda não achava que nada disso era justificativa para tirar a vida de alguém, mas se era para matar alguém, aquele seria o melhor motivo.

Sasuke era encarregado de ajudar nos planejamentos de missões e fornecimento de informações, por isso não saia muito a campo, o que deixava Sakura satisfeita.

Ainda pensando nisso, ela não percebeu quando o Uchiha levantou-se e a pegou pelas mãos, a levando para o sofá. Ela olhou para a televisão e gargalhou ao notar o filme que Naruto estava vendo com Hinata.

Sr. e Sra. Smith, bem conveniente. – comentou, agora se acomodando nos braços de Sasuke, que a acariciava gentilmente.

Sentindo a presença calorosa do Uchiha, ela se aproximou ainda mais e observou seu rosto perfeitamente indiferente a olhando de volta. A conexão daquele olhar já era conhecida pelos dois, eles sabiam que não podiam ousar quebrá-la.

A sensação ainda era a mesma desde a primeira vez. Sakura sentiu aquele arrepio familiar subir por sua espinha e o calor subir. Guiada pelos seus instintos, que agora já não eram mais absurdos como eram quando se conheceram, ela envolveu o pescoço de Sasuke e beijou seus lábios.

Ele retribuiu imediatamente, também sendo guiado pelo seu desejo de consumir toda a presença de Sakura, que o tornava cada vez mais completo.

Como sempre, as carícias se intensificaram, o beijo se aprofundou e o sentido de tudo aquilo era de uma complexidade que só o amor era capaz de entender.

Sakura já não estava mais no sofá de seu apartamento, estava em outra atmosfera, boa demais para existir de fato. Ela apertava as almofadas, pois eram as únicas coisas que eram reais o suficiente para mantê-la na suposta realidade.

Sasuke a puxava mais para si e então, a rosada perdeu completamente a noção da realidade, compartilhando tamanho êxtase com o Uchiha.

Ambos se deliciaram completamente um do corpo do outro, e já não sabiam dizer se haviam passado horas ou minutos quando alcançaram o auge juntos, em uma combinação de voracidade e suavidade, tornando tudo perfeitamente equilibrado.

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Se afastaram e sorriram, satisfeitos. Não só de prazer, mas do profundo amor que sentiam um pelo outro silenciosamente.


Depois de um tempo, perdido em suspiros, Sasuke olhou para a parede da sala, mas não a enxergou, o cheiro dos cabelos de Sakura estava novamente o transportando para a sua outra realidade, a sua nova vida. Tudo aquilo ainda era muito novo para ele. Sasuke Uchiha não estava acostumado com a felicidade.

E de fato, ambos encontraram a felicidade um no outro, a solidão e escuridão foram dissipadas por uma alegria, não momentânea, mas sim uma que deixaria uma marca tão forte, que a memória não falharia quando quisessem reviver o sentimento. Felicidade plena.

Sasuke envolveu Sakura ainda mais em suas braços e o tempo voltou a parar. Ficaram ali como se tivessem em outra dimensão, onde todos os seus problemas não existiam e só bastava um ao outro para a completa paz.

Ela percebeu o gesto e virou-se, notando o olhar vago e sonhador do amado. Notou que seus olhos ônix já não possuiam o mesmo mistério sombrio de outrora. Agora chegavam a ser previsíveis.

Sakura finalmente tinha decifrado aquele olhar, como desejara desde que o encontrou pela primeira vez. Realmente tinha o salvado. O libertado.

– Eu te amo. – ela declarou de repente, surpreendendo-se com sua própria sinceridade. Era a forma mais pura e real do amor que já havia sentido em toda a sua vida e não se importava em admitir.

Tal declaração, que antes lhe parecia um sinal e fraqueza, agora soava mais como uma ação necessária para não perder-se em sua própria mente, que continuava divagando sobre a cor dos olhos do Uchiha.

Sasuke surpreendeu-se com a declaração, ela estaria lendo a sua mente? A fitou e deu um meio sorriso, percebendo que, sim, ela sempre fora capaz de decifrar seus pensamentos. Era a única que o conhecia completamente.

E aquelas palavras, Sakura não sabia o quanto aquilo significava para alguém que nunca conhecera o amor verdadeiro como Sasuke.

Aquele sentimento sempre fora patético em seu ponto de vista, mas agora que o conhecia realmente, sentia-se patético por nunca tê-lo valorizado antes. Não sabia que algo desse gênero pudesse tirá-lo de sua cômoda vida fria e escura.

– Eu também te amo. – murmurou, incrivelmente satisfeito consigo mesmo, por ter sido capaz de abraçar esse sentimento.

Sakura o fitou, comovida e viu, mais uma vez, o brilho exultante de um par de olhos apaixonados.


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.