A Missão Final

Controle


Sasuke se surpreendeu com a atitude de Sakura, mas acreditou que estivesse blefando, então demorou para se mexer. Quando finalmente se deu conta de que ela estava falando sério, já era tarde demais.

Sakura, de olhos fechados, já estava sendo atacada por diversos membros da Akatsuki que acreditaram que ela era inimiga. Sem saber o que fazer, o Uchiha correu e se colocou na frente da rosada, tentando se defender de todos os ataques ao mesmo tempo.

Obviamente, não conseguiu desviar de todos e caiu no chão rapidamente. Os homens da Akatsuki, percebendo o erro, se sobressairam, tudo tinha sido rápido demais.

- SASUKE! – Sakura berrou ao abrir os olhos e notar o corpo no chão.

Se debruçou sobre o corpo do moreno e fez sinal para que os outros se afastassem. Ainda chocados com o momento, se afastaram roboticamente e voltaram a atacar os outros assassinos.

A rosada afastou com cuidado o corpo machucado para longe e colocou alguns objetos para que ninguém os visse.

– Vo-você é… É me-mesmo irritante. – Sasuke balbuciou com dificuldades.

As lágrimas correram involuntariamente pelo rosto dela novamente. Se surpreendeu pela sua capacidade de chorar, nunca se emocionara com tanta facilidade.

Virava o rosto rapidamente para encontrar algum kit de primeiros socorros, mas era em vão. Na garagem só parecia haver ferramentas e armas.

- Gaara! – berrou de repente para o seu microfone, mas não ouviu respostas. Ela sabia que o ruivo estava ali em algum lugar.

Sakura tentava desviar o olhar, não conseguiria olhar Sasuke sem soluçar e não queria mais demonstrar sua enorme fraqueza.

– Eu… Eu já volto. – ela disse em um sussurro. Não saberia como teria forças suficientes para deixá-lo ali. E de novo, era tudo sua culpa.

Finalmente, conseguiu fitá-lo. Suas pernas estavam ensanguentadas, assim como seu rosto.

Ela soltou um gritinho involuntário e levou as mãos a boca.

- Seu idiota! – exclamou, descontrolada. Ela sabia que fora tudo sua culpa, que tinha se posto a risco de propósito, mas não deixava de culpá-lo por não conseguir deixá-la ir.

Com dificuldades, Sasuke tentava tirar as facas de sua perna.

- Você estava ce-certa. – ele murmurou, enquanto Sakura ocupava seu lugar e tirava cuidadosamente as armas cravadas em suas pernas. – E-eu só estava fu-fugindo e…

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- Não. – ela sussurrou preocupada. Finalmente conseguira cessar suas lágrimas. – Não precisa falar…

Ela entendia, sabia que ele estava arrependido, não ia fazê-lo admitir e engolir seu orgulho ainda mais. O Uchiha fechou os olhos satisfeito com a compreensão e tentou ignorar a dor.

Aos poucos, Sakura conseguia conter todos os sangramentos, amarrando pedaços da manga de sua blusa nos ferimentos. Já tinha desistido de sua idéia de deixá-lo sozinho e ir pegar um kit de primeiros socorros, admitiu para si mesma que não era forte o suficiente para isso.

- Agora você tem as mesmas cicatrizes que eu. – ela disse, forçando um sorriso.

Sasuke se deu conta de que agora ambos possuiam cicatrizes nas duas bochechas e se culpou por algum dia ter deixado ela se machucar daquele jeito.

– A diferença é que eu causei uma das sua, lembra? No labirinto… - ela suspirou com a lembrança obscura. - Me desculpe por isso. – sorriu novamente, beijando a velha cicatriz com cuidado.

Ele abriu os olhos e aquele olhar bastava como agradecimento para Sakura, que arrepiou-se.

– Vamos, você consegue se levantar? – ela perguntou, oferecendo seu ombro para que ele se apoiasse.

– Fui treinado para aguentar a dor. – Sasuke murmurou, levantando-se sozinho. Ela sorriu com o gesto, apesar de tudo, seu orgulho ainda estava presente.

– Certo, mas você não pode lutar assim. Vamos para a cozinha para que eles…

- Não. – a interrompeu, agora completamente convencido do que ela havia dito antes. – Esses homens precisam de um líder.
Sakura sorriu radiante e seus olhos brilharam.

– Sim! Já sei por onde começar. – falou, feliz. Pegou sua mão e, com cuidado, o levou para o atalho por onde tinha entrado.

Logo, estavam na sala de controle.

– Aqui deve ter alguma coisa que faça com que você fale com todos eles, não é? – a rosada perguntou, olhando atentamente para as telas.

Sasuke acenou com a cabeça enquanto sentava-se. Em segundos, sua expressão de indiferença se tornou de raiva e ele bufou, batendo com o punho fechado na mesa a sua frente.

Sakura suspirou apreensiva e se aproximou, colocando as mãos em seus ombros.

- Maldito Itachi! Ele que deveria estar aqui! – ele berrou, furioso. Como o irmão fizera uma coisa daquela? Sempre se importou mais com a organização mais do que com ele próprio, aquilo não tinha sentido.

- Ele deve ter tido um bom motivo para…


- Não! – Sasuke virou a cadeira, com raiva. – Ele deve ter fugido por algum motivo mesquinho e egoísta como eu ia fazer. Somos irmãos, não é?

Na verdade, o Uchiha estava com mais raiva de si mesmo por ter pensado o mesmo que o irmão do que do próprio, só não conseguia admitir.

- São sim, mas são muito diferentes. Você mudou de idéia, está aqui. – Sakura respondeu, surpresa pelo comentário. Ele nunca admitia esse tipo de coisa.

Ao ver que sua expressão não se amenizou, continuou:

– Itachi não tem ninguém… Você tem.

Lentamente, se aproximou com um sorriso e beijou Sasuke ternamente. Mais calmo, ele a puxou e a deixou sentar-se em seu colo. Sorrindo, Sakura virou a cadeira de volta para a frente das telas e olhou para o painel de botões que tinha ignorado anteriormente.

Ele clicou em um grande botão preto e puxou o microfone para si.

– Atenção, Uchiha Sasuke está no comando agora. – ele falou firme, enquanto Sakura sorria encorajando-o.

Enquanto o moreno dava ordens que eram estranhas para ela, Sakura deixava-se levar por todas as perguntas que ainda permaneciam na sua cabeça. Naruto, Itachi, Gaara, Madara… Tudo aquilo não fazia sentido.

De repente, um estrondo fez com que ela despertasse de seus pensamentos. Olhou para a porta, ainda estava fechada. Confusa, rolou os olhos para a passagem por onde entrou, perguntando-se se o barulho vinha de lá.

Sobressaiu-se ao ver uma mulher de cabelos escuros e curtos parada na frente da passagem, segurando uma maleta branca. Sakura levantou-se em um salto e a fitou desconfiada.

– Sr. Uchiha, aqui está o que pediu. – ela disse, se aproximando.

Sasuke estava ocupado demais para agradecer, então apenas acenou com a cabeça, enquanto Sakura ainda a fitava desconfiada.

Ela estava prestes a sair quando a rosada a impediu.

- Ei, espere. – disse, pegando a maleta do chão. – Quem é você?

A outra virou-se com o cenho franzido e respondeu a contra-gosto:

- Konan.

Sakura acenou com a cabeça e sorriu.

- Muito obrigada.

Konan não respondeu, apenas saiu do lugar, sem entender quem era aquela mulher de cabelos rosas.

A rosada abriu a maleta e encontrou algumas armas do lado de um kit médico. Rapidamente, ela preparou tudo e foi em direção a Sasuke, pronta para tratar de seus ferimentos.

Ele terminou de falar e apertou o botão novamente, satisfeito consigo mesmo por seu plano impecável. Mesmo com menos homens, com a nova organização de ataque, a vitória seria bem mais provável.

– Se alguém invadir, você ataca. – ele disse, dando a Sakura uma das armas de dentro da maleta.

– Mas eu não sou… - ela começou a protestar, incrédula.

– É só mirar e jogar. Eles são bons em ataques corporais, então não se aproxime. – Sasuke interrompeu. Confiava nela.

– Mas…

- Sakura, você conseguiu fugir de mim no labirinto e deixar Karin inconsciente.

– Mas foi diferente! Você me deixou fugir e o ambiente favoreceu a luta com a Karin e…

- Você consegue. – ele disse, segurando sua mão.

Sakura suspirou e acenou com a cabeça.

- Ok. Agora fique quieto para eu cuidar da sua perna.

Ele deu um meio sorriso e a rosada suspirou novamente.

- Sabe, quando eu me joguei para luta, não esperava que você se colocasse na minha frente, e sim tomasse partida e liderasse seus homens… - ela disse, em um tom descontraido. – Não queria que se machucasse.

Sasuke bufou.

- Eu agi por impulso, não pensei nisso. – respondeu, decepcionado consigo mesmo. Nunca agia por impulso, fora treinado para pensar antes de fazer qualquer coisa, principalmente em situações de tensão.

- Certo… - ela disse, achando graça da clara mudança de comportamento. – Pronto. É só você não se mexer muito para que os pontos não abram.

Sorriu satisfeita com sua rapidez e o fitou.

– Não faça essa cara, você não vai se mexer e pronto. – Sakura disse, ao notar a expressão de ironia no rosto do outro.

Voltou o olhar para as telas e viu o sucesso da Akatsuki, causado pelas ordens de Sasuke.

– Você é um gênio! – ela exclamou ao ver a tática de ataque que ele tinha planejado. – Agora com certeza a Akatsuki vai vencer.

Ele bufou, era óbvio que eles iam vencer desde o começo.

– Já volto. – ele disse, levantando-se. – Lembre-se do que eu disse.

– O quê?! Você não vai a lugar nenhum! – ela protestou indignada, tentando fazê-lo sentar-se novamente.

O gesto era inútil, ele continuava andando como se nada estivesse o impedindo.

- Sasuke! – Sakura berrou. – Não pode sair com essa perna!

Ambos sabiam que aquele não era o principal motivo para seu protesto. Sua preocupação incluia muito mais do que sua perna machucada. Ela não queria ficar se perguntando novamente onde ele estaria…

- Por favor… - pediu sinceramente, pegando na mão do Uchiha. – Está tudo sobre controle, eles não precisam mais de ajuda…

- Não vou ajudá-los, Gaara está vindo ocupar o meu lugar. – Sasuke disse, desviando o olhar. – Vou encontrar Itachi.

Sakura calou-se e apertou ainda mais sua mão.

– Eu vou com você. – sussurrou, pegando a maleta branca. O Uchiha revirou os olhos e acenou de leve com a cabeça. Também sabia que não conseguiria deixá-la sozinha sem se preocupar e aquilo o irritava.

- Uchiha, ordens? – Gaara perguntou de repente, entrando rapidamente pelo atalho.

– Fique aqui e me ligue caso ocorra alguma urgência. – o moreno respondeu rapidamente.

– Certo. – o ruivo disse sentando-se na poltrona.

Sakura e Sasuke estavam prestes a sair, quando a cadeira virou-se e Gaara ralhou:

- Não volte sem aquele filho da puta, Sasuke.

O Uchiha acenou com a cabeça, pensava a mesma coisa.

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