By The Way

Ironic


Annabeth acordara aquela manhã com um ideal: não forçaria a situação. Ela decidiu que observaria a situação de seu irmão, começaria pelas bordas. E as bordas de Mike eram Percy e Marshall.

Ela permaneceu deitada enquanto pensava. Marshall sempre a assustara, então ela começaria pelo Percy, já que ele era o subordinado da turma.

Annabeth levantou por fim, era cedo ainda. Mike estava dormindo no sofá e seu pai não tinha voltado pra casa, ela suspirou e foi pra cozinha fazer café. Permaneceu sentada no parapeito da janela da cozinha até o fim da manhã, sem se importar que ainda estivesse de pijamas, mas quando ela viu Percy virando a esquina, ela pulou pra dentro do cômodo e fechou a janela. Não que ela se importasse, mas Percy a veria com freqüência, ela não queria que ele guardasse uma imagem dela de pijamas, descabelada e sem maquiagem alguma. Annabeth observou pelo vidro que Percy estava acompanhado. Assim que eles passaram, ela abriu a janela de novo e observou quando eles pararam na outra esquina. Annabeth não conseguia ver o rosto da garota, mas ela via bem o de Percy e ele sorria amplamente. Ah como ele fica lindo sorrindo... Ela pensou e logo sacudiu a cabeça pra afastar tais pensamentos. Annabeth continuou a observar os dois conversarem até que Percy tentou beijar a garota, ela esquivou, Annabeth riu alto do fora mudo que Percy levara. Percy pareceu se despedir da garota e estava voltando, Annabeth sobressaltou-se e bateu a janela com mais força do que pretendia, ao tentar correr pra sala, ela tropeçou na perna da cadeira e caiu. Enquanto ela levantava não percebeu que a janela havia sido aberta.

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- Oi Annabeth. – Percy disse sorrindo.

- oh. – ela disse surpresa.

- Tentando fugir?

- Fugir do que?

- De mim.

- Porque eu faria isso?

- Eu ouvi sua risada.

- Como? A essa distância?

- Não sei, só ouvi e quando virei, vi seus cabelos.

Ela fez uma nota mental para cortar o cabelo ou prendê-lo da próxima vez que fosse observar alguém.

- Eu não tava fugindo de você. – ela disse levantando a cadeira que a acompanhara na queda.

- Você tá bem?

- Porque não estaria?

- Ouvi seu tombo. – ele disse segurando o riso.

Ela sentiu o rosto queimar, mas manteve a expressão convencida.

- Quem era ela? – Annabeth perguntou se aproximando do parapeito novamente.

- Pra que você quer saber? – Percy retrucou se apoiando no mesmo, olhando pra garota.

- Curiosidade.

- Minha namorada.

- Você namora? – Annabeth perguntou profundamente surpresa com a notícia.

Percy riu.

- Não. Mas o que você acha se eu pedir ela em namoro?

- Vá em frente, mas duvido que ela aceite. – Annabeth disse dando os ombros.

- Por quê?

- Ela não quis nem te beijar oras, porque você acha que ela aceitaria seu pedido de namoro? – Annabeth perguntou segurando o riso.

- Ela não vai resistir por muito tempo.

- Drogado e mulherengo. Que horror.

- Ah, me fala que você não adoraria que o drogado aqui te pegasse de jeito? – ele perguntou mordendo o lábio.

Annabeth surpreendeu-se de novo.

- Deixa de ser atrevido, moleque. – ela disse e sem dizer mais nada saiu da cozinha deixando Percy sorrindo.

O rapaz voltou pra casa, sua mãe não voltara ainda. Percy entrou em seu quarto com o objetivo de usar heroína, mas ao olhar pra seringa ele, inexplicavelmente lembrou-se de Annabeth, mais precisamente do que ela disse quando se conheceram. Ele trancou a gaveta e saiu do quarto.

Na geladeira não tinha mais nada pra ele beber, então ele foi até o quarto de sua mãe e pegou alguma notas que estavam guardadas dentro de uma caixa de sapatos no guarda-roupa, aquele era o esconderijo de seu pai, Percy duvidava que sua mãe soubesse daquele dinheiro, já que ele nunca contara e ela nunca mexeu nas coisas dele depois que ele foi preso.

Percy foi remoendo algumas lembranças de seu pai enquanto caminhava até o bar há algumas quadras de sua casa, o dono do bar nunca se importou que Percy fosse menor de idade e sempre vendeu bebidas alcoólicas pra ele. Como sempre o bar estava cheio de homens, com exceção de uma garota no balcão que não parecia nada feliz de estar ali e retorcia o nariz.

- Annabeth?

- Oi Percy. – ela disse quase sorrindo.

- Que você faz aqui?

- Não faço a menor idéia e você?

- Estou aqui por culpa sua. – ele disse enquanto pegava duas cervejas de garrafa na geladeira.

- Porque culpa minha?

- Quer que eu seja sincero? – ele disse colocando as duas cervejas no balcão onde o atendente abriu uma delas e encheu um copo.

- É preferível.

- Eu ia me drogar, mas lembrei de você e desisti.

- Oh, obrigada Percy... Eu acho.

Os dois riram.

- Mas porque você desistiu?

- Não sei. Mas o caso é que eu desisti e resolvi beber. Servida? – ele disse oferecendo seu copo pra ela.

- Não obrigada. Vem cá, porque você não aproveita que eu estou aqui olhando pra você e desiste de beber isso também?

Percy riu.

- Não força.

Annabeth não disse mais nada enquanto observava Percy entornar as duas garrafas, surpresa com a capacidade dele, ela poderia apostar que nem seu pai seria rápido assim, ou seria?

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- Quer dar uma volta? – ele perguntou pagando as cervejas.

- Você tá bem? – foi a resposta dela.

- Sim e você?

- Palhaço.

Ele sorriu e eles saíram do bar. O dia estava ensolarado, as ruas estavam mais cheias do que de costume por causa das férias.

- Se importa? – Percy disse acendendo um cigarro.

- Claro que me importo. – Ela retrucou puxando o cigarro da boca do rapaz e o jogando no chão.

Percy acendeu outro, Annabeth repetiu o gesto. Percy tentou fumar pela terceira vez, mas foi impedido de novo.

- Annabeth, desse jeito não vai dar. – ele disse irritado.

- Com certeza não. Você é muito novo pra ser viciado em tanta besteira!

- Sem sermão.

- Não é sermão! – ela disse.

Eles estavam de frente um pro outro agora, Percy com os braços cruzados a frente do corpo e Annabeth com as mãos nos quadris.

- Quando você vai embora mesmo?

- Não tão cedo, pro seu tormento.

- ótimo. – ele respondeu com sarcasmo.

- Olha, você já tentou parar com alguma dessas coisas?

- Não e nem vou. – ele disse voltando a andar.

- Por que não?

- Porque eu gosto de ser drogado, gosto de ficar bêbado e gosto de fumar quando não estou fazendo nenhuma das outras coisas. – ele disse parando para encará-la.

- Porque você não tenta?

- Porque essa obsessão comigo?

- Não é obsessão. Eu só acho que...

- Faz um favor pra nós dois Annabeth e guarde sua opinião pra você ok? – ele disse e voltou a andar.

Annabeth não foi atrás.

- Estúpido! – ela gritou.

- Você ainda não viu nada, continua a me encher e você vai ver o que é estupidez! – ele retrucou.

- Percy você é muito irritante garoto!

- Sentimento recíproco, meu amor!

- Cínico! – ela gritou e deu as costas.

Eles haviam chamado muita atenção e Annabeth percebeu isso quando viu vários olhares nela. Ela sentiu o rosto queimar e apressou o passo pra sair logo daquela rua, mas esbarrou em alguém. Quando levantou a cabeça viu um rapaz bonito, alto, loiro alguns tons mais escuro que o dela, olhos azuis.

- Seu namorado?

- Não quero nem de graça. – ela respondeu fazendo o rapaz rir.

- Luke Castellan – ele disse estendendo a mão pra ela.

- Annabeth Chase.

- Lindos olhos.

- Ah, obrigada.

- Mora por aqui?

- Não, não e você?

- Também não, só vim visitar minha avó.

- Legal.

- Hã, tem programa pra essas férias?

- Não ainda, por quê?

- É que eu estou fazendo aulas de esgrima no clube da outra quadra, aparece lá... quando você estiver entediada, sei lá.

- Claro, apareço sim. – Annabeth disse sorrindo.

- Eu estou lá todas as tardes.

- Ok. Bom, já vou indo então.

- Tá, foi um prazer te conhecer, Annabeth.

- Pra mim também, Luke.