Olhe para as Nuvens de Chuva

Embrulhado Para Presente!


Naquela ocasião quase inventara motivos para distanciar-se da mulher que o amava, mas, agora, fosse o que fosse, não tinha como, nem queria, deixar de ouvir o que ela queria contar-lhe.

--Yakusoku, você está me ouvindo?

--Sim, estou – ele respondeu, olhando para ela meio que de repente, assustando-a um pouco com seu olhar cor de relâmpago.

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--Ah... parecia que você estava perdido em outro mundo...

--Desculpe-me, eu me distraí... Não vou fazer de novo, por favor, continue, Keiko.

--Bem, o que eu quero lhe dizer é que... eu sinto algo por você. Algo que é um pouco diferente de amor, mas que não me deixa parar de pensar em você. É como se eu o conhecesse há muito mais tempo, apesar de nós nem nos vermos tanto... Ah, você deve estar me achando louca... – ela desviou os olhos para outro lado.

Alguma coisa no modo como ela falou fez Yakusoku lembrar-se de seu sonho. Keiko aparecera, mas ele a chamara por outro nome, um nome que vinha tentando esquecer havia muitos anos... Aya... A única criatura que conseguira tomar para si seu coração.

Agora, olhando para a moça, percebia como Keiko era parecida com seu antigo amor. Chegou até a pensar na possibilidade de as duas serem a mesma pessoa. Ele tentou reprimir a esperança que começava a tomar conta de seu peito. Não queria decepcionar-se.

--Não, eu não acho. – disse. Queria ouvi-la falar mais, estava curioso para descobrir tudo que pudesse. – Por que eu acharia isso?

--Porque isto que eu estou sentindo me deixa assim. Eu não sei se é verdade ou não. Simplesmente não consigo dividir minhas lembranças... Às vezes sonho com você, mas esses sonhos são reais. Eu sinto seu toque no meu rosto... – ela pegou as mãos dele e levou-as à própria face. – Ah, é assim.

Yakusoku não conseguiu evitar: afagou o rosto dela carinhosamente, mas logo sentiu-a baixar-lhe as mãos, privando-o do doce contato.

--Conte-me mais sobre o que você sente.

Ela não soltou as mãos dele e só ficou olhando para seus olhos.

--Yakusoku... Eu gosto tanto de você. Sinto sua falta o tempo todo. Tê-lo aqui é como realizar um desejo muito, muito antigo. Como se eu tivesse ficado esperando durante... séculos... ela parou. Parecia meio perdida. – Lembro-me de uma promessa. Uma promessa feita há muito tempo.

--Promessa? – Yakusoku disse involuntariamente, arregalando os olhos brevemente. Keiko começava a assustá-lo. – Que... que promessa, Keiko?

Só que não deu tempo de ela responder.

--Keiko! Onde você deixou a...?

O irmão dela apareceu de repente, sobressaltando-os.

Yakusoku puxou de volta as próprias mãos, pondo-as para trás do corpo, a esquerda segurando a direita com uma firmeza quase agressiva, e recuou um pouco até o peitoril da sacada, encostando-se ali.

--Aniki! – Keiko voltou-se para ele com uma expressão zangada. – Não faça isso de novo! – ela começou a bater nele com os punhos fechados, mais de brincadeira do que de verdade.

--Pare! – Toshyuki dizia, tentando segurar os braços dela. – Só vim perguntar onde você deixou a câmera fotográfica! Pare com isso!

Ele era o irmão mais velho de Keiko, eles tinham no máximo três anos de diferença.

--Tome. – a moça puxou do bolso uma câmera muito pequena, pondo-a em seguida na mão dele. – Agora está com você. Vai nos deixar em paz?

--Ah! Desculpe, eu não sabia que você estava com seu namorado, Keiko. – ele riu de leve, olhando para Yakusoku. – Olá, como vai, Yakusoku-san?

--Vou muito bem, obrigado. – o outro sorriu abanando a cabeça. – Toshyuki-san.

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--Vá embora, Aniki! Pare de incomodar! – Keiko o empurrava. – Já lhe dei o que queria, agora saia!

--Está bem, Keiko, não se irrite na frente do seu namorado!

--Aih, ele não é meu namorado! Cale essa boca! – ela começou a ficar corada. – Vá, vá, bem longe daqui!

--Mas, cá entre nós, você bem que gostaria de um desse embrulhado para presente! – o irmão riu.

--Ah, saia já!!!

--Está bem, então! Tchau, já fui! – ele saiu.

--Já vai tarde! – Keiko disse pondo as mãos nos quadris.