Baile de Halloween

Capítulo X


O domingo estava frio e era o dia da partida de quem ia passar o Natal em casa. Draco era uma dessas pessoas e infelizmente não teríamos como nos despedir.

Fui para o Salão Comunal esperar Harry, Rony e Gina levantarem para irmos tomar café da manhã. Eles chegaram cerca de quinze minutos depois e fomos para o Salão Principal. A maior parte das pessoas já havia terminado e deixado o salão, mas Draco ainda estava lá. Tão bem como Crabbe, Goyle e Pansy Parkinson. Não sei por que, mas aquela menina estava muito estranha. Ela me fuzilava com os olhos desde que passei pela porta.

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– É impressão minha ou a Pansy está com algum problema com você? – sussurrou Gina.

– Não, ela está me encarando desde que chegamos – respondi.

– Será que ela sabe de alguma coisa? Sobre você e o Malfoy, quero dizer.

– Pouco provável. Afinal, todo mundo sabe que ela gosta do Draco. Ela já teria se manifestado. O cérebro dela é pequeno de mais para juntar as peças tão soltas desse quebra-cabeça.

Gina abafou um risinho e voltou a comer. Pansy desviou seu olhar de mim para Draco. Este fixou seus olhos nos meus e deu uma piscadela. Retribuí o gesto e sorri. Mas fui despertada pelo garfo que Pansy deixou cair em seu prato com tamanho estrépito, que fez com que todos no salão se virassem para olhá-la. Ela sorriu envergonhada e voltou a comer como se nada tivesse acontecido.

Gina e eu nos entreolhamos, estranhando o comportamento de Pansy.

Voltamos para o Salão Comunal da Grifinória assim que terminamos o café. Nos sentamos em frente à lareira e começamos a conversar.

– Até que enfim – disse Rony. – Descanso!

– Mas não vamos deixar de estudar, pois os exames se aproximam – eu disse e os três me fuzilaram com os olhos. – Não está mais aqui quem falou – anunciei, erguendo as mãos em sinal de paz.

– Você é maluca. Depois de seis meses estudando, você vai querer que estudemos na semana do Natal também?

– Não, Rony. Esquece o que eu disse. Eu – dei ênfase à palavra – vou estudar durante a semana do Natal. Vocês vão fazer o que quiserem.

– Melhor assim – ele sorriu vitorioso.

Uma coruja parda entrou voando pela janela do salão e parou ai meu lado. Desamarrei a carta de seu bico e sorri, prevendo o remetente.

– Licença – pedi e fui para o dormitório. Para a minha surpresa, a coruja me seguiu.

Me sentei na minha cama e abri a carta. “Já que não poderemos nos despedir pessoalmente antes de eu partir, resolvi escrever. Só quero que saiba que eu te amo e que espero que possamos conversar por cartas durante essa semana solitária. Ah! E se algum garoto der em cima de você na minha ausência, é só me avisar que eu dou um jeito nele quando voltar. Beijos, você sabe de quem.” Ri com a última parte e peguei uma pena na mesinha de cabeceira. Respondi logo abaixo do que ele havia escrito. “Também te amo e não se preocupe, pois se alguém der em cima de mim, eu mesma darei um jeito nele. Beijos, H.” Amarrei a carta no bico da coruja e a vi sair pela janela. Esperei pela resposta, mas esta não veio. Presumi que ele já tivesse partido no Expresso de Hogwarts.

Voltei para o Salão Comunal e me juntei a Harry, Rony e Gina, que ainda estavam sentados nos mesmos lugares. Gina me deu um olhar significativo e me limitei a afirmar com a cabeça.

– Então, quem é o escritor misterioso? – perguntou Rony.

Engoli em seco e Gina me salvou outra vez.

– Com licença, Rony – ela disse e puxou o rosto de Harry para si, beijando-o calorosamente. Ao que ele correspondeu, deixando Rony com as orelhas vermelhas.

Eu sorri e Rony, com os olhos arregalados, pigarreou. Eles não tiveram reação e Rony pigarreou ainda mais alto. Ainda sem reação deles, Rony se levantou e cutucou os dois em seus respectivos ombros.

Eles se separaram sem fôlego e Rony foi o primeiro a falar:

– Eu ainda posso tirar a permissão para vocês namorarem.

Os dois se entreolharam e Gina começou a rir.

– Eu não preciso da sua permissão para nada, Rony – ela disse.

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– Precisa se não quiser que a mamãe e o papai saibam – respondeu Rony, ainda com as orelhas vermelhas.

– Saibam de que? – ela arqueou uma sobrancelha. – Que eu estou namorando o Harry? Pode contar. Aliás, acho que eles iriam gostar. Ou melhor, aprovar.

– Então por que você mesma não conta para eles?

Harry e eu olhávamos de um para o outro, acompanhando a discussão.

– Porque o Harry passa as férias lá em casa e isso se tornaria incômodo – Gina respondeu calmamente.

– E... – foi a vez de Rony arquear a sobrancelha.

– E eles não precisam saber de certas coisas que acontecem – ela sorriu.

– Chega, Gina – murmurou Harry.

Meu queixo despencou e meus olhos se arregalaram. As orelhas de Rony tornaram a ficar vermelhas e seus punhos se fecharam. Ele olhava de Harry para Gina e de Gina para Harry, com o lábio inferior tremendo de raiva. Harry massageava as têmporas e olhava para os pés fixamente. Gina não se deixou abalar e continuou encarando o irmão. Este, se levantou e foi para o dormitório prevendo que explodiria se não o fizesse.

– Harry, desculpa – pediu Gina.

– Tudo bem. Mas dessa vez você foi longe de mais – ele respondeu.

– É, eu sei.

– Vocês querem que eu vá falar com ele? – me manifestei pela primeira vez.

– Não. Deixa que eu vou – respondeu Harry.

– Não – afirmou Gina. – Eu conheço o irmão que tenho. Eu vou.

Ela se levantou e seguiu rumo ao dormitório masculino.

– Então, é verdade? – perguntei ao Harry.

Ele confirmou com a cabeça e eu continuei:

– Onde? Quando? Por que não me contaram?

– Na Sala Precisa, há uns dois meses. Se tivéssemos te contado, o Rony ia ficar ainda mais furioso quando descobrisse.

– É, você tem razão.

–A Gina está demorando – comentou Harry, agoniado.

– Se acalma Harry. Você sabe como é o Rony.

– Exatamente por isso que eu estou ficando preocupado. Porque além de conhecer o Rony, eu conheço a Gina. E se ela ficar estressada vai acabar falando um monde de coisas que não deve.

– É, mas a Gina sabe se controlar. Muito mais que o Rony – comentei.

– Eu vi – ele ironizou.

Eu ri e ficamos em um silêncio agonizante por um longo tempo, até que Gina apareceu na escada.

– Até que enfim! – disse Harry, enquanto Gina se sentava conosco. – Como foi?

– Razoavelmente bem – ela respondeu calmamente.

– E o que aconteceu? – perguntei.

Flashback ON

Gina bateu na porta do dormitório masculino com os nós dos dedos e a abriu lentamente. Rony estava deitado em sua cama, olhando fixamente para o teto.

– Rony, posso falar com você? – perguntou Gina entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

– Não – ele respondeu.

– Mas eu vou falar assim mesmo – ela se sentou na beirada da cama de Rony e continuou. Rony, desculpa. Eu não queria ter dito aquilo.

– Mas você disse – ele retrucou.

– Mas só porque você me irritou. E, de qualquer modo, sua reação foi um tanto quanto exagerada.

– Exagerada? – ele se sentou em um pulo. – Eu descubro que o meu melhor amigo está dormindo com a minha irmã e você quer que eu fique como? Calmo?

– Antes de ser seu melhor amigo, o Harry é meu namorado. E se não tivesse sido com ele, teria sido com outro. Você devia estar feliz de ter sido com alguém que você conhece e confia.

– Mas você é minha irmãzinha – ele lamentou.

– E isso é mais um motivo para você me apoiar, Rony. Ou você preferia que tivesse sido com o Dino, por exemplo? Eu não cometi nenhum crime, Rony. Aliás, foi por isso que não te contamos. Sabíamos que você reagiria assim. O Harry disse que não podíamos contar nem para a Hermione, ou seria pior se você descobrisse que só você não sabia.

– É, o Harry realmente me conhece – ele riu.

– Pois é. Agora que você já sabe de tudo...

– Não – ele cortou Gina. – Ainda tem mais uma coisa que eu quero saber. Quanto tempo tem isso?

– Uns dois meses – respondeu Gina.

Ele confirmou com a cabeça e suas orelhas começaram a ficar vermelhas.

– Se acalma, irmãozinho – disse Gina. – Vai ficar chateado comigo?

– Não. Eu não conseguiria, mesmo se quisesse – ele respondeu e sorriu.

– E com o Harry?

– Também não, Gina – ela sorriu e ele continuou. – Mas eu vou ter uma conversa séria com ele.

– Só pensa no que vai dizer, O.K.? – ele confirmou com a cabeça e ela continuou. – Agora dá um abraço na sua irmãzinha.

Eles sorriram e se abraçaram.

– Bom, vou descer – disse Gina ao se separar do irmão. – Você vem?

– Não. Mas avisa ao Harry que depois eu vou querer falar com ele – respondeu Rony. – A sós.

– Tudo bem. Tchau – ela se levantou e saiu do dormitório.

Flashback OFF

– E aqui estou eu – disse Gina quando acabou de narrar sua conversa com Rony.

– Até que ele reagiu bem – comentei.

– É verdade – disse Harry. – Mas eu não entendi uma coisa. O que o Dino tem haver com isso?

– Nada. Mas eu não acredito que está com ciúmes! – disse Gina, sorrindo de orelha a orelha.

– Porque está sorrindo?

– Porque você está com ciúmes e isso é tão bonitinho – ela se levantou da poltrona e se sentou no colo de Harry. – Sabe que eu sou só sua, não é?

– Acho bom – ele riu e deu um beijo no pescoço de Gina.

Pigarreei e os dois me olharam.

– Querem que eu saia? – perguntei.

– Não – respondeu Harry. – Acho que eu vou falar com o Rony.

– Não acha melhor dar um tempo para ele? – perguntei.

– Não. É melhor você ir agora que eu já amansei a fera – disse Gina.

– Tudo bem – ele respondeu.

Gina se levantou de seu colo e ele levantou em seguida. Deu um último beijo na namorada, acenou para mim e foi para o dormitório masculino.

– E então, como está o namoro? – perguntou Gina, assim que Harry sumiu na escada.

– Ótimo – respondi. – Só que infelizmente, ele foi passar o Natal em casa.

Quando Gina ia responder, um grupo de quintanistas entrou pelo buraco do retrato e tivemos que mudar de assunto. Começamos a falar sobre coisas aleatórias, até que minha barriga roncou.

– Estou com fome – comentei.

– Percebi – ela riu. – Vamos almoçar?

– Não vai esperar o Harry?

– Não, depois ele vai com o Rony. Ele está demorando demais lá em cima.

– Tudo bem.

Fomos para o Salão Principal e este estava quase vazio, já que quase todos haviam ido passar o Natal em casa. Ficamos lá por um bom tempo, mas nem sinal do Harry ou do Rony.

Quando voltamos para o Salão Comunal da Grifinória, os dois estavam sentados em suas habituais poltronas, rindo e conversando.

– Muito bom – disse Gina. – Sabia que ficamos até agora esperando por vocês no Salão Principal?

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– Desculpa – disse Rony. – É que a gente começou a conversar e acabamos perdendo a hora.

Nos sentamos junto a eles e eu perguntei:

– Então quer dizer que vocês se acertaram?

Eles se entreolharam e disseram em coro:

– Por aí.

– Que bom – disse Gina. – Eu não disse que não tinha motivo para estresse? – ela se dirigiu ao Rony.

– Pois é – ele respondeu e sorriu.

– Vamos fazer alguma coisa? – perguntei.

– Tipo o que? – perguntou Rony.

– Não sei. Que tal Snap Explosivo?

Houve um uníssono de concordância e Rony sugeriu:

– Nós dois – ele gesticulou para si e para mim – contra vocês dois – gesticulou para Harry e para Gina.

– Pode ser – respondi e troquei de lugar com Harry para que ficássemos ao lado de nossas respectivas duplas.

Rony foi pegar o jogo no dormitório e passamos a tarde inteira jogando-o. Nós dois ganhamos a maior parte das rodadas, já que Rony é o melhor de nós na maior parte dos jogos bruxos de tabuleiro.

Fomos jantar e ficamos até tarde no Salão Principal. Quando voltamos para o Salão Comunal da Grifinória, ficamos conversando sobre assuntos aleatórios até de madrugada.

Por volta das três horas da manhã, fomos para nossos respectivos dormitórios.

– Gina? – chamei aos sussurros.

– O que foi? – ela perguntou, usando o mesmo tom baixo.

Puxei-a pelo braço até a minha cama e fechei a cortina. Peguei a varinha e murmurei “Abaffiato”.

– Gina, eu queria te pedir desculpa – eu disse.

– Pelo que? – ele perguntou.

– Por você ter entregado o seu segredo, tentando proteger o meu.

– Imagina, Hermione! Aliás, foi ótimo não ter que continuar escondendo aquele segredo até de você. Foi um peso que tirei das minhas costas.

– Nesse caso, que bom que não estraguei tudo.

– Esquece isso, O.K.?

– Tudo bem.

– Agora me deixa dormir, porque estou tonta de sono.

– Boa noite.

– Boa noite.

Ela foi para sua cama e adormeci assim que minha cabeça tocou o travesseiro.