A Agonia que é Viver

Quando deus decidiu morrer.


Eu lembro dele, tão inocente,

Rezando todas as noites,

Para um deus incompetente.

Sua figura, tão pequena,

Abraçada por um deus inexistente.

Confortável no abraço de um anjo invisível,

Ninguém o via,

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Mas ele o sentia,

Mas o anjo,

Não,

Existia.

Quando ele finalmente acordou do transe,

Despertou da fantasia,

Percebendo a traição,

Quis sumir também.

E ele? Existia?

Questionou sua própria existência,

Questionou as próprias memórias.

Se suas memórias não existiam, quem era ele?

Aquela luz brilhante, de um anjo subindo,

Em uma madrugada trágica,

Vidas se esvaindo.

Nenhum anjo subiu.

Não havia nada.

A luz era uma mera ilusão de ótica.

Uma mórbida piada.

E esse tempo todo, ninguém havia o protegido,

Ele sempre dormiu sozinho,

Madrugadas frias,

Sem deus,

Sem anjos,

Apenas um menino.