Oblivion

Fantasma do Passado


Uma vez, você me contou...

Que eu iria me arrepender das minhas escolhas,

E que estar certo nem sempre importa.

Teimosia junto às minhas constantes falhas,

Fizeram-te sair pela porta.

Uma vez, você me recitou...

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Um poema que findava em despedida.

O abraço que nos demos te deixara aflita,

E, mais tarde, eu entenderia,

Que o fim precisa de um símbolo de partida.

Uma vez, você me falou...

Que minhas atitudes te afastavam.

Meus espinhos eram ascos e ariscos,

E que eu não me arrisco a podá-los.

Talvez, você se cansara de senti-los.

Uma vez, você me ignorou...

Na porta de uma casa antiga,

A porta estava trancada e a janela destruída.

Eu tergiversei sobre o motivo da visita,

E você seguiu caminho, irrestrita.

Agora, eu te conto...

Do que adiantou minhas certezas?

E para que serve o meu pranto?

Quando lhe canto uma canção distante,

Ela só dá voz aos meus erros constantes.

Agora, eu te recito...

Palavras que jamais chegarão ao teu ouvido.

Sucinto, minha caneta repousa,

Enquanto minha inata denota,

O motivo de eu ter sido esquecido.

Agora, eu te falo...

Arrependimentos me perseguem em encalço,

E as cicatrizes ardem como calos.

Se me calo na madrugada abissal,

É por temer um frio quase glacial.

Agora, eu te ignoro...

Percebo, talvez, o meu destino sórdido.

Sobre a vicissitude do seu sorriso amargo.

Elucido muitos medos mórbidos,

De você, Fantasma do meu Passado.

~Gabriel.