Naquela noite, Zoro mandou uma mensagem a Sanji para que viesse num terreno em construção da cidade, esse era um lugar que às vezes passavam o tempo fumando e bebendo, falando de assuntos inúteis, mas que recentemente um era persistente: Zoro não parava de dizer que queria comprar uma moto.

Sanji chegou lá, sentia as britas nas solas do tênis e desviava de entulhos. Era um lugar perigoso, alguma ferramenta podia cair daquele prédio em construção, mas assim como Zoro, Sanji não se importava de ser acertado e morrer.

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Fazia frio e vestia uma jaqueta que se ajustava a sua silhueta esguia, as mãos nos bolsos da calça que destacavam suas pernas finas. Ele olhava ao redor e imaginou que Zoro ainda não estaria ali por que havia se perdido.

No entanto, ouviu um barulho de escapamento e foi até a rua, Zoro estava no acostamento sobre uma moto que fez Sanji abrir os olhos surpreso por ele ter conseguido comprar uma. Depois tirou o capacete e sorriu para o seu amigo.

Vestia uma jaqueta pesada de tecido grosso e usava coturnos.

— E então? — Ele perguntou ainda sorridente.

— Ah... bem... pensei que seria uma mais maneira e não... uma scooter.

— Eu sou só um universitário, não tenho dinheiro pra comprar uma topzera!

— Isso é verdade, burrice da minha parte por achar que você compraria uma moto.

— Ei, sobrancelhas, isso aqui é uma moto!

— De brinquedo, né?

Zoro grunhiu e fez um sinal com a cabeça, indicando para Sanji subir.

— Pelo menos ela passa uma sensação segura... — Comentou Sanji, procurando por onde segurar. — Onde é melhor pra se segurar?

— Na minha cintura?

Sanji engoliu em seco. — Sério, marimo?

Por mais que fossem amigos, eram também rivais e não era normal Sanji tocar em Zoro se não fosse para lhe dar um chute.

— Somos dois homens, e daí? Anda, pega na minha cintura.

Sanji concluiu que era mesmo bobeira e apertou a cintura do marimo com suas mãos alvas. — Para onde vamos?

Zoro não respondeu e deu a partida.

A moto não era rápida, mas Sanji até que ria com as curvas bruscas que Zoro fazia em caminhos não premeditados. Não sabia se era por querer ou se estava perdido, o vento em seu corpo o fazia se sentir mais leve e ele nunca pensou que sentiria o corpo forte de Zoro algum dia daquele jeito, por mais que não estivesse envolvido em seus braços, sentia uma espécie de segurança tomar o seu âmago. Repousava a cabeça nas costas do marimo e tentava relaxar, queria esquecer o dia fatídico que teve no seu serviço ou as noites que Zoro não o contatava e passava sozinho, pensando nas escolhas que fez e nos seus monstros do passado.

— Eu vou te curar.

Zoro proferiu do nada, fazendo Sanji voltar a abrir os olhos.

— Como?

— Vamos viajar e você vai sorrir mais.

— Numa scooter?

Zoro riu.

— Mas pelo menos ela é segura e eu quero te proteger.

Ficaram em silêncio, só sentindo seus cabelos esvoaçando sob o capacete juntamente às roupas que vestiam. Sanji voltou a deitar a cabeça nas costas do amigo e sorriu por ser impossível viajarem quando o marimo não sabia nem andar em linha reta. Mas relaxou o corpo e deixou que Zoro guiasse, longe, muito longe. Não custava nada sonhar... para onde será que iriam? E se tornasse real? Exatamente como naquela noite que conseguiu finalmente tocar no marimo depois de sonhar tanto por esse momento?

— Eu te amo.

Naquela noite se sentia nem amigo e muito menos rival.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.