Destino

IV - Where the things get a little weird - pt 2


Capítulo 4 - Where the things get a little weird - pt 2

Entrei. Ouvi o barulho da porta se fechando e imediatamente todas as cabeças se viraram na minha direção. Vou te dizer meu chapa, a sensação de que todos estão te julgando não é nem um pouco legal. Percebi que logo seria excluída por minhas roupas, tendo em vista que a maioria das meninas ali estavam usando calças extremamente agarradas – não sei como cabem nelas, mas enfim – e camisetas bem curtas, a maioria rosa. Os garotos usavam – percebi – a primeira coisa que tiravam do armário de manhã, o que me deixou mais aliviada.

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- Classe – disse o Sr. Tyler - está é Elisabeth Levil. Vai passar o ano conosco. - se voltou para mim - Fale alguma coisa sobre você querida – ele disse e a classe entrou em um silêncio profundo. Deviam estar associando o sobrenome à pessoa.

Bem, eu atravesso os EUA com os meus pais, caçando e matando monstros e afins. Ganhei uma 9mm com balas de prata no natal e tenho 15 anos. E é claro que isso foi o que eu pensei em dizer.

- Alguma coisa tipo o quê? - perguntei e ouvi alguns risinhos abafados. Òtimo, agora virei piada.

- Onde você estudava, por exemplo.

- Em lugar algum, meus pais me davam aulas.

- Seus pais? - disse ele estranhando – Eles te ensinaram em casa? - questionou com um sorriso zombeteiro que eu particularmente odiei.

- Sim, em casa – no meu caso, carro - e posso dizer que eles são perfeitamente capacitados pra isso – disse em um tom nada amigável.

- Certo. Pode ir se sentar agora – disse com tédio na voz.

Como só tinha um lugar onde sentar – atrás de uma perua loira e na frente de um garoto feio, segui para ali, bem no meio da sala. Me sentei e percebi os olhares e cochichos endereçados a mim, com certeza de que não eram bondosos. Tentei não ouvir e prestar atenção à aula.

- Classe, este ano a lista de livros para o 2º ano aumentou um pouco – vários resmungos de tristeza foram ouvidos - Consequentemente, você terão de estudar mais e se dedicarem mais. Passarei os nomes dos livros na lousa.

Romeu e Julieta – Willian Shakespeare

Drácula – Bram Stocker

O morro dos ventos uivantes – Emily Brontë

O Médico e o Monstro – Robert Louis Stevenson

Orgulho e Preconceito – Jane Austen

A guerra dos mundos – H.G Wells

Oliver Twist – Charles Dickens

Ótimo, parece que não estou tão atrasada com relação aos estudos. Dos sete livros passados, já li cinco, e posso dizer com toda a certeza, de que “Drácula”, eu conheço muito bem!

- Então classe, os livros desse ano, apesar de em número maior, são mais leves e divertidos do que os lidos anteriormente. Faremos provas, trabalhos e quem sabe – sorriu – algumas peças teatrais para animar. A Sra Dy...

Mas não deu tempo para ele acabar de falar, o sinal tocou e todos – inclusive eu – levantaram e começaram a se dispersar pelo corredor. Olhei para o meu papel: 08:00 hs, Química/Laboratório.

Perfeito, até que enfim uma coisa realmente interessante, só tinha o pequeno problema de que eu não fazia a mínima idéia de onde era o laboratório.

- Ajuda? - disse alguém atrás de mim, fazendo com que eu me assustasse (de novo) e ficasse com cara de idiota (de novo).

- Mas que porcaria – disse baixinho – Você quer que eu morra do coração? De onde você surgiu afinal?

- Claro que não – respondeu Tom sorrindo, mostrando todos os seus dentes brancos e perfeitos – Iria ser um desperdício tremendo. Acabei de sair da aula de biologia. E você?

- Literatura americana, prestes a ir para o laboratório de química – disse entregando o meu horário na mão dele.

- Mas que coincidência! É exatamente para onde estou indo agora. Você vai odiar o Sr. Clowey, ninguém nunca entende o que ele explica.

E Tom continuou falando e falando até o laboratório. Creio que ele seja popular, pelo menos é o que parece. Todas as garotas por quem passamos pelo caminho olharam pra ele com expressões apaixonadas e para mim com desprezo. Tudo bem que Tom é muito bonito, com seus 1.80m, olhos azuis, cabelo castanho liso e tudo o mais, mas eu estou somente andando do lado dele, não é como se eu estivesse namorando o cara ou coisa parecida.

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- Bom dia – disse o Sr. Clowey quando entramos no laboratório. - Como vocês já sabem turma, vocês ficarão em duplas. Juntem-se com os colegas do ano passado e podemos começar a aula.

Ótimo, que colega escolher? Ah é, não conheço ninguém!

- Sr. Clowey – disse Tom – A Liz não conhece ninguém, eu poderia ficar com ela e a ..

- Sr. Leale, se eu por um acaso, precisar da sua ajuda, eu certamente pedirei. Agora vá se juntar com a Srta. Prescott!

Tom saiu irritado e se sentou com uma loira vestida de – adivinhem – rosa e extremamente peituda. Dei uma rápida olhada pela sala. Todos pareciam ter par, menos um garoto que eu não conseguia ver direito, estava meio que escondido atrás da loira peituda.

- Muito bem, perfeito. Agora só falta um par para a Srta. Levil – e olhou para mim com simpatia - Se alguém ficou sozinho, por favor, levante a mão.

Não vi ninguém levantando a mão, muito menos o garoto escondido atras da Prescott..

- Sr. Clowey, o Matthew Dirci está sozinho - disse a Barbie California tal da Prescott com nojo.

- Muito bem então. Srta. Levil, pode se sentar com o ...

- Sr. Clowey, eu poderia trocar de lugar com ele, Liz gostaria que...

- O que eu já disso – disse o professor irritado – sobre a sua ajuda em horas inadequadas Tom? Vá se sentar e tente ficar quieto – ele respirou algumas (várias) vezes para se acalmar e se voltou para mim. - A Srta. será parceira do Sr. Dirci pelo resto do ano. Pode ir se sentar.

Fui para a mesa e olhei pela primeira vez para o meu parceiro em química. Senti um calafrio. Agora, sem estar escondido atrás de alguém, eu podia vê-lo claramente. Ele era bonito, realmente bonito, mas tinha alguma coisa nele que me faria querer pegar a minha faca e atacá-lo. Seus olhos verdes eram maliciosos e intensos, seu cabelo era liso e loiro, na altura da sua nuca e tinha um corpo realmente escultural, sem contar que era mais alto que Tom por alguns centímetros. Meu instinto de caçadora apitou! Quem – por diabos – era ele?

- Olá – disse ele me encarando com um sorriso que me deu calafrios – sou Matthew Dirci – e estendeu a mão, por pura educação.

- Elizabeth Levil. - apertei sua mão, que estava estendida.

Me sentei e virei para o professor, tentando prestar atenção na aula, o que não foi bem sucedido. Olhava para o Sr. Clowey, via sua boca se mecher, mas não entendia uma palavras do que ele dizia. Estava concentrada em tentar descobrir o porque dos calafrios e da sensação ruim.

- Srta. Levil, poderia me dizer a massa atômica do oxigênio? - disse o professor me tirando dos meus pensamentos e sorrindo porque poderia me dar uma bronca por não prestar atenção.

- 16 u, professor – respondi, graças às aulas de papai.

- Muito bem – disse desapontado e continuou a aula.

- Você parece ser muito boa em química – disse o Dirci me encarando com um sorriso.

- É...

- Parece que finalmente teremos alguma diverão nessa escola afinal – sorriu estranhamente e se voltou para prestar atenção ao professor.

- Estranho, muito estranho. Era como seu eu fosse o prato do dia...

E eu fui salva pelo gongo. O sinal bateu antes que eu sequer pensasse em responder ao Dirci. Próxima aula, história.

Tom amavelmente me explicou o caminho e eu fui para a aula, que definitivamente, era um porre. A Sra. Smith – uma velha feia e gorda – passou a aula inteira explicando seu método de ensino e sobre si própria. Quando a aula acabou, toda a classe sabia que ela tinha três gatos, uma iguana e sinusite.