Destino

XIV - Where the things get so fucking weird...


Capítulo 14 - Where the things get so fucking weird, that i just can\'t believe!

Fui praticamente asfixiada com o abraço apertado que recebi de tom. Ele mal esperou que eu abrisse a porta e foi logo me agarrando. Obviamente que eu teria me desvenciliado de toda aquela demonstração de afeto exacerbada, mas ele realmente parecia desesperado, como se eu fosse morrer ou coisa assim.

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- Graças a Deus você está bem! - Tom disse angustiado – Achei que nunca mais fosse te ver.

- Tom – disse com o que tinha de voz – Eu estou bem aqui e sufocando...

- Solta ela cara, não tá vendo que ela está quase sufocando? - Matthew disse e praticamente me arrancou do abraço mortífero de Tom.

Além de desesperado, Tom estava deplorável; parecia que ia explodir a qualquer momento. Olhou para Matthew e estreitou os olhos, estava se controlando para não saltar na jugular dele.

- O que ele está fazendo aqui Elizabeth Levil? - questionou rispidamente, notei que utilizou o meu nome inteiro pela primeira vez – Você não sabe o perigo que está correndo, ele tem de sair daqui.

- Eu confio no Matthew – disse automaticamente, antes que as palavras pudessem sequer passar pelo meu cérebro e serem confirmadas – Agora vamos conversar na sala porque aqui tá frio.

Ouvi o Tom reclamando alguma coisa baixinho, creio que Matthew tenha escutado, pois começou a rir com as mãos na frente da boca. Ele entrou sem questionar e sentou na cadeira favorita de vovô J, parecedo extremamente cansado. Sentei no sofá em frente da cadeira do vovô e Matthew sentou do meu lado; no que Tom praticamente rosnou pra ele.

- O que foi que aconteceu Tom? - perguntei calmamente.

- Você vai achar que estou louco... – falou baixinho e abaixou a cabeça.

- Se você soubesse das coisas que eu já fiz, não falaria sobre loucura. - Matthew disse, inumanamente feliz.

- Matthew! – berrei de medo – Você tem algum tipo de problema? - dessa vez sussurrei para que só ele escutasse – Ele não pode saber de nada.

- A questão é exatamente essa Dirci – Tom falou, levantando os olhos e olhando para Matthew friamente. - Eu sei o que você já fez.

Todos ficamos em silêncio, digerindo tudo o que já havia sido dito. Parecia que o tempo havia parado devido à tensão do momento.

- Do que você está falando especificamente? - Matthew questionou, medindo as palavras.

- Eu sei que eu já disse isso Liz, mas você vai achar que estou louco – disse me olhando com uma expressão estranha e pegando na minha mão – Mas você vai ter de acreditar em mim, para o seu bem!

- Tudo bem, mas fale logo. - falei exasperada.

- Foi antes de você vir pra cá, pelo menos um mês antes – falou parecendo meio desligado – Eu estava na cozinha lavando a louça do almoço, quando tive um tipo de sonho, só que acordado; entende? - me olhou nos olhos, buscando compreensão – Eu vi esse babaca aí do teu lado, todo sujo de sangue e carregando um corpo sem vida pra fora de um galpão imundo. Quando dei por mim, a pia estava tranbordando e a cozinha ensopada.

- Você sonhou com isso Tom – falei aliviada, enquanto Matthew estava branco feito papel. - Eu achei que fosse uma coisa mais preocupante cara, você me assustou.

- Mas não foi só isso. No dia seguinte aconteceu de novo, mas dessa vez eu estava ouvindo música na sala. Eu vi você e esse idiota aí correndo por um estacionamento ou o que quer que seja, com as mesmas roupas daquele dia do jantar. Do nada vocês se separam e algum animal gigantesco apareceu e atacou o Dirci – me olhou seriamente – Acordei do transe logo em seguida. Desde a primeira vez que isso tudo começou, não consigo passar nem um dia sem que aconteça isso, e a cada dia que passa, as lembranças mudam, alternando entre passado, presente e futuro. De alguma forma, eu consigo ver o que vai acontecer, o que está acontecendo e o que já aconteceu! - terminou de falar quase saltando da cadeira – Não te falei antes porque achei que você fosse reagir mal, mas quando vi as coisas que o Dirci e os pais já fizeram, eu tinha de te alertar!

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Matthew ao meu lado parecia que havia perdido todo o sangue do corpo, de tão pálido que estava; e eu... fique paralisada.

- Pela primeira vez parece que acertei algo certo? - Tom disse sarcasticamente, o que não era do seu feitio.

- Parece que sim Tom – respondeu Matthew com um fio de voz – Mas temo que você tenha entendido tudo errado.

- O caramba que eu entendi errado! - Tom explodiu – Eu sempre soube que você não seria uma boa influência pra ninguém nessa cidade. Sempre com esse olhar assassino pra cima...

Ele não terminou de falar. Olhei pra cima pra ver o que havia acontecido, e somente vi Tom parado com o olhar focalizado no nada. De repente, suas pupilas subiram tanto que seus olhos ficaram brancos e o ar dentro da casa se tornou extremamente gelado, como se alguém tivesse aberto todas as janelas.

- Eles estão vindo, jamais vão esquecer – Tom quebrou o silêncio e sua voz saiu grossa e cavernosa, como se estivesse vindo das profundezas do inferno – Querem encontrar a profecia para saber o que fazer. Tomem cuidado com o que desejam, pois tudo pode acontecer. - terminou sua fala e deu uma risada macabra, que ecoou por toda a casa.

O vento cessou e os olhos e Tom voltaram ao normal lentamente. Ele olhou para mim e depois para Matthew, pois devíamos estar boquiabertos de surpresa e medo.

- Porque vocês estão me olhando assim? O errado da história não sou eu!

Ainda mais estranho do que ele havia feito, era o fato de que, aparentemente, ele não se lembrava de nada.

- Que merda foi essa?

- Não pode ser verdade – Matthew disse sorrindo – Você é um desgraçado de um vidente! - se virou pra mim gargalhando – Ele é um desgraçado de um vidente! Garota, você é praticamente um imã de encrenca!

- Pare de falar besteiras Matthew – disse irritada – Foram só alguns sonhos e essa brincadeira idiota que ele fez, nada de mais. - disse sem convicção alguma.

- Se você não quer enxergar a verdade, o problema é todo seu – Matthew deu de ombros – Mas eu realmente estou preocupado com isso que ele disse/profetizou. So consegui interpretar as palavras de modos, er... que não acabarão bem para a humanidade, se for sobre isso mesmo que eu estou pensando – terminou coçando o queixo pensativamente.

- Eu profetizei alguma coisa? - Tom perguntou perdido.

- Acho que teremos de contar a verdade pra ele agora, sobre tudo. - Matthew disse.

- “Teremos” o caramba, se você quer que ele saiba, vá em frente e conte, só não me meta no meio! - falei irritada, odeio quando as coisas fogem do meu controle.

- Pedra, papel, tesoura? - Matthew disse e fez uma cara de cachorrinho sem dono, extremamente fofa.

- Sem chances – disse e empurrei os dois pra fora de casa – Vocês que se entendam ou se matem ! Adeus.

- Elizabeth – os dois praticamente choraram na entrada da casa.

Bati a pota e tranquei com a chave. Precisava escrever urgentemente uma carta para os meu pais contando tudo, e também de uma noite de sono, sem sonhos, profecias ou monstros.