You And Me

Capítulo 5 - Notícias Ruins


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Macio, quentinho, confortável... Não sinto mais dor. Onde eu estou?

A luminosidade do local atrevidamente invadia os meus olhos, fazendo-me despertar sonolentamente. Minha vista meio embaçada se deparou com um quarto de paredes levemente azuladas e com uma voz, digamos que bem simpática, ecoando pelo local.

- Ahh que bom! Rukia-chan acordou! – Uma voz bem familiar...

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- Isshin-sama? – indaguei meio tonta.

- Rukia-chan, já te falei que você não precisa de tanto formalismo. Afinal você é a minha terceira filha! – Terceira filha... Era sempre cômico escutar essa denominação proferida pelo o extrovertido e excêntrico Kurosaki Isshin... Sim, Kurosaki... Ele é o pai do meu “tormento” laranja e amigo de longa data do meu irmão.

- Rukia, você está bem? – falando nele. Meu nii-sama acabara de adentrar ao recinto. Estava refinado como sempre, com suas roupas elegantes de grife e sua postura impecável, no entanto, algo em seu olhar não mostrava a calma que ele sempre transparecera. E isso me intrigava.

- Estou sim, Nii-sama. – ele me observou com uma feição meio séria – Acho que isso deve ter sido por causa das minhas costumeiras enxaquecas. Nada demais – Espero... – Mas... Como vim parar aqui?

- Aquele garoto, Kurosaki, lhe trouxe. Filho desse desmiolado aqui e seu amigo. – Então foi ele mesmo, então eu não estava sonhando ou imaginando na hora. Era de fato a sua voz chamando o meu nome antes de perder a consciência.

- Oh, meu filho ingrato finalmente fez algo correto – declarou o médico dramaticamente.

- E onde ele está? – perguntei procurando disfarçar ao máximo a minha curiosidade.

- Depois de muita insistência, eu consegui convencer a ele em ir para casa. Ele não queria sair daqui enquanto você não acordasse Rukia-chan. – E mais uma vez aquele ruivo conseguiu me deixar com “um ponto de interrogação”. O que ele estaria pensando depois de tudo? Estaria arrependido? Será que ele realmente queria conversar comigo?

Como eu queria falar com ele, mas, infelizmente, não é tão simples.

Balancei a minha cabeça tentando afastá-lo um pouco de minha consciência, embora que fosse difícil, ao menos tinha que tentar. Mudei então o assunto da conversa.

- Humm... É... Quanto tempo eu fiquei desacordada? – minha simples e inocente pergunta fez a atmosfera do local mudar.

- Err.. Por quase três dias Rukia-chan. – respondeu o Sr. Isshin, voltando a sua postura profissional.

- Três dias? – indaguei incrédula. Afinal o que estava acontecendo comigo? Aquilo já estava passando da normalidade. Olhei para as duas faces presentes no lugar, e elas ainda que não falasse nada, pareciam seguir a minha linha de pensamento.

- Isshin-san... – respirei fundo – Seja sincero comigo. O que eu tenho? – vi meu irmão virar o seu olhar para o lado. Talvez fosse uma pergunta ainda precoce, mas diante dos fatos, eu não podia negar que algo estava implícito ali. – Por favor...

- Rukia-chan, a doutora Unohana e eu fizemos vários exames em você e... – sua expressão era muito séria e profissional. – E em alguns deles acusavam negativo para qualquer doença.

- Então eu não tenho nada? E todas essas dores que eu tive? E o sangramento? – algo nesses dados me dizia que isso não era tudo.

- Rukia-chan, você é uma pessoa que tenho um grande carinho – Ele observou um pouco o meu irmão que continuava absorto e retornou para mim. – Realmente a considero uma terceira filha e seu irmão como o meu. Você sabe que faria de tudo para que eu pudesse garantir a sua saúde, mas nem tudo está ao meu alcance... – hesitou um pouco, deixado-me mais nervosa – Como eu falei, fizemos vários exames, e muitos não deram em nada. Estanhamos a ausência de dados, afinal os sintomas não saíram do nada. Encaminhamos então o seu caso ao um dos nossos melhores médicos, Ulquiorra Schiffer. Ele fez exames mais profundos em você, de alta tecnologia e... – ele parou e me encarou seriamente.

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A essa altura os meus olhos vidrados e confusos deixavam uma lágrima temerosa cair. A verdade estava estampada, no entanto por mais dolorosa que fosse, eu precisava saber.

- Isshin-san, por favor. – abaixei a cabeça, como se fosse receber uma sentença

- Rukia-chan – ouvi-o suspirar pesadamente – Você infelizmente está com um tumor cerebral.

Um tumor? Um câncer?

O mundo parou a minha volta, não sabia o que pensar. A única coisa que me veio a mente era a provável conseqüência da presente moléstia. Uma nova cratera parecia abrir debaixo de meus pés.

Às vezes a vida é má e eu não consigo ver a luz

Um forro de prata às vezes não é suficiente

Para fazer alguns erros parecerem certos

O que quer que a vida traga

Eu já passei por tudo

E agora caio de joelhos novamente

- Esse... Tumor é maligno ou benigno? – perguntei ainda estática, com a voz trêmula.

- Infelizmente é maligno Rukia-chan. - fechei meus olhos em uma tentativa ilusória de tudo aquilo ser um pesadelo, alguma brincadeira de mau-gosto ou uma produção cinematográfica, mas não era. Por mais que quisesse fingir ou imaginar, a realidade nua e crua estava ali, face a face comigo.

Incapaz de proferir algo mais, as lágrimas responderam por mim. Então era isso... Todos os meus sonhos, toda a minha vida seriam triturados por uma doença. Todos os meus anseios... Tudo por água abaixo.

Às vezes a vida é injusta

E você sabe que é claro entender

Ei Deus, eu sei que sou só um ponto neste mundo

Você se esqueceu de mim?

O que quer que a vida traga

Eu já passei por tudo

E agora, estou de joelhos de novo

Diante do iminente desespero, senti braços reconfortantes me acolher. E para minha surpresa era o meu nii-sama, mostrando um “estou contigo” naquele simples gesto. O “insensível” Kuchiki Byakuya estava ali mostrando todo o seu carinho a doente irmã casula. Isso me tranqüilizou e muito. O Sr. Isshin também veio ao meio encontro, segurou na minha mão e resvalou com determinação, olhando nos meus orbes marejados.

- Rukia-chan, eu prometo que eu não deixarei essa doença levar você. Isso não é o fim, existe tratamentos para o câncer. Você pede estar cansada de escutar, mas a medicina realmente evoluiu muito. – ele estendeu um longo sorriso, enxugou as minhas lágrimas e faz um sinal de positivo. Naquele momento quem falava não era somente Kurosaki Isshin, o médico, mas sim Kurosaki Isshin, o pai. E eu realmente me senti sua filha, tendo pela primeira vez aquele sentimento aconchegante e tranqüilo, que somente uma figura paterna poderia proporcionar – Nós vamos conseguir Rukia-chan. E só confiar na gente e olha... Nunca perca a esperança, viu mocinha?! – Encerrou beijando-me a testa. Diante dessas belas palavras, o meu coração se aquietou mais, possibilitando que eu desse um leve sorriso e agradecendo sinceramente.

Mas eu sei que devo seguir em frente

Embora doa, eu devo ser forte

Porque dentro de mim, eu sei que muitos se sentem desse jeito

- Obrigada, Sr. Isshin.

Crianças não parem de dançar

Acredite! Você pode voar

Para longe... bem longe

Continua...