Arcane

Are We Lovers Or Are We Friends?


Eu me apaixonei em 1 de Setembro de 1964 por Andrômeda Black. Lembro perfeitamente do momento que a vi chegar com o pai e a irmã mais velha, Bellatrix. Ela parecia um pouco assustada, mas a animação era evidente em seu rosto. Seus olhos castanhos brilhavam enquanto percorriam todo o ambiente à nossa volta. Se eu pudesse descrever tudo aquilo em uma única palavra seria encantador; a forma como ela sorria, arrastando o enorme malão e seguindo a irmã, para a qual torcia o nariz algumas vezes mesmo sem perceber.

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Quando percebi que elas se aproximavam e se juntariam ao pequeno aglomerado de pessoas onde eu e minha irmã Emma estávamos, minhas mãos suaram e meu coração se acelerou. Seguindo-a com os olhos, meu cérebro pré-adolescente ainda não havia percebido que aquela garota seria meu ímã, que eu orbitraria a sua volta como um eterno planeta atraído por sua estrela brilhante. Não, Andrômeda não seria meu Sol, com o passar dos anos ela se tornou a porra de toda a minha galáxia.

Emma e Bellatrix logo começaram a conversar e eu constantemente desviava meus olhos na direção da Black mais jovem. Estava curioso, afinal ela não parecia confortável ali e, logo, minha mente começou a fantasiar sobre isso. Talvez Andrômeda também não concordasse com os envolvimentos de sua família com a magia das trevas. Poderíamos ser amigos e compartilhar nossas frustrações com o legado obscuro de nossas famílias. Mas talvez, ela apenas não tinha amigos e por isso se sentia deslocada. Não sabia, mas de alguma forma o Jeremy Burke de 11 anos foi corajoso o suficiente para se aproximar dela quando percebeu que ela o olhava e estender sua mão.

— Sou Jeremy Burke. Parece que nossas irmãs são amigas. – Ela fez uma careta,me avaliando, o que fez meu interior se revirar. Definitivamente, Andrômeda Black não concordava com as ações da família. – Vai ter que fazer melhor do que isso se não quiser que eles descubram que não é assim como eles, Black.

— Assim como, Burke?

Segurei o riso. Era incrível que ela nem mesmo percebesse o quão óbvio era seu desprezo por toda aquela idiotice de sangue puro.

— Uma completa babaca preconceituosa.

Pisquei, esperando por sua reação. Percebi que Andrômeda olhou para seu pai e senti um frio revirar de novo minha barriga, dessa vez nada parecido com aquele que meu acompanhou enquanto a olhava ao longe. Era medo e receio. Mas então, ela gargalhou, aproximando-se de mim e apertando minha mão. Se eu já não a adimirasse como um maldito tolo apaixonado, eu começaria naquele momento.

A segui para dentro do expresso e os anos seguintes poderiam ser perfeitamente resumidos nesse momento: eu, sorrindo, seguindo Andrômeda por onde quer que ela fosse, me sentindo o bruxo mais sortudo do mundo por ser seu amigo.

O que o pequeno Jem de 11 anos não poderia imaginar e o Jem mais velho demorou a perceber era que ser apenas amigo de Andrômeda não seria suficiente para meu coração imprudente. Porque eu não me apaixonei por minha melhor amiga, eu tornei o amor da minha vida a minha melhor amiga.

Minha história com Andy não teve um final feliz e nem deveria ter. Ela me amava, porém não da mesma forma que eu a amava. Eu não era o cara que provocava borboletas em seu estômago, fazia seu coração acelerar ou suspiros saírem de seus lábios, mas estava tudo bem. Sentimentos não são algo que se pode controlar e, se Andrômeda não era apaixonada por mim, era melhor sermos apenas amigos. Eu apenas queria ter descoberto isso antes de me envolver demais com meus próprios sentimentos e bagunçar tudo.