Metade
Metade de mim é o que penso, metade um vulcão
Após os dramas com um local tropical, onde tudo se resumia a ondas de calor exorbitantes e pancadas de chuva, Iris sugeriu para que ela e James se mudassem para um lugar onde o calor excessivo fosse substituído por um cieiro bem-vindo.
O calor, é claro, não seria um problema se James não fechasse os olhos e o associasse imediatamente às matas vietnamitas. Mal podia dormir à noite sem suar frio, diabos. Não colocaria nas mãos de fada de Iris os cuidados de um moribundo ambulante e sofrendo por traumas. Ela já havia desistido da vida feérica por ele, o mínimo a fazer era suavizar seu sacrifício.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Está se culpando de novo, não está? — Iris avizinhou-se ao seu lado, acariciando seus cabelos castanhos “grandes demais para o meu gosto”. — James... Eu já lhe disse. É um prazer estar ao seu lado...
— Tenho medo de que se arrependa — ele a confidenciou, num tom de voz inseguro. — De que sinta saudades de casa e não conte para mim por medo de me magoar.
Iris sorriu gentil.
— Isso não vai acontecer. É provável que eu vá sentir, mas não vai doer. Doeria mais se te deixasse para trás.
Então, ela deitou a cabeça em seu colo. James desejou ter sentido.
— Veja, nós podemos plantar abóboras... Aljofrar algumas com magia... Ou plantar rosinhas... Não vai ser uma vida terrível, eu prometo.
James sorriu de lado, acariciando seus cabelos macios.
— Não sei o que fiz para merecer que ficasse, sabia...?
— Ah, eu sei. Foi você mesmo, James... Isso já me garantiu a estadia.
Iris sempre saberia o que dizer para confortá-lo. Deus sabe onde estaria se ela tivesse decidido ficar na Terra das Fadas. Morto, provavelmente.
Ela sempre seria a metade que nunca soube procurar até encontrar. James iria amá-la até os confins da vida.
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