Song as Old as Rhyme

PROLOGUE: tale as old as time


PROLOGUE:

{tale as old as time}

“Tale as old as time

Tune as old as song

[...]

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Bittersweet and strange

Finding you can change

Learning you were wrong

Certain as the sun

Rising in the east

Tale as old as time

Song as old as rhyme”

.

(Tale as Old as Time, Beauty and the Beast)

Os três eram um emaranhado quase incompreensível, mas havia uma certeza: a de que não faltava amor entre eles. {Princesa Mecânica, Cassandra Clare, capítulo 22}

Essa é uma canção tão antiga quanto o tempo. Talvez você já tenha ouvido algumas de suas rimas ou valsado ao som de sua melodia agridoce. Ainda assim, acho difícil que conheça a música inteira. Algumas de suas principais estrofes se perderam nas trincheiras dos séculos. Foram esquecidas pelos deuses e pelos homens. Engolidas por Cronos, da mesma forma que ele engoliu seus filhos e que engole cada mortal que já veio ou virá ao mundo.

Ainda há quem cante a canção e se inspire por ela, é verdade. Porém, suas partes incompletas tornam a história uma mentira. Porque essa não é uma balada sobre ódio ou rivalidade. Não é uma cantiga sobre sofrimento ou tragédia. Não é uma ária sobre corações em guerra. Pelo contrário. Essa é uma canção de amor. E sobre o amor. Sobre três corações batendo em perfeita harmonia. Sobre três almas tão entrelaçadas que se uniram em uma melodia tão única que nem um bardo foi capaz de reproduzi-la com precisão.

É uma canção sobre uma garota que passou anos trancada em uma torre, sonhando com sua liberdade. Sobre um rapaz que nasceu destinado aos deveres da realeza, mas que tinha a arte em sua alma, e passava seus dias sonhando com pintas, telas e belas imagens. Sobre um plebeu que sabia que só conseguiria ascender socialmente com a guerra e com o sangue que tingiam sua espada e que, ainda assim, sonhava com a paz. Uma história sobre três sonhadores que, por algum motivo, as Moiras resolveram unir, tecendo os fios de seus destinos em uma única trama. Sobre três pessoas que não deveriam se amar, mas que se amaram mesmo assim. Sobre uma bela Guinevere, seu nobre marido e um cavaleiro corajoso.

Esqueça a canção que é familiar aos seus ouvidos. Vou lhe contar o que de fato aconteceu. Sou a única capaz de fazer isso, afinal. Porque sou Mnemosine[1] e não me esqueço. Não posso me esquecer. Uma vez dei a luz à poesia épica, à poesia romântica, à história, à tragédia, à comédia, à dança e à astronomia. Minhas nove musas. Minhas nove filhas. Saídas de meu ventre como um presente para a humanidade. Minhas nove filhas que me ajudarão a narrar esse conto. A cantar essa canção que, como tantas outras, tropeçou nas garras do tempo e hoje vive apenas em mim.

[1] Na mitologia grega, Mnemosine é uma titânide que personifica a memória. Também conhecida como a deusa da memória e da lembrança.