Cada passo

parte das ondas; único


Os primeiros passos foram como pisar em espinhos. Era incômodo e doía, mas uma dor que dava para aguentar. Mas infelizmente, não demorou para que aquele incômodo se convertesse para uma dor lancinante, a sensação de estar pisando em facas afiadas que cortavam seus pés a cada passo enchia seus olhos de lágrimas, mas ainda assim aguentaria forte.

Não importava se doía e sangrava. Estar em pé, com suas próprias pernas, fazia valer o esforço. O sorriso dele fazia valer. Mesmo quando não era direcionado para si.

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Não se importava de sorrir provocador e dizer frases de duplo sentido apenas para vê-lo corar ou não entender. Não se importava de sentir o coração doer ao vê-lo babar pela garota que sabia que ele amava.

Sabia, desde o início, que não ele não pertenceria a si. Porque sempre seria apenas um amigo. Um colega, alguém em que Jin podia confiar. Por isso não se importava.

Não tinha porque doer. Aliás, duvidava fortemente que algo pudesse doer mais do que seus pés, que sangrava todos os dias pela sensação cortante de cada passo, sensação que era tão distante da confortável e familiar que era ter a sua cauda.

Mas infelizmente não importava. Sua cauda nunca mais voltaria, trocada no impulso pelas pernas que agora lhe carregavam até o lugar onde o rapaz sorria para si.

E certamente, não importava nada do que pensasse, porque enquanto o observava de mãos dadas com a garota, os dois tão felizes, descobriu que algo podia, sim, doer mais que seus pés, afinal de contas.

E agora, só lhe restava sorrir para eles e esperar que seu coração parasse de doer no dia seguinte, quando os dois se casariam e Azin enfim voltaria para as águas do mar, porém não mais como sereia ou príncipe dos mares, mas sim apenas como uma parte, ínfima, das ondas onde os navios dos homens continuariam a navegar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.