— Eu NÃO ACREDITO que você não disse nem o nome dela! — Hades tinha um misto de surpresa e frustração.

— Ah, meu bem… Em breve eu vou ter que voltar ao mundo mortal e não vou poder acompanhar tudo tão de perto. Sabe como minha mãe é, ela vai sugar toda a minha atenção… Não queria perder a parte divertida, então quis deixar as coisas mais lentas.

— O problema, meu amor, é que eu não sabia disso! — Hades riu nervosamente — Eu contei pra Esther que Claude tinha a porcaria da pedra!

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— Sim, exatamente como havíamos combinado! Você é tão prestativo, meu bem!

Perséfone estava burlando as regras do próprio jogo, e isso o irritava e encantava ao mesmo tempo.

— Mas agora ela tem uma vantagem que ele não tem!

— Ela é uma mulher estrangeira, sozinha na sociedade misógina da França do século quinze. Ele é uma figura de poder do Estado, e possui um pequeno exército à sua disposição. Não ouse falar que é injusto.

— Certo, você tem um ponto. — Admitiu Hades, a contragosto.

— E quando eu não tenho? — Perséfone ficou na ponta dos pés e beijou o rosto de seu marido. — Vou terminar de arrumar as minhas coisas pra ir ver a mamãe, se cuide.

Hades suspirou, juntando as mãos em frente ao corpo. Seriam longos seis meses sem a sua esposa, e ela o havia deixado com um problema. Estender o jogo não fazia parte do plano, e jamais deveria ter acontecido; Perséfone estava sendo imprudente demais, e se fossem descobertos iria sobrar pra ele. Sempre sobrava pra ele.

Mas agora o estrago havia sido feito. Sem a esposa ali, se interviesse no mundo mortal chamaria a atenção indesejada do Olimpo, e "estar tentando consertar algo" que sequer deveria ter começado não seria uma desculpa plausível para livrá-lo do Tártaro. Só restava a ele observar e esperar que aqueles dois retornassem ao mundo dos mortos o mais rápido o possível.