As Doze Casas Estereotipadas

Vai chorar? — Grande Mestre


Quando finalmente chegou nos últimos degraus do décimo terceiro templo, estava suado e ofegante. Tirou a máscara de sua mestra e jogou-a no chão, correndo até a porta e a abrindo com um chute.

— Você, seu Grande Mestre falsificado, eu… quê?

Foi uma surpresa ao ver o homem mascarado sentado em um trono e escrevendo em um caderno. Reconheceu as letras da capa, estava escrito em grego: Diário de Fofoca. Assim que o mais velho percebeu estar sendo vigiado, interrompeu suas anotações fechando o “livro” abruptamente e olhou para o rapaz.

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— Então você conseguiu cumprir o desafio das Doze Casas, hein? Mesmo que apenas um tenha chegado até o final…

— Diário de fofoca, já sei quem você é, seu futriqueiro! Você é o cavaleiro de Gêmeos!

— Acertou, quer um biscoito? — retirou a máscara, apenas para mostrar seus olhos revirados.

— Eu quero que você retire a flecha da Saori, o que tu faz com essa merda pouco me importa!

— Você é muito afrontoso para um cavaleiro de bronze. — cruzou os braços e negou com a cabeça. — Para salvar Saori, você deve esticar o báculo de Athena na direção da casa de Áries.

— O quê? Como você sabe que ela está lá?

— Sabendo.

— Então é só fazer isso? Onde tá o inferno desse báculo?

— Subindo aquelas escadas, você encontrará o Templo de Athena.

— Valeu então, tio fofoqueiro — sorria vitorioso — Partiu, Templo de Athena!

— Tio não! Porra, eu sou Grande Mestre, mereço o mínimo de respeito!

— Merece nada, você flechou Athena. Titio! — mostrou a língua e saiu correndo.

— Agora eu fiquei puto! Tu não vai mais passar porra nenhuma.

— Desculpa aí o jeito. Só quero salvar Athena…

— Porque a garota é a tua crush?

— Oi? Como assim? Quem disse isso?

— Um bom fofoqueiro nunca revela suas fontes, idiota. Mas é isso o que você é, além de um fanfarrão engomado que só pensa em dormir e comer, você é um gadinho. Acho que o Máscara da Morte não vai ser o único que levou um pé na bunda. Ou no seu caso, galha.

— Tá me chamando de corno? Nós nem sequer namoramos.

— Então tu está dormindo na fila, Potrinho. Ou está correndo em uma esteira. Fiquei sabendo que você até chegou a “buliná-la”.

— Eu nunca faria isso!

— Fazer cafuné sem permissão é uma coisa questionável.

— NÃO TINHA NEM COMO VOCÊ FICAR SABENDO DESSAS COISAS!

— Mas eu sei. E aí? Vai chorar?

— Eu...eu… caralho… — se segurava para não dar ao falso patriarca o que ele queria — Esse assunto não é do seu interesse! Eu vou passar nessa porcaria! Dá licença ou eu terei que usar a força, já não tenho muito tempo para ficar nessa ladainha. Vocês cavaleiros de ouro falam mais do que a própria língua. Por Athena!

— Só sai no soco quem não se garante no argumento. Mas era esperável tal comportamento vindo de um pivete como você. Eu dei toda a liberdade para você passar e me agradeceu como? Me chamando de “titio”. Ai não aguenta quando devolve no bate-boca.

— Quer saber? Caguei! Eu treinei para ser um guerreiro, não um advogado — entrou em posição de batalha — Meteoro de pégaso!

— É só isso que você tem? — disse depois de se desviar facilmente — E o sétimo sentido, cadê? Sem isso você não tem a menor chance! — suspirou — Não se preocupe que o “tio” aqui vai te ensinar do jeito que o burrinho aprende, NA PORRADA!

Saga segurou o menor pelo pescoço e o jogou contra o chão, chutou-o, cuspiu, fez de tudo com o coitado, que estava com os lábios entreabertos tentando respirar depois de tantos golpes. Saga só parou quando uma presença havia entrado no salão de repente.

— ACABOU COM ESSA MERDA! — chamou a atenção dos presentes, atrás de si estavam os outros cavaleiros — Não precisa mais lutar Seiya, ou apanhar. Enfim, já estou bem e consegui tirar essa porcaria de flecha que furou e manchou o meu lindo vestido de sangue, porém essa não foi a pior parte!

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— Senhorita Athena, não precisa dessa raiva toda. Eu reconheço o meu erro e…

— Cala a boca falso Mestre! Eu já sei que você é Saga de Gêmeos, o fofoqueiro que tomou o lugar do verdadeiro patriarca.

— O velho Shion tá no retiro com outros velhos, nem ele aguentava mais esse estresse! Eu fiz um favor à ele.

— E FEZ GERAL AQUI DE TROUXA? SEU FILHO DA PUTA! — berrava o ariano.

— PARA DE GRITAAAAR! QUEM TÁ COM RAIVA AQUI SOU EU, SEU MERDA! JÁ NÃO BASTOU FICAR DOZE HORAS GRITANDO NO MEU OUVIDO JUNTO COM ESSE PENTELHO? CALA A BOCA!

Só então Seiya percebeu que Kiki estava ali no meio, no colo do cavaleiro de Leão. Aquilo ali com certeza daria numa treta em outro momento.

— Como a senhorita tirou a flecha?

— Na força da raiva! Como eu ia ficar quieta, quase MORTA ouvindo esse… esse ariano de MERDA gritando? Gritando porque o Kiki não come rabanete, gritando porque não consegue entrar na Disney Plus, não parou UM MINUTO!

— Ariano de merda não! Mu de Áries para a senhorita! — bufou indignado — Eu arrumei as armaduras desses quatro trouxas aqui, estou cuidando desse fedelho que não é fácil — tentou pensar no mantra, mas deu errado — Quer saber? Foda-se! Eu vou voltar pra minha casinha e fique com o Kiki pra você cuidar por uma semana para ver como eu sofro! Ser incompreendido é foda!

— Mu, calma… você precisa ficar de boa… — falava Afrodite, com toda a calma do mundo. seus olhos estavam avermelhados e Shun estava dormindo em seu colo.

— Dá essa bosta de pólen aqui! Caralho, eu quero ficar sem meus cinco sentidos.

O cavaleiro… ou amazona de Peixes enfiou a mão no bolso e tirou de lá um vidrinho cheio de pétalas de rosa. Mu o segurou com força e virou de costas, descendo apressado e resmungando baixo.

— Tadinho… espero que ele fique calmo.

— Mestre Mu só fica calmo se nascer de novo em outro signo! Sabia que ele fala dormindo? Ele estava brigando! — O pequeno Kiki comentou baixinho. Saga, esperto como era, “roubou” a criança de Aioria e começou a enchê-la de perguntas.

— Bom, acho que o assunto está resolvido por aqui — disse o indiano — Vou tentar adiantar a faxina do sótão. Ainda bem que eu senti os cosmos de vocês se aproximarem de Virgem e deu tempo de avisar que o piso estava molhado — suspirou — Agora se sujarem o meu chão… — abriu seus olhos intimidadores — Não serei bonzinho… — deu as costas e desceu.

Outros cavaleiros acabaram descendo junto de Shaka. Aioria queria continuar admirando o seu banner e chamou o pequeno ariano para comer porcarias e jogar videogame na casa dele, Kiki saiu de perto de Saga correndo para o colo do “titio”.

— Você é o tio mais legal que eu tenho, tio Aioria!

— Puxa saco. — Saga resmungou, anotando mentalmente: “Leãozinho compra a simpatia do arianinho com doces e videogame.”

Com a aglomeração se dissipando, Ikki percebeu algo um tanto curioso e estava irritado com o fato.

— Afrodite…

— Fala, chuchu.

— Você largue ele, que ele é MEU irmão. Vai caçar o seu! — abraçou Shun e com muito esforço o segurou no colo, porque estava com o braço dolorido de tanto esfregar aquele maldito chão.

— Vocês todos estão precisando ficar “de boa”. Que tal uma festinha em comemoração à Deusa Athena?

— Eu não. Voltei com a Sam, hoje eu sou um homem feliz!

— Aí sim, Máscara da Morte! Falei que você precisava de mais autoestima, o Shura me disse que para perder a autodepreciação é preciso um treino constante.

— Bom ver que está botando meus conselhos em prática. — sorriu orgulhoso, queria começar um esquema de pirâmide e Shiryu era perfeito para realizar essa empreitada. — Alguém está com vontade de conhecer a Excalibur Consultoria e terem os melhores concelhos para aplicar em sua vida pessoal e acadêmica?

— Não começa. Por favor. — Milo ergueu a mão, pedindo silêncio. — Ninguém suporta mais essa sua palestra de “ain ain, currículo, ain ain, empresa”, tudo é esquema de pirâmide. Você nem formação tem! Só saiu dando conselhos óbvios para desavisados que estão em crise e desesperados por qualquer tipo de amparo, e sabe? Você se dá muito bem com isso, por causa disso todo mundo gosta de você e de suas palestrinhas mais baratas e rasas do que pinico furado!

— Larga de ser chato, Milo!

— Pelo menos eu tenho formação acadêmica, sou certificado.

— Pelo menos ele não nos forçou a se beijar no meio da casa! — Hyoga, que até então estava quieto e de olho naquele caderninho do Saga, deu sua patada.

— COMO É QUE É?! — gritaram Saori e Ikki juntos. Shun chegou até a acordar ainda grogue.

— O q-que houve? — perguntou confuso — Senhorita Saori, que bom que está bem. Então o Seiya conseguiu?

— Conseguiu apanhar até dizer chega — disse a deusa — Eu consegui me safar sozinha, fofinho.

— Isso é ótimo! — esboçou um sorriso radiante — Eu estou me sentindo estranho…

— É que você finalmente relaxou, ô verdinho — o pisciano deu uma piscadela — Aconselho que durma bastante, pois você comeu bolinhos demais e…

— Não estou sentindo o meu tato — empalideceu — Espera aí, o que é isso? — seu cosmo brilhava mais forte.

— Acho que você acabou de transcender. O nome disso é sétimo sentido. — Shura colocou a mão no queixo, olhando melhor para o virginiano. — Ditinha, linda do meu coração, quero ter uma conversa séria contigo sobre seus bolinhos.

— Alguém tem que acabar com essa farra. Esse cara deu um monte de coisa estranha para o Shun comer e ninguém se importa? — Cisne estava pasmo.

— Sinceramente? O garoto me parece “bem” — disse a amazona de Águia recém chegada — Você precisa baixar a crista e relaxar.

— Nessa última parte eu devo concordar com a Marin — o francês se manifestava pela primeira vez diante de toda a confusão — Nós já conversamos tanto, Hyoga. Tem que parar de falar sisudo assim ou ninguém vai suportar ficar perto de você. É isso que quer?

— Ai mestre… Quitei daqui, tchau pra vocês!

— Tadinho, Camus… não precisa ser tão rude assim com o rapaz — Afrodite estava brincando com suas longas unhas.

— Não… ele tá certo. O Hyoga é chato, acha que todo mundo é burro e só ele é inteligente. — Ikki sorriu. — Insuportável.

— Só eu posso falar mal descaradamente do meu pupilo.

— Desculpa aí.

— Gente… — Uma voz meio distante disse de forma rouca. — Alguém pode vir me ajudar? Eu não me sinto bem…

Seiya estava ainda no chão, com a cara toda amassada e com cara de dor. Não era para menos, né?

— Ai, mula! Vem cá, eu te dou um afago. — Marin correu até seu discípulo, ajudando-o a sentar em uma posição mais natural.

— Me chama de “tio” de novo para você ver. — Saga apontou o indicador e o médio para os próprios olhos e em seguida virou-os na direção de Pégaso.

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— Vamos para Escorpião! Posso ajudar vocês! — Milo sorriu.

E os rapazes restantes deixaram o templo do Grande Mestre, todos estavam cansados e machucados. As demais pendências seriam resolvidas no dia seguinte. Todos foram para a Casa de Escorpião descansar e cuidar do “potrinho abatido”.