Quando olho para trás sei exatamente como foi que conseguimos chegar a esse momento. Não foram nos primeiros anos e muito menos nos últimos, o processo foi se formando entre eles. Olhando para ela através do vidro e reconhecendo toda a alegria que ela sempre soube fazer brilhar é nítido que nós dois somos feitos de essências diferentes apesar de em algum momento termos tido a certeza de que éramos iguais.

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Hoje eu estou bem, por isso não abro a porta. Por isso não entro na cafeteria guiado por sua aura que brilha, por sua risada que encanta e por todo o resto que conheço tão bem e que ao mesmo tempo não sei mais reconhecer. Ainda assim, não esperava encontrá-la exatamente nesse momento, em que estou tentando dizer mais sim do que não.

Não é a primeira vez que me encontro nesse mesmo dilema, sempre fui propenso a dizer sim para ela. Sim para o dia em que nos beijamos no balanço, no final não era nada. Sim. Para quando nos agarramos atrás das escadas, mas não era nada. Sim. Para todas as vezes que seu coração era quebrado e eu arrumava toda a bagunça deixada. Hoje vejo que toda aquela infinidade de sim, na verdade não significavam nada. Então eu fui obrigado a dizer não. Não para toda garota que insistia em mim. Não para todo sentimento que começasse a surgir.

Ela me ensinou a dizer sim e inacreditavelmente também foi responsável por eu aprender a dizer não. Hoje estou aqui, me esforçando para não tomar nenhuma atitude que faça com que eu regrida. Sinto nossos olhos se encontrando por apenas um segundo e aparato sem pensar direito para qual lugar estou indo. Acabo em frente a sua antiga casa, aquela em que passávamos as tardes da infância.