Decreto Matrimonial

Capítulo 3


As 3 da manhã com as energias exauridas, e a mais de 24 horas sem dormir, Hermione teve uma forte sensação de deja-vú. La estava o trio de ouro em busca de resolver mais um problema jogado em sua direção, e não pela primeira vez desde seus 11 anos, Hermione se questionou se eles ainda teriam uma vida normal. Já tinha relido o decreto mais vezes do que podia contar, consultado todos os livros da biblioteca Black e arrancado Percy da cama para uma ligação por Flu na lareira.

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Porém, por Merlim e Morgana, o Ministério tinha resolvido ser eficiente num momento muito inconveniente. O texto não deixava muito espaço para ser contestado, e o mundo político Bruxo ainda estava no mínimo, na opinião de Hermione, um século e meio atrasado.

— Bom, acho que é isso. - Esfregando os olhos, Harry parecia tão acabado quanto os outros dois depois de horas estudando textos do ministério e tentando bolar um plano.

— Pelo menos temos um plano, não vamos ficar de braços cruzados enquanto o ministério tenta impor com quem vamos casar ou deixar de casar. - respondeu Hermione levantando do chão e espreguiçando-se - Amanhã mesmo Harry, você vai entrar em contato com o advogado da família Potter para entrar com um pedido público de anulação do decreto no Conselho Bruxo, e vamos começar uma petição publica para conseguir apoio a nossa causa.

— Eu estou tão cansado que não entendi metade do que você disse Mione.

Como que para complementar a Harry um ronco alto reverberou pela sala, arrancando uma risada cansada de Hermione.

— Certo, vamos dormir. - Conferindo o relógio mais uma vez antes de acrescentar. - Mas nada de morar na cama, as atividades no Ministério abrem as 10 horas, e eu quero entregar o pedido de anulação o quanto antes. Você tem 3 horas para dormir, Potter, nem um minuto a mais.

— Sim, senhora. - respondeu o moreno em tom de deboche. - A gente deixa ele ai?

Indicou Harry com cabeça na direção do Ruivo que estava jogado no sofá, de boca aberta, a cena causando uma careta em Hermione.

— Ele não vai acordar nem se a gente quiser mesmo. - Respondeu ela com um dar de ombros. -Estou indo para quarto. Boa noite. E Harry?

— Hm?

— 3 horas!

Malfoy tinha acordado com os primeiros raios de sol, ele não tinha tempo a perder. Tomou um banho rápido e sem nem secar os cabelos foi direto para a biblioteca, a família Malfoy se presava por ter e ser o melhor e no quesito biblioteca, literalmente tinham a melhor e mais completa coleção de textos e livros bruxos, e eram de todas as partes do mundo bruxo. E no meio daquela quantidade absurda de livros, Draco esperava encontrar algo para ajudar na pesquisa que estava montando.

Desde o dia anterior, Draco tinha um plano em mente que envolvia, muita pesquisa, uma sabe tudo e uma proposta, ele esperava sinceramente não acabar amaldiçoado pela última parte do seu plano. Terminou de separar os diversos textos e livros, e partiu para a próxima tarefa da sua lista, uma carta ao advogado da família Malfoy, mas essa foi a carta fácil de escrever.

Ainda tentava se livrar do gosto amargo que tomou conta da sua boca devido a última carta que enviou aquela manhã, quando sua mãe se juntou a ele no café da manhã.

— Bom dia, meu bem. Já deu uma olhada na lista que deixei no seu escritório ontem?

— Claro, inclusive já escolhi a candidata perfeita. - Não conseguia contar o sorriso de arteiro ao ver a cara de espanto que Narcisa Malfoy fez. - Alguém deveria registrar esse momento, sua cara de espanto está ótima minha mãe. Não era a senhora que que queria que eu escolhesse logo?

Poucas vezes Draco Malfoy havia sido capaz de pegar Narcisa despreparada para algo, e o tom divertido em sua voz deixava claro que estava aproveitando o momento.

— Sinceramente eu espero que isso não seja uma brincadeira. - A resposta veio atrasada, porém altiva como sempre. - E pelo amor de Morgana, ai de você se tiver escolhido a pior candidata possível apenas para irritar seu pai.

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— Quando que eu faria uma coisa dessas? - Num falso tom de ofensa, que fez com a matriarca Malfoy arqueasse uma sobrancelha - Até parece que Lucius fez por merecer o meu despeito não é mesmo?

— Ele é seu pai, Draco

— E que trabalho maravilhoso ele fez. Pai da década. - Atirando o guardanapo sobre a mesa e desistindo do café da manhã, Draco olhou sério em direção a mãe. - Eu me recuso a discutir por causa de Lucius novamente, é inútil.

— Draco...-

— Não. - Tentando apaziguar a situação Draco levanta para beijar a testa da mãe antes de acrescentar. - Eu tenho um compromisso com Blaise, não sei que hora volto.

Sem ter tempo para responder, Narcisa ficou observando o filho sumir pelos corredores da Mansão.

Enquanto isso o loiro se dirigiu a casa de Zabini, realmente tinha marcado de falar com o amigo e não era apenas uma desculpa para escapar de outra discussão sobre Lucius. Usou o Flu para chegar na lareira do escritório do moreno e notando o silêncio da casa deduziu que ele ainda estava dormindo, balançando a cabeça decidiu que não ia esperar e foi atrás de acorda-lo.

— Zabini! Você está atrasado. - Foi dizendo ao entrar no quarto, e Draco ao notar que ele não estava sozinho no quarto resolveu se divertir. - Sua esposa já vai chegar, Blaise. Você lembra o que aconteceu com a última bruxa que ela pegou na sua cama né?

Sem esperar para ver o estrago que a bruxa loira que pulou da cama ia fazer em Blaise, Draco saiu rindo pela casa em direção ao escritório. Olhando em volta até se sentiu tentado a tomar um copo do Whisky que viu no aparador, mas existem alguns hábitos que é melhor evitar como ficar bêbado todo dia antes das 10 da manhã. Abriu o blazer preto, e sentou-se com as pernas cruzadas de forma relaxada enquanto esperava a sucessão de gritos e barulhos de objetos jogados acabar, e cada novo som seu sorriso aumentava um pouco.

Ao ponto que quando Blaise finalmente apareceu no escritório Malfoy estampava um sorriso de pura diversão que chegava a formar covinhas no rosto aristocrático, uma visão que só serviu para que ele fechasse ainda mais o semblante que agora estampava um pequeno corte logo acima da sobrancelha.

— Como diabretes eu estou atrasado dentro da minha própria casa e o que foi aquilo Malfoy!?

— Até parece que faz diferença, você nunca sai com a mesma bruxa mais que duas vezes.

— Eu tinha planos matinais bem mais prazeroso em mente Malfoy. - e como esperava Blaise conseguiu fazer com que Draco esboçasse uma careta com seu comentário.

— Desnecessário, Blaise.- Disse o loiro jogando uma almofada na direção do sonserino que apenas riu.

— Alguns de nós preferem ter uma vida sexual do que viver no celibato. Talvez essa lei até te ajude, Draquinho a quebrar o voto de castidade que você tem mantido desde a guerra.

—Você sabe que odeio que me chamem de Draquinho, isso me faz lembrar de Pansy– estremeceu o loiro. - E é sobre a lei que vim perguntar, conversou com o marido da sua mãe?

Assumindo uma expressão séria raramente vista no rosto do Sonserino, ele puxou uma das poltronas e sentou-se frente para Malfoy.

— Você tinha razão. O decreto é uma fachada, tem alguma movimentação por trás dos panos rolando. - Franzindo ainda mais o cenho soltou o ar como se já estivesse cansado do assunto. - E vai além, ainda é cedo para afirmar, mas a sua teoria dos Sagrados pode estar certa também.

Se Blaise não conhecesse Draco a tantos anos, não teria notado a única manifestação de reação do loiro, o abri e fechar dos punhos como se tentasse controlar a onda de tensão que tomou conta dele. Antes que pudesse oferecer um dose de whisky, sua atenção foi cortada para a coruja desconhecida de coloração avermelhada que batia na janela do seu escritório.

— É muito simples, eu encantei cada cópia que fiz da petição que vamos anexar no pedido de anulação. - Gina estreitou os olhos para definição de simples de Hermione. - Cada bruxo e bruxa que eu consegui lembrar que será afetado pelo decreto recebeu uma cópia da petição, assina a cópia que recebeu e sua assinatura aparece simultaneamente nesse documento, que é o original.

— Silmu ... O que? - indagou Ron da sua posição do outro lado da mesa da cozinha.

—Simultaneamente, ao mesmo tempo, Ron. - Explicou Hermione sem nunca parar de caminhar de um lado a outro da cozinha.

— A ideia é ótima, Mi, porém talvez tenhamos um problema– Gina realmente não queria ser a pessoa a jogar água fria nos planos de Granger, mas prosseguiu- a sociedade bruxa não é como a trouxa, digo, no sentido que casamentos arranjados não são uma questão.

— Gina, é um absurdo, é humilhante, o Ministério tentar controlar com quem você casa, e se transam. Você leu aquele decreto? Eles vão ter o direito de testar se você dorme com seu marido, pelas barbas de Merlin!

— Eu concordo plenamente com você Mi – Disse a ruiva levantando as mãos em rendição. - Mas a sociedade bruxa ainda ta bem atrasada sobre essas questões. Casamentos arranjados são normais, bruxas casadas com profissões são raras e além disso Mi, as tradições muito enraizadas.

— Mas Gin-

— Hermione, o que eu quero dizer é que você vai encontrar muitos que talvez apoiem ou sejam indiferentes a essa lei. Quebrar com a tradição de puros sangues criando uma geração de mestiços seria simbolicamente muito forte para a sociedade mágica.

— Eu não posso aceitar, eu não posso nem imaginar, depois de tudo o que nós passamos merecemos fazer a porcaria que a gente quiser com a nossa vida!

A agonia na voz de Hermione era palpável, Harry esticou a mão pela mesa na direção onde a amiga tinha parado como se quisesse alcança-la. - Todos nessa sala vão fazer o que for preciso para impedir esse decreto, Mione. - eram raros os momentos de sensibilidade do moreno, mas foi o suficiente para Granger endireitar os ombros e voltar encarar o pequeno grupo na sala com os irmãos Weasley, Harry, Longbottom e alguns membros da AD.

— Que barulho é esse? - Neville no canto mais afastado da mesa indagou com os olhos fixos na petição perto da mesa.

— Alguém está assinando a petição. - Hermione pegou o papel e inclinou em direção a luz.- Blaise Zanibi e... Malfoy?

— Era de se esperar não é mesmo? Malfoy é quase a definição de sangue puro, todos os antepassados dele devem se revirar no tumulo com a ideia dele casando com uma – Ron se interrompeu olhando ao redor e subitamente ficando interessado no copo vazio de suco abóbora na sua frente.

— Sangue-ruim, Ron? Pode falar não me ofende, e concordo com você, todos os Malfoy enterrados por ai devem estar se contorcendo freneticamente com a ideia. - Riu Hermione contagiando a todos na sala, e respirando mais leve Hermione puxou do relógio. - É isso aí, 10:15, a essa hora o senhor Moretti está entrando com o pedido de anulação e com o peso das assinaturas de tantas figuras públicas e do menino que sobreviveu, o Ministério vai ter que nos ouvir.

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