O Amor em Teus Braços

Capítulo 14 - Até onde você iria pelo amor?(Final)


Capítulo 14 – ATÉ ONDE VOCÊ IRIA PELO AMOR?

Pov Edward

(...) No capítulo anterior:

- Alice entra no jipe e me espera lá. Quando ela ia protestar... – Agora! Gritou o Emm.

- Quanto a você Edward, pegue o seu maldito carro e me siga até em casa. E nem pense em fazer o contrário. Dona Esme nos espera.

Bufei, mas não discuti. Sei admitir quando perco uma boa briga e um desses momentos geralmente é quando o Emmett assume a sua posição de “pai”. Mas se ele pensa que vou seguir aquele maldito jipe dele como uma criancinha amedrontada está muito enganado.

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Entrei no meu carro e saí cantando pneus. A velocidade definitivamente me acalma. E calma era tudo o que eu mais precisava para enfrentar tudo que estava por vir.

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Te quero não só por como és, e sim por como sou eu quando estou contigo.”

(Autor desconhecido)

Apesar de todo estresse não pude reprimir uma gargalhada de triunfo ao ultrapassar aquele maldito jipe do meu querido irmão. A velocidade de alguma forma me tranqüilizava, a sensação de liberdade mesclada com adrenalina definitivamente funcionava como um ótimo calmante.

Em questão de minutos estacionei em casa “seguido” pelo Emm que me fuzilava com os olhos literalmente. Ignorei sua expressão supostamente ameaçadora e saí do carro, acionando o alarme, subindo os degraus de casa.

Qual foi a minha surpresa ao encontrar a porta aberta e dona Esme plantada na soleira com cara de poucos amigos? Nenhuma. Provavelmente o idiota do meu irmão já deveria ter lhe passado o relatório completo do nosso pequeno espetáculo. O que me dava consolo nesse momento era saber que não estava nessa sozinho, afinal se não fosse o escândalo da Alice nada daquilo teria acontecido.

Suspirei. Mas admito que foi mais de cansaço do que outra coisa. Não estava com cabeça pra ouvir mais sermões por hoje. O dia foi realmente cheio de fortes emoções e não precisava de mais uma dose delas pra dormir bem, pelo contrário. Tudo o que mais queria era poder deitar, dormir, e quando acordasse perceber que todo esse caos não passou de mais um daqueles meus pesadelos estranhos. Só que pela cara da mamãe não seria bem assim. Droga! Por que tudo tem que ser tão complicado?

- Oi mãe.

- Olá Edward, entra e me espera na sala, por favor. Temos que conversar.

- Mãe eu realmente estou cansado. Será que não dá pra ter essa “conversa” outra hora?Pedi fazendo aspas com os dedos, porque pela cara dela não seria exatamente uma conversa comum.

- Não. Realmente como você mesmo fez questão de ressaltar, nós não podemos “conversar” outra hora. Vocês passaram dos limites e agora é a hora de arcar com as conseqüências, portanto...

- Ok, ok. Admito que passei dos limites, mas...

- Na sala Edward. Não quero ter esse tipo de conversa na porta de casa. Falou dando espaço mais do que necessário para que eu passasse. – Espero que esteja claro que não se trata de um pedido.

- Isso está muito claro. Respondi a contra gosto entrando finalmente em casa.

Joguei as chaves em cima da mesinha como de costume e sentei no sofá pondo as mãos na cabeça. Que por sinal parecia que ia explodir de tanta dor. Inferno! Tudo culpa da Alice. Se essa anã não tivesse feito aquele alvoroço sem motivo, eu teria conseguido o endereço da Ângela, aquele escarcéu todo teria sido evitado, não teríamos brigado, eu não teria perdido o resquício de sanidade que ainda possuía e conseqüentemente não estaria aqui, nesse exato momento sentado morrendo de dor de cabeça, esperando para ouvir bronca da mamãe.

- Droga, droga, droga! .

Amaldiçoei e pelo visto foi em voz alta, pois a primeira reprimenda foi ouvida.

- Acho que já está mais do que esclarecido que não gosto de palavrões dentro de casa.

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- Sim, mãe eu sei. Desculpe.

Mas ela não respondeu. Péssimo sinal. Realmente a coisa estava feia.

Tudo bem. Admito que perdi o controle, peguei pesado com a Alice, mas ela me tira dos eixos. O único consolo é que não ouviria o sermão sozinho e depois dele, finalmente vou ter permissão de ir para o meu quarto.

Levantei a cabeça e vi que não estávamos sozinhos.

Alice estava sentada no sofá oposto ao que eu estava. Emmett em pé, encostado a grande pilastra branca que sustentava um dos lados da escada e a mamãe na poltrona que ficava de frente para os dois acusados da noite, vulgo Alice e eu, claro.

- Só quero que me respondam uma única pergunta. O que foi que deu em vocês para se ofenderem dessa maneira e pior, em público? Perguntou mirando aos dois consecutivamente.

Seu olhar era uma mistura de tristeza e mágoa. Se há poucos instantes tinha consciência que tinha passado dos limites, agora, ao ver a minha mãe tão decepcionada, essa verdade caiu como uma bomba, quer dizer, mais uma bomba pra completar a guerra de hoje.

- Mãe, eu... Suspirei. – Olha, eu sei que extrapolei completamente. E também que não há desculpas nem justificativas que possa dar para... Para explicar, mas eu realmente estava fora de mim com tudo o que estava acontecendo... Primeiro o sumiço da Bella, aqueles sonhos estranhos que não me deixavam dormir direito, as buscas sem resultados, enfim... Não sei realmente o que aconteceu comigo. Nunca me vi dessa maneira, nessa confusão de emoções. Sei que não justifica, mas depois a Alice começou aquele escândalo na lanchonete da escola, sem motivos, diga-se de passagem, então explodi. Eu sei, eu sei isso está muito mal explicado, mas é o melhor que posso dar pra senhora. Pelo menos por hoje. Desabafei completamente cansado.

- Espera, espera! Escândalo sem motivos? Você é um completo idiota, isso sim! Faz tudo errado e depois eu que estou errada. Foi isso mesmo que eu ouvir Edward? Pra começar, tudo isso só aconteceu porque você não soube agir como homem. Primeiro quando a Bella se mostrou... Ficou parada uns instantes procurando a palavra certa, mas pelo visto nem ela sabia como expressar aquela cena de mais cedo. Quando ela se mostrou, depois do suposto acidente. Quem mandou ficar com aquela cara de pena estampada ein? Você acha que ela precisa de mais pena do que já sente de si mesma? Qualquer idiota veria a dor em seus olhos, quando ficou parado que nem um dois de paus a encarando daquele jeito. E depois pra completar o momento “coitadinha da Bella e vamos brincar de matar todos os presentes de susto”, ainda deu um show daqueles no estacionamento, quase matando a nossa mãe do coração seu tapado egoísta. É isso mesmo que você é: EGOÍSTA.

- Oh! Por que você não completa a frase como fez antes ein? Diz que sou igualzinho ao seu pai. Porque sim, ele também é seu pai irmãzinha, caso tenha esquecido, faço toda questão de lembrar. Às vezes os genes se fazem presente sabia?Eles nos dominam e foi exatamente isso que aconteceu com a gente mais cedo. Se não fosse trágico seria cômico não? Ri sem humor algum.

- Idiota, mil vezes idiota. Eu te odeio Edward! Nunca mais se atreva a dizer que me pareço com aquele monstro. Você sim, mas eu não. Não mesmo! Gritou pulando do sofá que estava sentada e vindo em minha direção.

Levantei também a segurando pelos braços antes que me alcançasse.

- A verdade dói não é Alice? Tá vendo como é bom ser comparada a ele?Não gostou da sensação não é? Pois bem, eu também não gosto nem um pouco. Portanto pare de falar assim! Gritei de volta.

- Me solta seu ogro, tá me machucando. Grosso, idiota, bruto!

-PAREM OS DOIS A.G.O.R.A!

A mamãe gritou mais alto do que nós dois atraindo a atenção de todos. Inclusive dos que não estavam presentes na sala. Rosalie, e Jasper desceram e pararam no pé da escada perto de onde Emmett se encontrava. A Maria saiu correndo da cozinha parando na entrada da sala e eu imediatamente soltei a Alice que mais uma vez me fez perder o controle. Mas bastava lembrar daquele maldito pra me deixar assim, dominado pelo ódio.

- Eu só vou falar uma vez e espero que me ouçam bem porque não pretendo repetir. E parte disso serve para os outros também.

- Independente de qualquer coisa que Carlisle tenha feito, ele é o pai de vocês e isso não é algo que se possa mudar, quer gostem ou não. O ódio, a mágoa, não vai nos levar a nada. Superem e aprendam, ou melhor, reaprendam a conviver com isso, como eu aprendi. Porque acima de tudo está o amor que sentimos uns pelos outros e ele sempre nos bastou, sempre foi o suficiente para nos manter unidos até nos momentos mais dolorosos. Fomos e somos felizes assim. De qualquer maneira, permitir que ele faça parte da nossa vida, mesmo que seja durante uma discussão, aumenta de alguma forma a presença dele aqui fazendo mal, causando discórdia neste lar e isso não vou permitir. Se vocês não podem, não conseguem falar nele sem ressentimento, não o mencionem. Não quero, nem admito brigas dentro da minha casa. Pior, entre os meus filhos, o que é mais grave ainda. Nunca vi vocês dois assim, descontrolados, se ofendendo, se enfrentando, como dois búfalos. Pelo amor de Deus! Onde está a Alice e o Edward que eu mesma carreguei durante nove meses dentro de mim? Cadê os meus filhos amorosos, unidos, que dariam a vida pelo outro? Porque sinceramente não os estou reconhecendo agora. Tenho que dizer que estou profundamente decepcionada. Castigá-los agora seria desnecessário. Bens materiais não preenchem as lacunas do coração nem apagam as palavras ditas, muito menos a ferida aberta por elas. O melhor que posso fazer pelos dois é pedir que reflitam e vejam o que fizeram a vocês mesmos, que analisem cada momento dessa cena lamentável e castiguem-se com ela. Porque é exatamente isso que vai acontecer. A mais dura penalidade que podemos sofrer é o sentimento da culpa, e quando ela vem não há dor pior. Agora podem ir. Boa noite a todos.

E como se tudo o que ela acabou de nos falar fosse algo simples como uma conversa corriqueira, ela passou por nós desaparecendo através da escada em espiral, nos deixando completamente atônitos pela explosão de sentimentos que essas poucas palavras despertaram em cada um.

Ainda pude ouvir a porta do quarto bater levemente, e depois o completo silêncio.

“Experiência não é o que aconteceu com você, mas o que você fez com o que lhe aconteceu.”

(Autor desconhecido)