Mal acabo de colocar minha roupa, sinto o cheiro que tanto sentia falta... O de laranja amadeirada.

Desci correndo... Ele estava na sala sentado de olhos fechados.

-Argos

Ele me olhou com uma ternura que eu nunca que tinha visto nele, sorriu.

-Que saudades – disse ele o abraçando

-Também estava – disse ele sem retribuir meu abraço

-O que houve? O que você estava fazendo?

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-O que aconteceu por aqui?

-Como assim? – indaguei sem entender nada

-De onde veio àquela rachadura? – perguntou ele apontando para um das paredes.

Droga! Tinha me esquecido... O jeito era contar a verdade.

-Uma vampirinha veio aqui e acabou me dando uma surra – respondi quase sussurrando

-Como?

-Uma piralha me deu uma surra.

Ele parecia querer rir.

-Como a vampira se chama?

-Sei lá, não tive chance de saber, ela veio aqui dizendo que eu tinha roubado o pai dela, daí começamos a brigar.

Ele pareceu surpreso

-Inacreditável – disse ele passando a mão no cabelo

-O que aconteceu? Onde você estava?

Ele me olhou, ficou calado por um tempo, parecia escolher as palavras.

-Cuidando do enterro dos seus avós – respondeu ele por fim

Aquilo me surpreendeu até onde eu sabia que não tinha avós.

-Que avós? – indaguei

-Aqueles te criaram.

-Está enganado, eles são meus pais!

Ele balançou a cabeça negativamente.

-Não... – ele deu um longo suspiro – Kaori deve ter te contando sobre meu casamento.

Confirmei com a cabeça.

-Pois bem, a criança que adotamos foi... Você.

Tá de zoa! Eu, legalmente filha dele...

-Você está falando serio?

-Estou, você é minha filha.

Eu poderia ficar histérica com essa revelação, mas só que ele me ensinou á ser impassível mesmo diante das noticias avassaladoras. Perdi naturalmente a chance de tê-lo como namorado, mas em compensasão ganhei um pai que eu sou apaixonada.

-E pensar que eu queria dar uns pegas em você – disse rindo

Ele se surpreendeu com minha atitude.

-Que atitude é essa?

-Ora, foi você quem me ensinou á ser impassível, apenas estou colocando em pratica. Além do mais, eu sou apaixonada por você, perdi um namorado lindo e ganhei um pai bonitão – disse rindo.

Dessa vez ele sorriu e pra valer.

-Só não espere que eu te chame de pai – brinquei

-Nunca esperei.