Verdadeira Identidade

Capítulo 18


– Fique quieto seu vam... – mas uma explosão de cracks fez Draco parar de falar. Viramo-nos rapidamente para a direção em que cerca de vinte homens apontavam as varinhas para nós.


– Isabella Potter, - disse o da frente - você está presa pelo uso da Maldição da Morte.


Fiquei paralisada, pensando o que fazer. Minha mente disparou para Harry, Rony e Hermione. Eu havia acabado de encontra-los, e agora seria separada por meu erro cruel. O homem da frente desarmou-me e amarrou uma corda nas minhas mãos num piscar de olhos. Não tinha como me defender, e eu não pretendia cometer tal burrice. Assim que senti as cordas, me debati tentando me soltar, pois aquilo estava me machucando muito. Os outros aurores ficaram em volta de nós, nos prendendo ali dentro. Era impossível fugir, mas isso não estava em meus planos. Tentei não pensar que eu seria levada para Askaban, e me concentrei em lembranças felizes: minha antiga casa, onde eu era feliz com meus pais e Harry... Tudo para não pensar sobre o lugar para onde seria levada. Eu sabia que não teria escapatória, é claro. Eu usara o Avada, que dá uma passagem de apenas ida à Askaban. Não me permiti prender-me nesse pensamento.


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– Hei, hei, cuidado aí. – disse Draco. Olhei para ele rapidamente, tentando ignorar a dor em meus pulsos e me distraindo de minhas reminiscências. Sua voz lembrou-me que tinha mais gente ali comigo. Meus olhos passaram rapidamente pelos Cullen, que estavam inquietos, sem saber o que fazer. Edward olhava com uma careta de dor para os meus pulsos. Julgando pela dor, eu não me surpreenderia de que uma enorme ferida estivesse sendo aberta. Pelo menos tinham o bom senso de ficarem parados. – sabem quem vocês estão prendendo? – perguntou Draco debochado. Seu rosto estava impassível.


– Você deverá ficar calada até segunda ordem. – disse o cara que me prendeu, ignorando completamente Draco. Fechei os olhos para não permitir que lágrimas escorressem, estava doendo demais. Dei um sorriso sarcástico, tentando ignorar a dor e não a transparecer.


– Olha aqui, eu não sou burra de fugir. Não dá pra me soltar? Essa coisa tá me machucando um pouco. – falei a ultima parte ironicamente. Ele sorriu malignamente.


– Eu sei que dói. – concordou, mas não fez nada pra me livrar daquela droga. Minha vontade foi de socar aquele cara, mas me obriguei a ficar calma. Até porque eu estava em muita desvantagem com as mãos presas.


– Essa mocinha aqui será imediatamente leva a Askaban. Se por acaso algum de vocês for parente dela, tem o direito de visita-la uma vez por ano. Antes de receber a permissão do ministério, é claro. – disse o homem, sem sequer olhar para os outros. Ele me olhava curiosamente, como se me conhecesse, mas não se lembrasse quem era. Ele não deu tempo para ninguém fazer qualquer comentário. - Vamos. – ele chegou perto de mim, com certeza para aparatar. Fiquei em pânico. Eu preferia a morte a ir àquele lugar medonho. Dei um passo para trás instintivamente.


– Facilite a minha vida garota. Você usou a maldição da morte. Deve ser presa. – ele novamente foi em minha direção, mas em um segundo, num borrão que mal pude acompanhar, uma pessoa se postou na minha frente. Edward.


– Ninguém levará Bella a lugar nenhum. – disse num sussurro letal. O homem sorriu sarcástico. Sua voz era calma, mas suas mãos estavam em punho.


– Não tenho certeza de que sua espécie possa... – mas ele não terminou sua fala ironica, pois um patrono de um tigre apareceu em nossa frente.


Deixem Isabella Potter. Ela não cometeu crime algum.

Senti um alivio indescritível. Minhas pernas pararam de tremer, e eu dei um sorriso que fez com que minha mandíbula doesse. Afinal, eu não me separaria de Harry. Eu não iria para aquele terrível lugar. O lugar para o qual eu iria era Hogwarts, não Askaban.


– Potter? – perguntou o homem, incrédulo. Dei um sorriso irônico e fui um pouco para o lado por causa de Edward, e mostrei meu pulso, onde todos do mundo magico sabiam da minha cicatriz em forma de raio. Ele cambaleou, como se tivesse recebido um soco, e arregalou os olhos. Não falou nada, apenas aparatou. Um a um, todos os aurores que estavam ali também aparataram, alguns pedindo desculpa pra mim, outros me cumprimentando com a cabeça e outros até, bem humorados, dizendo “é uma prazer conhece-la”.


– O que foi que acabou de acontecer? – explodiu Emmet, assim que o último auror desaparatou. Suspirei, tomando fôlego antes de tagarelar.


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– Eu matei aquele recém criado, e os aurores – que são como os policiais no mundo trouxa – capitaram minha magia e vieram me prender. Mas, por algum motivo, algum superior deles intercedeu a meu favor. Não sei exatamente o que aconteceu, mas vou descobrir. E agora não serei presa. – expliquei, tentando deixar minha voz neutra, mas ela expelia todo o meu alivio e o medo que sentira.


– Entendo. É fascinante como eles vieram tão de pressa. Eu adoraria saber como isso de “capitar a magia” funciona.


– Um dia eu te explico, Dr. Cullen. – prometi com a voz ainda tremula.


– Carlisle. – corrigiu-me. Meu rosto repentinamente ficou sombrio.


– Somo apenas conhecidos para tal informalidade, Dr. Cullen. – contestei contrariada.


– É uma pena que você não tenha ido para Askaban... – comentou Draco casualmente. Eu ia retrucar, mas vi alivio em seus olhos. Deixei um soluço tremulo escapar, e Edward que estava ao meu lado, num segundo estava me abraçando. Sua mão fez um carinho no meu cabelo, tentando me acalmar.


–Tudo bem Bella... Já passou... – tentava me reconfortar, mas as lágrimas escorriam sem parar. Alívio, choque, felicidade, tristeza... Tudo explodia com a fala de Draco. Eu tivera sorte. Mas eu matara alguém. Nunca iria me recuperar daquilo. Eu era uma assassina. A sangue frio. Não hesitara ao falar aquela maldição... Tirara a vida de uma pessoa.


– Askaban é horrível Edward... – lamuriei - Eu preferia morrer a ir àquele lugar. – abracei ele mas forte, por um breve momento me tranquilizando com seu cheiro doce e familiar... Alguém pigarreou.


– Eu vou ver... vou ver se não sobrou nenhum vampiro por aí. – sussurrou Draco, a voz fria. Olhei para ele com o olhar torturado ao perceber a tristeza por traz da voz. Isso não combinava com ele. Ele saiu dali, sem esperar resposta de ninguém.


– Não Draco! – olhei para ele rapidamente, intercalando meu olhar em suas costas e Edward. Por algum motivo, eu fiquei triste por Draco estar triste... E Draco se distanciava. Eu sabia que ele não voltaria. Com o coração pesado, corri arás dele.


– Espere sua doninha quicante! – ele olhou para trás surpreso, e pulei em seus braços. O rosto derrotado me deu forças para, sem pensar, sem pesar as consequências de ter gente olhando, do cara que eu amara estar olhando, beijar Draco.


A principio, ele ficou paralisado por, pela segunda vez, eu ter tomado a iniciativa tão abruptamente. Mas eu insisti, e após um momento seus lábios pressionaram os meus. A boca dele era extremamente macia, e seu sabor era delicioso. Nosso beijo foi ganhando força. Movimentou-se contra minha boca, e não pude deixar de corresponder. Ele pediu para aprofundar o beijo e permiti. Enrosquei minha mão em seus cabelos perfeitamente penteados, os desarrumando. Suas mãos foram para minha cintura. Sufoquei um gemido quando sua língua tocou a minha e as duas começaram uma dança para qual pareciam ter sido feitas.


O beijo terminou calmo. Ele distribuiu pequenos selinhos em meus lábios, e eu, totalmente rendida, me entreguei. Minha mente estava em branco. A única coisa na qual eu pensava era na boca de Draco Malfoy. Ele voltou a capturar com animação minha boca para mais um beijo. Ele mordiscou meu lábio inferior e eu ri contra sua boca. Onde eu estava mesmo? Eu não lembrava.


Esse beijo – pensei com os olhos ainda fechados - fora, com certeza, o meu melhor beijo, melhor até que o nosso primeiro, e muito melhor que os de Edward. Edward! Larguei-me bruscamente dele, finalmente lembrando-me de que não estávamos sozinhos. Lembrando-me de onde estava. Oh meu Merlim, o que eu fiz?


Ouvi um mínimo barulho, como um pisar numa folha, quando eu olhei para trás a procura deles. Os Cullen tinham sumido. Droga! Acabei me entusiasmando demais no beijo e esqueci deles. A culpa me engolfou, assim como a vergonha.


– Não vou ser um fantoche Potter. Não serei usado. – avisou Draco, observando-me olhar para a direção onde antes estavam os Cullen com um olhar triste.


Ele aparatou, me deixando ali naquela clareira, completamente sozinha.