Eu o peguei nos meus braços que tremiam, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas assim que ele se aninhou na dobra do meu cotovelo, o mundo inteiro estava certo novamente. Toquei a bochecha redonda e fofa e o narizinho arrebitado e senti meu coração crescer a ponto de explodir de amor pelo meu filho. Meu menino, meu pequenino tão perfeito. Tudo nele é perfeito e eu mal podia acreditar que essa pequena criatura de alguma forma era um pedaço de mim, o melhor pedaço... Meu bebê cabia em meus braços como se sempre tivesse pertencido a ele.

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— Meus parabéns, Esme. Você fez um ótimo trabalho. - Dona Abigail disse e eu apenas sorri.

Parecia algo de outro mundo pensar que que essa criança adorável nasceu de mim. Dobrei o cobertor que estava enrolado em sua cabeça e vi que ele tinha uma mecha de cabelo castanho na cabeça, e corri meus dedos por seu crânio, maravilhada com a maciez. Escutamos batidas na porta mas nem me atrevi a olhar, só sabia e queria olhar meu bebê.

— Esme, ele é lindo. - Grace disse encantada.

— Sim, ele é! A criança mais linda que eu já vi... meu menininho. - Eu disse encantada.

Segura-lo em meus braços fazia todo o resto do mundo sem importância, todas as coisas que antes pareciam tão importantes, todas minhas preocupações sobre como seria sendo eu e ele apenas, tudo perdia relevância em frente ao que tinha acontecido aqui. Nesse momento entendi oque realmente importava e valia a pena mais do que qualquer outra coisa no mundo, meu filho.

— Ele lembra você, Esme - Grace disse sorrindo.

Acenei concordando, os cabelos lembrava o meu. Eu tinha medo, no fundo do meu coração, que o bebê se parecesse com Charles e eu não seria capaz de ver além disso. De certo modo ele tem uma semelhança surpreendente com o pai. Mas com ele em meus braços, aquela semelhança não importava e por um momento eu senti pena de Charles, que por causa de suas ações ele nunca veria aquele garotinho, ele se quer nunca saberá do meu pequenino. É meu filho, apenas meu. Eu o amarei e o protegerei para sempre.

A parteira me deu algumas orientações sobre como ficarei nas horas seguintes, foi gentil e me parabenizou e partiu. No quarto, ficou eu e meu pequenino junto com Grace e a senhora Abigail que pareciam fascinadas igual a mim.

— Esme, já sabe o nome dessa joia? - Senhora Abigail disse sorrindo e pegando de leve no dedo do meu neném. Pensei e várias opções passou em minha mente, nenhum nome parecia que estava a altura do meu bebê. Poderia dar o nome de anjo? ele é meu anjo, meu guarda vidas que já me ajudou a enfrentar tantas coisas. Meu anjinho.

— Eu ainda não sei, estou indecisa ... São tantos que passa em mente. - Digo sincera não parando de olha-lo.

— Já pensou em homenagear seu falecido esposo? acho que ele ficaria muito contente. - Balancei negativamente a cabeça. Não quero meu bebê com nada relacionado a Charles, nem mesmo o sobrenome.

— Não, Dona Abigail ... Prefiro outro nome - digo apenas.

Grace sorriu e pediu com o olhar pra acariciar sua cabecinha e eu permiti.

— Não tem que pensar nisso agora, curta seu pequenino. Fique agarradinha nele, Esme. - Sorri agradecida e seria exatamente isso que eu faria. Meu pequenino começou a se remexer e então abriu o bocão e começou a chorar, não entendi e fiquei sem ação. E então dona Abigail disse.

— Acho que esse mocinho, esta com fome. Esme. - Sim, com certeza era isso, meu bebe precisa comer, sorri concordando e sendo ajudada pela Senhora Abigail. Senti sua boquinha em meu mamilo e eu suspirei alegremente, com essa sensação única. O bebê apertou meu seio, suas pálpebras tremulando enquanto ele mamava forte.

— Ele já sabe o que fazer, só o ajude pra não se afogar. - Dona Abigail ficou me auxiliando e fiquei muito grata. Ele se alimentou com o entusiasmo e depois adormeceu. Minhas pálpebras também pesou e eu percebi meu cansaço chegando.

— Durma minha querida, foi um parto difícil. - Dona Abigail disse.

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— Quero ficar cuidando dele - sussurrei cansada.

— Você terá tempo, relaxe um pouco e me dê o pequenino aqui - Entreguei um pouco sem jeito mas aceitei. Eu estava exausta naquele momento, e embora desejasse apenas me deitar e dormir junto dele aninhado comigo, eu sabia que poderia não ser uma boa ideia, poderia deixá-lo cair da cama ou algo igualmente terrível . Então, permiti e apenas o entreguei com todo cuidado mas sem tirar meus olhos dele.

Ela pegou com carinho e cantou uma musica baixinho e então com jeito ela colocou do meu lado no berço que ali tinha. Grace me ajudou a deitar melhor na cama e eu fiz, deitei e mal consegui agradecer só consegui fechar os olhos e dormir.

Acordei com o choro do meu bebê, olhei em volta e observei que ainda estava escuro. Com dificuldade me levantei e com jeito o segurei embalado em meus braços e balancei até ele ficar quietinho.

— Mamãe tá aqui, meu amorzinho! Eu estou aqui - Fiquei o balançando e percebi que ele estava quentinho e dando pequenos gemidinhos. Ele me olhava com os olhinhos brilhando por causa do choro anterior, eu conversei com ele e o observei responder à minha voz, que ele deve ter ouvido tantas vezes dentro de mim enquanto crescia. Ele começou a fechar os olhinhos de novo e encostei minha bochecha contra o cabelo macio e felpudo e respirei o cheiro do meu bebê, beijei suas bochechas e examinei todas as pequenas rugas perfeitas em suas pequenas mãos.

— Eu te amo tanto, meu amor! - Ele estava quietinho, dormindo feito um anjinho. Eu nunca senti aquilo, esse amor tão forte mais tão forte que parece que estufa o peito.

Amanheceu e abri meus olhos, olhei imediatamente para o berço e notei meu pacotinho ali e espontaneamente sorri. Me levantei com mais força, apesar do parto e eu ainda acordar de madrugada pra alimentar meu pequenino, eu estava me sentindo melhor.

Caminhei em direção ao berço e notei meu bebê um pouco agitado. O que era atípico dele, pois ele a noite demonstrou ser tão quieto e silencioso. Embalei em meus braços e notei seu corpo quentinho demais e a boquinha um pouco aberta como se fizesse força para respirar. Sua agitação estava me alarmando e entrei chamei por Dona Abigail que entrou no quarto.

— Já está de pé, menina! - Ela disse gentil e acenei confirmando mais nervosa.

— Dona Abigail, acho que algo está errado. Há algo errado ... posso sentir. - Ela se aproximou e então colocou sua mão sobre a testa do meu nenem e então suspirou.

— É apenas uma febre baixa em poucas horas passara e ele estará bem. - ela tentou me tranquilizar mas não conseguiu a olhei aflita e ela sorriu condescendente.

— Basta dar-lhe um abraço e leite e você verá que ele ficará bem - acenei concordando enquanto liberava um dos meus seios pra alimenta-lo, eu queria que ela estivesse certa. Eu queria que meu filho fosse forte e saudável. Eu queria que a sensação de pavor fosse embora e que a minha felicidade eufórica do dia anterior voltasse.