Tales of Star Wars

Fuga (Grogu)


— Parker! – a Jedi gritou. – Não atire! Sou eu!

Mas o clone atirou mesmo assim, como se não tivesse ouvido ela falar absolutamente nada. Rapidamente, a mulher ativou seu sabre de luz a tempo suficiente para que a lâmina de plasma verde bloqueasse os tiros. Mas ela os desviava para o lado. Não sabia o que estava acontecendo, mas não conseguia admitir que seu clone comandante... seu amigo... estivesse atirando contra ela. Algo de muito sério devia ter acontecido.

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— Parker! – ela gritou novamente. – Por favor, pare!

Não podia matá-lo... Não podia feri-lo...

Mas estava ficando sem tempo. A cada tiro de blaster que ela desviava, mais e mais clones se aproximavam. Em breve, ela estaria cercada e, se todos aqueles clones tivessem a mesma determinação de Parker, ela não teria a mínima chance. Estaria morta em breve...

Desolada com o fato de não ter outra alternativa, a Jedi bloqueou um último tiro de blaster. O laser bateu em seu sabre de luz e atingiu Parker no joelho. Enquanto o clone caia ao chão, aos gritos, ela sentiu como se seu coração estivesse sendo destroçado. O que estava acontecendo?

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ela se pôs a correr. “Ela está fugindo!”, foram as últimas palavras que a mulher ouviu Parker dizer, quando os outros clones o alcançaram. Ela sabia que estava sendo seguida de perto pelos soldados, mas não podia parar de correr. Tinha uma missão à cumprir. Só então, ela poderia morrer em paz. Jamais antes.

A Jedi disparou pela porta, lançando-se ao corredor e, logo, atingindo uma das escadas laterais, permitindo que ela tivesse uma ampla visão do imenso vão do Templo Jedi. Foi nesse exato instante que ela percebeu que os clones não estavam se voltando contra ela, especificamente. Mas contra todos os Jedi. Por onde olhasse, havia corpos. Cavaleiros, mestres Padawans e clones. Um tapete de corpos sem vidas cobria o piso e manchas de sangue tingiam as pilastras do Templo enquanto a batalha se desenrolava. A cada instante, mais e mais clones adentravam o Templo enquanto o número de Jedi diminuía gradativamente.

Aquela era uma batalha perdida...

Mas aquilo era impensável... Os kamionoanos haviam garantido que os soldados eram programados para serem leais... Como era possível que estivesse se rebelando contra a República? Como era possível que nenhum Jedi havia percebido o descontentamento dos clones antes que a situação tomasse essas proporções? Nada fazia sentido...

— Ali! – ela ouviu uma voz gritar.

Atrás dela, alguns clones se reuniam, apontando-lhe os blasters. Retirada de seu transe, a Jedi desceu os degraus o mais rapidamente que podia. Jatos de laser passaram ao seu lado, alguns não a atingindo por apenas alguns centímetros. Não podia morrer... Não podia morrer... Tinha que salvá-lo antes!

Rapidamente, a Jedi pulou do alto da escada, aterrissando em meio ao grande vão diretamente sobre um dos clones. Ali, no epicentro do combate, ela recuou até uma das paredes, bloqueando tiros com seus sabres de luz e, por vezes, empurrando alguns clones com a Força. Não podia matá-los... Aquele não era o caminho Jedi... Não podia fazer aquilo...

Seguida por alguns soldados, ela recuou por uma porta lateral, mas, vendo que não se livraria tão facilmente de seus perseguidores, ela usou a Força para destruir o arco da porta pela qual acabara de passar. Aquela porção do teto cedeu e escombros bloquearam o caminho. Enfim, estava sozinha.

A passos rápidos, ela avançou pelo corredor, ainda ouvido os gritos que seus amigos emitiam enquanto morriam. Queria voltar para ajuda-los, mas sabia que, se o fizesse, teria o mesmo destino. Mas ela não podia morrer. Não ainda...

Enfim, ela chegou em um pequeno corredor. Ao fundo, uma porta que, ao ser atravessada, revelava um pequeno cômodo. Estava escuro e mal era possível ver o que havia ali. Mas a Jedi sentia a sua presença na Força. Sabia que ele estava lá.

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— Pode aparecer – ela disse, suavemente. – Eu não vou machucar você.

Será que, no meio de todo aquele caos, os clones já o haviam descoberto? Não... Era impossível...

Mesmo querendo acreditar que aquilo ainda não podia ter acontecido, a Jedi se viu dominada pelo seu medo.

— Grogu? – ela chamou. – Onde você está?

Imediatamente, ela ouviu um pequeno grunhido. Detrás de uma poltrona, a mulher viu uma pequena criaturinha verde de orelhas pontudas, olhando para ela. Estava vivo!

Tomada pelo alívio, a mulher se abaixou ao lado dele, tomando-o nos braços. O pequenino ser estendeu-lhe seus bracinhos, assustado, buscando por apoio e aquilo lhe partiu o coração. Assim como ela, Grogu estava com medo de tudo o que estava acontecendo.

— Eu vou te tirar daqui – ela sussurrou. – Venha comigo.

Furtivamente e com Grugu em seu colo, mas sem desligar seu sabre de luz, a Jedi deixou a sala, tomando outro caminho que evitasse passar pelo vão do Templo. Por ali, a saída estava obstruída. Se pretendia deixar o Templo Jedi com vida e salvar Grogu, havia um único lugar pelo qual ela poderia fazê-lo: o hangar.

E, felizmente, não fora difícil chegar até lá: toda a batalha que se desenrolara por entre as naves pousadas parecia já ter terminado. Entre elas, havia apenas corpos. Jedi e clones. Todos mortos.

Furtivamente, ela escolheu a nave que lhe parecia mais discreta, perfeita para fugir de lá e não ser mais identificada. Mas isso seria covardia... Não podia fugir e deixar seus amigos e companheiros morrerem. Então, ela sabia que só havia uma coisa a fazer.

No interior da nave, ela ajustou o piloto automático para Takodona e, então, virou-se para o droid de protocolo em seu interior, explicando-lhe a situação.

— Peça a ela que o esconda – a Jedi orientou o droid, posicionando Grogu e um banco. – Diga a ela que a Ordem Jedi caiu e que ninguém mais pode achar Grogu. Você me entendeu?

— Sim, senhora – confirmou o droid.

Nesse instante, a mulher encarou Grogu uma última vez. Ela, por fim, se virou e desceu da nave. Em instantes, a nave decolara e, pelo vão aberto do hangar, desapareceu no céu de Coruscant. Quase no segundo seguinte, ela percebeu que não mais estava sozinha no hangar.

— Para onde enviou a nave? – perguntou uma voz masculina.

Com um nó em sua garganta, ela se virou.

À sua frente, havia um Jedi, liderando alguns soldados clones. Apesar de seu capuz cobrir parte de seu rosto, ela o reconhecia. A voz e as vestes escuras denunciavam sua identidade. Então, não era uma revolta de clones... Era algo muito mais grave... Era traição!

— Jamais irá saber, Skywalker – ela respondeu, acionando seu sabre de luz e o apontando para o Jedi caído. – Você nunca irá encontrá-lo.

Mas Anakin parecia não ter tempo para negociar. Ele havia dado uma chance a ela. Uma chance desperdiçada. Ele avançou contra a antiga colega, seu sabre acionado em sua mão robótica.

A mulher até podia ser uma boa cavaleira Jedi, mas não tinha chances contra o ódio no coração de Anakin. Conforme os sabres de luz se chocavam, ela recuava, crente de que não sairia viva daquele hangar. No momento em que seu coração aceitou a chegada da morte, o golpe de Anakin destruiu seu sabre de luz, e ela caiu ao chão, recuando enquanto se rastejava.

Só lhe restava uma coisa a fazer.

Novamente em pé, ela estendeu sua mão para os soldados clones atrás de Anakin. O blaster de um deles cruzou o hangar pelo cair, caindo em sua mão. Ao ver a cena, Anakin riu, crente de que ela planejava usar aquela arma tão inferior para se defender. Ou, quem sabe, matá-los.

— Você subestima o poder de um blaster – ela disse, quase zombando de Anakin.

— Você só está atrasando o inevitável – foi a resposta. – Eu vou fazer você falar e você vai morrer, de uma forma ou de outra.

Dessa vez, foi ela quem riu.

— Não, eu não estou atrasando o inevitável – ela disse. – Eu estou adiantando.

Quando Anakin percebeu o que ela planejava fazer, já era tarde demais. Em um rápido movimento, a Jedi apontou o blaster contra o próprio queixo e fechou os olhos. Antes de puxar o gatilho, ela apenas conseguiu ouvir Anakin gritar em protesto. Mas já era tarde demais...