— Parkinson, você não vai querer ir nessa direção. A rua está bloqueada, a polícia trouxa está fazendo um cerco — começou Hermione, mas se calou quando viu Pansy retirar da bolsa um enorme crachá de identificação escrito IMPRENSA, junto com um gravador trouxa e um microfone.

O que pensa que está fazendo?

Parkinson a ignorou. Estava olhando para a comoção diante delas, em torno da entrada para uma das atrações turísticas mais badalas de Londres, a roda gigante que constava em quase todo cartão postal da cidade, mas que no momento fora esvaziado da horda de turistas costumeiros e barrado pela polícia trouxa.

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Os turistas ainda estavam ali, fazendo multidão e tornando o acesso quase impossível.

— Trabalhando — disse ela por fim, pouco sinal do esnobismo que demonstrara no metrô. Hermione achou em seu rosto um brilho de ambição ao analisar a confusão, tentando encontrar uma brecha para passar.

— Desde quando você trabalha para a imprensa trouxa?

— Desde quando você trabalha para a polícia trouxa? — Pansy retrucou, indicando o uniforme de Hermione.

À medida que continuavam desbravando a multidão em direção ao ponto de entrada, a polícia trouxa (de verdade) viu Hermione e acenou para que se aproximasse, achando que ela era um deles.

Hermione tentou, mas Pansy a segurou pela manga do seu uniforme falso.

— Me deixe ir com você. Essa reportagem pode mudar a minha carreira.

Hermione ficou surpresa, não só com o pedido em si, mas com o tom despido da arrogância com que a mesma lhe falara há poucos minutos. Ela se voltou para Parkinson, desconfiada:

— Não sei o que está aprontando, mas isso não é um atentado terrorista trouxa, como eles estão pensando.

— Então, do que se trata? Um atentando terrorista bruxo?

Hermione ia abrir a boca para responder, mas percebeu a armadilha e apertou os lábios.

Sem declarações.

O sorriso afetado de Pansy se alastrou, espalhando seu narizinho achatado e esticando os olhos muito negros.

— Esperta.

Hermione rolou os olhos.

— Preciso ir, Parkinson. Não arranje problemas.

Tarde demais. Hermione viu que um carro do Serviço Secreto de Inteligência trouxa virava a esquina, e seu coração foi parar na boca. Uma coisa era convencer a polícia local de que aquele objeto não identificado não era uma bomba implantada por terroristas islâmicos e que ela tinha permissão de levá-lo ao “laboratório”, então sumir dali rapidinho antes que as forças-especiais do governo chegassem.

O MI6 era muito mais problemático. Sabia da existência do mundo mágico e não gostavam nadinha quando precisava aparecer numa comoção de origem mágica fora da sua alçada. Ninguém gostava de se sentir inútil, especialmente agentes treinados altamente competentes do governo trouxa britânico.

— Droga — Hermione deixou escapar. Parkinson ergueu as sobrancelhas para ela.

— Problemas no paraíso?

— Preciso de uma distração — Hermione disse, mais para si mesma do que para Parkinson, enquanto olhava para a roda-gigante e para os carros da força especial, calculando um plano de ação que não iria infringir nenhuma lei do Ministério.

Parkinson leu a situação e discretamente tirou a varinha do bolso do casaco caro.

— Me prometa cobertura exclusiva para o Profeta Matinal, e eu atraso eles para você.

Hermione estava pronta para negar, mas pensou em sua promoção. Estava tão perto. Qualquer pesadelo burocrático para o departamento e ela sabia que não receberia aquela indicação. Suspirou.

— Não machuque ninguém.

— Eu não ousaria — disse a ex-sonserina, com um sorriso que só podia ser definido como endiabrado.

Após uma pequena hesitação, Hermione concordou com a condição da jornalista. Ela deu as costas e seguiu para a roda-gigante, mas ainda pôde ouvir Pansy sussurrar “Rictusempra” e um dos jornalistas parados perto dela começar a rir histericamente.

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