Amor Perfeito XIV - Versão Arthur
Distante e tão perto
Kevin Narrando
Sai da concessionaria e fui até um supermercado. Fiquei muito surpreso com quem encontrei por lá.
— Uau, que gatão. – me virei na hora.
— Você está me seguindo? – perguntei sorrindo.
— Deve ser. Aonde essa bundinha vai eu vou atrás.
— Você é ridículo. - dei uma risada. - Mexeu comigo sem nem chegar perto de mim direito, podia não ser eu sabia?!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Só podia ser você. Seu cabelo é tão lindo, brilhante e único sua postura tão reta e seu jeito de andar tão confiante... – ele disse e suspirou. – Acho que estou me apaixonando. – depois de cinco segundos mais ou menos começou a rir. – Adoro as suas caras. Você é tão expressivo.
— Que cara? – fiz uma expressão idiota.
— Essa daí você fez comigo na cama. – dei um soco nele.
— Insinuar que fiz caras estranhas com você é um belo jeito de não ser correspondido.
— Nem me apaixonar eu sei direito. Que merda.
— Mas e aí, o que tá fazendo aqui?
— Estava andando atoa na rua e vi você entrando.
— Resolveu me seguir. Eu não vou nem falar de novo o que você já sabe. – o olhei e dei uma risada.
— Engole a porra do seu namorado Kevin.
— É literal? – ele pareceu não entender.
— Não idiota. Chamei o seu namorado de porra.
— Ele não é tão branquinho. E nem amargo. Quer dizer, às vezes é. – o olhei. – Já que tá aqui pega uns salgadinhos enquanto eu pego refrigerante. Não almocei e estou com fome.
— E esse vai ser seu almoço? – fiz sinal positivo. – Muito nutritivo. – dei de ombros.
— Quando minha mãe não está aqui almoço no hotel, mas hoje não estava fim de ir pra lá. Se eu não vou acabo comendo qualquer porcaria.
— Quando sua mãe está ela faz o almoço?
— Minha mãe tem cara de quem cozinha? – ele riu.
— Por isso mesmo estou perguntando.
— Não. Ela traz de algum lugar. Sei lá, minha mãe é excêntrica.
— Você não tem vontade de ter uma mãe mais caseira e que faz as coisas em casa como da maioria dos seus primos e amigos?
— É essa daí que tem pra essa vida. Vai adiantar eu querer outra?
— Você é demais. Qual salgadinho vai querer?
— Esse, esse, esse e esse. – apontei para eles.
— Isso não é um almoço é um banquete.
— A sua opinião vem junto com a ajuda? – ele me chutou e eu o empurrei o fazendo cair no meio dos produtos da prateleira. Ao ver a bagunça sai andando rápido. Estava no caixa quando ele chegou atrás de mim.
— Eu devia te deixar ir embora sem os salgadinhos seu idiota.
— Você não faria isso.
— Ah é, porque estou apaixonado né? – ele revirou os olhos.
— Não, porque você é trouxa mesmo.
Depois que saímos de lá fomos juntos lá pra casa e do nada, meia hora depois apareceu todo mundo.
— Eu queria entender quando foi que eu chamei alguém pra vim na minha casa.
— Cala a boca Kevin.
— Até você? – olhei para Alice.
— Foi ela que teve a ideia. – Yuri contou e riu.
— Você precisa de companhia. – ela me olhou e sorriu. – Se não essa cabecinha vai para um lugar nada bom.
— É. Acho que não tenho escolha. – fechei a porta.
— Vamos lá para o terraço. – subimos e eu me deitei no colo do Rafael. Ficamos conversando até ficarem com fome e me encherem o saco.
— Aí que vontade de comer aquele sanduíche delicioso que o Murilo faz. – Otávia falou e me olhou. – Você não sabe fazer?
— O que te leva pensar que eu sei?
— Você era namorado dele.
— Por um mês. Em um abrigo. Não fizemos sanduíches. E isso é meio óbvio.
— Vocês eram amigos antes, seu ignorante.
— Vou ligar pra ele. – Ryan tirou o celular do bolso. – Deve ser fácil. Ele explica e a gente desce e faz. Pode ser? – ele a olhou com medo. Ela assentiu e então ele ligou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Vai ouvir a voz dele. – o Rafael falou baixinho e riu. – Não vai chorar e molhar minha bermuda.
— Eu molho outra coisa sua. – ele me deu um soco no ombro e eu ri alto.
— Estamos todos aqui. – Ryan nos mostrou para Murilo e ele me viu deitado no colo de Rafael e viu a gente rindo. Não sei o que isso iria parecer para ele, mas pela fama do loiro acho que ele não pensaria nada de mais.
— Kevin aqui tem pão? – olhei para Otávia. – Tem queijo? Bacon? – e ela foi falando mais coisas e eu a olhei como se ela fosse louca.
— Querida, a gente estava em um abrigo. Minha mãe foi viajar a trabalho no sábado. O meu pai trabalha o dia todo. Você acha mesmo que tem alguma porra nessa casa?
— Por que você não falou antes de eu ligar pra ele? – Ryan perguntou ainda com a chamada ativa.
— Vai lá pra casa da Otávia fazer. Aproveita e vai todo mundo. Eu não chamei vocês pra vim aqui em casa, vocês não entendem isso. – falei em tom de brincadeira.
— Demente tem leite em pó e milho de pipoca?
— A galinha ficou com fome. – falei baixinho. Rafael começou a rir.
— Vocês são dois retardados que só sabem rir! Responde Kevin.
— Tem que olhar a dispensa minha filha, eu não sei não.
— Vamos descer.
— Ah, eu to bem aqui. – reclamei.
— Rafael levanta pra ele descer. – ele levantou. Chutei a bunda dele.
— Filho da puta.
— Murilo, estamos descendo. Se tiver você me ensina como faz.
— Você por acaso consegue aprender alguma coisa Otávia? – perguntei enquanto descíamos.
— Menos lidar com você.
— Ah, isso é fácil. É só fingir que tá falando com uma parede.
— Não ofenda as paredes Larissa.
— Achei! – Otávia disse depois de olhar a dispensa. Ryan apoiou o telefone na altura do rosto dela em uma parte aberta do armário. Só que o fogão era mais a frente, então ele tinha a visão de quase toda a cozinha. – Acende esse fogo Kevin!
— Pedindo com essa educação deu até mais vontade. – fui até ela.
— Cadê a manteiga? – fiquei olhando aquela garota irritante. – E açúcar. – o armário que eu tinha que pegar era na lateral de onde o celular estava. Peguei ignorando o fato de ele estar “tão perto”.
— Otávia não começa a fazer nada sem você organizar as coisas porque você vai queimar tudo. – ouvi sua voz enquanto e entregava o açúcar.
— Kevin volta aqui! – ela me chamou e eu a olhei.
— Aí caralho. O que foi?
— A outra panela.
— Respira. – Rafael falou e bateu em meu ombro e depois começou a abrir os armários.
— Essa dá Murilo? – ele pegou uma e o mostrou e ele respondeu que sim. E então ele se encostou ao meu lado no balcão.
— Fogo médio? Isso é médio? – ela nos perguntou.
— Eu vou dar na cara dessa garota. – falei olhando para Rafael.
- Kevin pega o celular e traz aqui para o Murilo ver se esse é o fogo médio.
— Eu pego. – Alice foi vendo que eu não iria. Bati o pé no pé de Rafael, na ponta e atrás.
— O que é isso? – ele me olhou e sorriu.
— Nada. Distração.
— Pensei que contaria uma história de quando era criança e todo um enredo.
— Não. – dei uma risada. – Desculpa te decepcionar.
— Não seria a primeira vez. – o olhei boquiaberto.
— AH! Você não tá querendo dizer o que eu estou entendendo né?
— TE PEGUEI! – ele gritou e riu.
— Não se brinca com isso.
— Você tá vermelho. – ele riu mais ainda. – Que medo é esse Kevin? E toda essa confiança?
— Fachada. – o barulho da pipoca estourando se fez presente.
— Murilo você tá ocupado ou tem que desligar? Se for o caso eu termino sozinha. – ouvi Otávia falar olhando pra ele.
— Não, eu tô tranquilo.
— Qual foi sua primeira tatuagem?
— A data do casamento dos meus pais. – ele passou a mão no meu pescoço.
— Por que a estrela? – ele ficou olhando meu rosto. – No pescoço também tem.
— Curto astrologia.
— Sério?
— Por que o espanto?
— Sei lá. Você é... Singular demais.
— Rafael. – o olhei e ele riu. E então ele pegou meu celular em meu bolso e me mostrou o que eu não queria ver.
— Esse não é o seu namorado.
— Vou tirar isso agora. – troquei a foto e o mostrei. – Era o que estava antes. O Universo em perspectiva. – ele me olhou sem entender. Dei uma risada. – É a escala do universo.
— Caralho! E o que mais você gosta disso tudo?
— Ah, muita coisa. Você sabia que a quantidade de estrelas existentes no universo é maior que os grãos de areia na terra?
— Faz sentido. A terra é apenas um planeta enquanto o universo é uma imensidão.
— Você não é tão burro. – ri e ele me bateu.
— Tá pronta. E deliciosa. – Otávia disse quase gritando ao comer. – Murilo eu te amo!
— Ela só precisa de uma pipoca para amar alguém. – Rafael brincou falando baixo.
— Você precisa de que? - o olhei.
— Uma puta. – dei uma risada alta.
— Não ri não porque o seu caso não tá muito diferente. Vem, vamos pra sala com eles, antes que pensem besteiras.
— Mas como você tá? – Otávia perguntou depois de sentar confortavelmente no sofá com a vasilha enorme de pipoca no colo. Parecia até que ela estava na casa dela. Revirei os olhos. Ele respondeu que estava bem e então ela voltou a falar. – E você não vem antes do natal mesmo?
— Não, mas já tá chegando. – ela concordou. Depois ele contou sobre como era a aula lá e outras coisas banais e enfim ela desligou. Pouco tempo se passou e eles foram embora, Rafael tinha que ir pra faculdade e aqueles idiotas todos cuidarem da vida deles, coisa que eles deveriam estar fazendo desde cedo.
"Voltar atrás ainda é melhor que perde-se no caminho."
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