Wicked Game
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Uma coisa que vocês precisam saber sobre mim é que nem sempre eu fui miserável assim. Aqui estou eu, deitado no sofá do meu melhor amigo, destruído emocionalmente e pensando se toda essa farsa valeu a pena.
— Se anima cara! – exclamou ele enquanto enchia meu copo com uísque pela 3ª vez. Apesar de ser minha bebida favorita, não estava com a mínima vontade de celebrar nada, muito menos beber.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Desculpa Hunter. Você tem sido legal em me oferecer seu sofá e tal, mas... Bem, você sabe.
— Eu te ofereci meu sofá há umas duas semanas, mas achei que a essa altura você já teria se reerguido.
Hunter é meu amigo, mas não entende pelo o que eu estou passando. Não era nem pelo dinheiro e tudo o mais. Era... Por ela.
— Sebastian – perguntou ele de maneira cautelosa – Você já se envolveu com uma garota antes dela?
— Não – confessei enquanto Hunter tomava um gole de sua bebida e me observava atentamente.
— Já se apaixonou por alguém? – perguntou depois de esvaziar seu copo.
— Não – respondi. E foi nessa hora que me dei conta que aquilo que disse ao Kurt meses atrás era verdade: o amor não tem gênero.
Alguns meses antes...
Esbarrei em Santana e na gangue de gorilas que ela costumava chamar de amigos em um bar perto da Quinta Avenida. Pelo visto eles estavam subindo de nível. Bom para eles. Estava andando rumo à mesa onde meus colegas de time estavam quando senti alguém me puxando pela manga da camisa. Quando me virei dei de cara com Santana. Ótimo. Revirei os olhos para mostrar o meu entusiasmo ao vê-la ali.
— E aí Shaqueera? – cumprimentei-a enquanto ela sorria de lado e me agarrava pela nuca, fechando o espaço que havia entre nós e colando nossos lábios. Oi? Mas que merda é essa?
Foi tudo rápido demais e eu devo ter ficado com um ponto de interrogação enorme estampado na minha cara, pois assim que pensei em abrir a boca para perguntar alguma coisa, ela sussurrou em meu ouvido, dizendo:
— Ela já foi? – perguntou.
— Quem? – indaguei de volta.
— Brittany.
— Ah. A loira bonitinha. Acabou de sair com o cadeirante quatro-olhos.
— Ótimo – disse enquanto saía de perto de mim. Segurei-a pelo braço e ficamos frente a frente outra vez.
— O que você quer, Fivel? – perguntou Santana com um ar de impaciência.
— Que merda foi essa? – disse me referindo ao beijo. Santana revirou os olhos e disse para nos encontrarmos na porta do bar em cinco minutos.
— Ok. Você me deve uma – concordei meio a contragosto. Não queria ir a qualquer lugar com ela, mas tinha direto a alguma explicação.
— Tá, tá, que seja – disse ela enquanto ia em direção aos seus amigos.
— Cara, o que foi aquilo? – perguntou um dos caras do time de lacrosse quando me aproximei da mesa para pegar meu casaco. Todos ali sabiam da minha preferência por homens, e eu estava tão chocado quanto eles sobre o que aconteceu há pouco.
— Eu também não sei, mas juro que vou descobrir.
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