Juan olhou para o lado e viu que a janela do seu quarto estava aberta com as persianas ao canto, percebeu a luz do sol em seus olhos e virou de lado. A porta se abriu.

— Já falei pra colocar as roupas no cesto Juan. – Disse a sua mãe agachando e pegando as roupas. – Acorda, você precisa ir comprar pão e leite.

— Mais alguns minutos mãe... eu dormi tarde. – Disse tampando sua cabeça com o edredom.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Problema seu, levanta e vai. – Disse sua mãe saindo do quarto deixando a porta aberta.

Juan sentou em sua cama, estava sem camisa e usava apenas uma cueca branca. Virou para o lado onde tinha o seu espelho e percebeu marcas de unhas pelo corpo e no pescoço uma marca indiscreta.

— Desgraçada. – Disse colocando a mão sobre a marca. Seu celular apitou. Era uma notificação de SMS que Juan só viu a frase “Calamidade pública “. – Fake News – Disse bocejando.

Na sua porta viu seu amigo batendo a cabeça na porta. Juan sorriu.

— Vem no pai Lagado. – Disse ele assobiando para o seu periquito.

O periquito veio caminhando e bateu as asas, porém ao invés de ir ao Juan, foi até o seu reflexo no espelho onde bateu com tudo. Juan levantou da cama e o pegou. Acariciou o seu periquito.

— Seu idiota. – Riu e Lagado piou de felicidade em resposta ao carinho.

— JUANNNN – Gritou a voz da mãe de outro cômodo. – É pra hoje.

Juan colocou Lagado na cama que virou andando em círculos e foi vestir sua roupa. Abriu a gaveta da sua cômoda e pegou um pouco de alpiste e colocou na cama, Lagado veio e começou a comer. Juan sabia que teria que limpar aquilo na volta. Sentiu o cheiro do café sendo preparado. Pegou sua carteira e saiu do quarto. Atravessando o corredor viu sua mãe fazendo coando o café. Olhou para a mesa e seu coração apertou sentindo a falta de alguém. Abriu a porta e em direção ao quintal foi recebido pelo Bruce, seu cachorro.

— Quem é o garotão do papai? Quem é hein.... gostosão. – Brincou por uns dois minutos e ouviu um som vindo da rua. – Parece que Santa Luzia acordou em ritmo de carnaval. Que beleza.

Bruce começou a latir ferozmente para a porta. Juan percebeu que o sol daquela manhã tinha ido embora, olhou para o céu e percebeu nuvens.

— Garotão, o que foi ? – Perguntou Juan e Bruce não parava de latir.

Juan foi até o portão, mas Bruce puxou-o pela bermuda, cravando os dentes rasgando-a.

— BRUCE... QUE COISA FEIA. – Gritou para o cachorro que o puxava para trás.

Juan se soltou e Bruce tentou novamente morder sua bermuda, Juan pegou o seu chinelo e ameaçou.

— CHEGA. TA COM O DEMONIO NO CORPO CACHORRO. – Gritou ele, Bruce olhou novamente para o portão onde seu dono estava e voltou a latir.

Juan abriu o portão e percebeu que a rua estava deserta e achou estranho o barulho de agora a pouco. Bruce continuou a latir. No momento que Juan olhou para Bruce algo pulou em cima dele.

Era uma pessoa idosa, babava e grunhia com a boca, sua pele estava acinzentada. Empurrou a criatura para o lado sem entender o que estava acontecendo. Juan começou a ter ataque de pânico. Ficou ali parado sem entender. Viu Bruce pulando em cima da criatura que lhe atacara e por algum motivo imaginou o parque ecológico na Pampulha, o viu do nada e algo dizia que deveria ir para lá, mas não sabia o motivo. Juan acordou do possível transe e viu seu cachorro morto com uma mordida no pescoço. A criatura se levantou e foi em direção a ele, Juan se levantou com os olhos cheios de lágrimas e correu para a porta de casa, entrou e fechou a porta. A criatura ficou esmurrando a porta de metal.

— Mãe ... mãe ....

Não houve resposta, apenas Juan e o som da porta de metal. Juan correu até a cozinha e encontrou a caneca de café no chão quebrada com sangue pelo chão. Se segurou para não ter outro ataque. Abriu a gaveta e pegou uma daquelas facas de churrasco enormes. Correu da cozinha a procura da mãe . Tudo girava em sua cabeça. Ouviu um barulho vindo do seu quarto e correu para lá. Encontrou o Lagado na estante de livros com a sua mão grunhindo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— MÃE ? – A pessoa que virou para si com certeza era sua mãe e ao mesmo tempo não era. Estava acinzentada, babava e estava toda machucada. Ela veio em sua direção. – Mãe para, mãe.... mãeee ...

Juan correu do quarto, mas a sua mãe pegou o seu pé. A faca caiu alguns centímetros dele, Juan chorava e tentava se desvencilhar de sua mãe. Juan chutou o rosto da mãe quando ela tentou morder seu pé e conseguiu alcançar a faca, sua mãe pulou para cima e por instinto cravou a faca em seu crânio. Juan sentiu o Cranio sendo perfurado e largou a faca de lado. Foi até o corpo da sua mãe e começou a chorar. Seu papagaio veio e ficou ao seu lado como se soubesse o que o dono precisava. Naquele tempo todo a porta da casa continuava a bater.