Resilience

Capítulo 15


Lily gritou em frustação, jogando o objeto na parede.

— Violência não leva a nada – Amy disse, apontando seu dedinho para Lily.

Suspirando, Lily sentou no chão, onde Amy penteava o longo cabelo de sua Barbie.

— Quatro meses tentando destruir isso e nada funciona – Lily disse, olhando para as cinco horcruxes.

Amy soltou a boneca e foi até Lily com seu pente. Estava cada vez melhor, e conforme sua tristeza passava, Lily descobria muitas coisas sobre a garota, como o quanto gostava de contato físico, assim como Lily. Amy começou a pentear o cabelo ruivo e pensavam juntas no que poderia ser feito.

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— Você já tentou sua faquinha? – a loira perguntou eventualmente.

Realmente, Lily ainda não havia tentado nada além de poções e feitiços. Sua adaga em mãos, ela tentou começar com o diário.

— Deixa eu tentar – Amy pediu, pegando a adaga da mão de Lily e sentando em seu colo. Estava usando o shampoo da mais velha e seu cabelo ainda molhado cheirava a baunilha. Com suas mãozinhas, Amy enfiou a adaga no diário que Lily segurava.

Então liquido negro começou a transbordar do diário e escutaram um grito saindo dele. Simples assim, havia destruído a primeira horcrux.

— Amy – Lily disse, surpresa e admirada – Você é um gênio.

A loira virou-se para olhar para Lily, um grande sorriso em seu rosto.

— Eu consegui? – perguntou.

— Você conseguiu – Lily respondeu, e as duas riram juntas, Lily a puxando para um abraço apertado.

Era a primeira vez que a escutava rindo de verdade, e era o som mais lindo do mundo. Presas no momento, se distraíram, principalmente quando Thomas se juntou, reclamando que Lily era péssima e que estava cansado de precisar dar banho em Amy, que era muito injusto que Lily deixasse a pequena humana fedendo, o que trouxe outra ideia genial de Amy, e as duas forçaram o grande tigre para a banheira, onde trancaram as portas e começaram a grande missão de dar um bom banho em Thomas.

O banheiro estava encharcado, Lily e Amy molhadas e Thomas, mesmo cheio de sabão, ainda tentava fugir, pulando de um lado para o outro, rosnando irritado e gritando ofensas que só Lily conseguia escutar, até aceitar seu destino e deitar na banheira, derrotado.

Quando terminaram, Lily ensinou Amy como secar Thomas com a varinha e voltou para as horcruxes. Estava prestes a se livrar da taça quando James apareceu em seu quarto, ofegante e com o olhar alarmado.

— Ele está aqui – James disse – Voldemort está em Hogsmeade.

Lily começou a ouvir gritos e uma explosão atingiu o castelo, fazendo tudo tremer, muito pior do que as tentativas de Voldemort no último ataque.

— Eu descobri como destruí-las – Lily respondeu, enfiando sua adaga na taça, que assim como diário, soltou liquido negro e o grito ainda mais alto. Mais uma explosão atingiu o castelo e Lily se preocupou que ele fosse conseguir entrar – Eu preciso que você fique com Amy.

— Eu não vou te deixar ir sozinha – ele respondeu enquanto ela destruída o anel.

— E eu não vou deixar Amy sozinha – Lily disse, seu coração batendo mais rápido.

James a observou destruir o diadema e o medalhão, então pediu para ela esperar bem rápido, e correu para fora do quarto. Lily só teve tempo de prender seu cabelo, pegar Thomas, agora gato, no colo, e antes que pudesse explicar algo para Amy, James voltou com Alice.

Era um plano perfeito. Alice era naturalmente materna, amava crianças, era ótima para consolar e, o melhor de tudo no momento, tendia a fazer sempre o que pediam, mesmo quando não entendia nada.

— Amy, a tia Alice vai cuidar um pouco de você, ok? – Lily disse se abaixando até a altura da garota – Você pode confiar nela.

— Quem é essa? – Alice perguntou, completamente confusa.

— Só olha ela até a gente voltar – James pediu, e saiu do quarto junto com Lily.

Os corredores estavam caóticos, e a cada explosão, o mundo parecia tremer. Conforme corriam para fora do castelo, os corredores ficavam cada vez mais vazios, mas Lily percebeu que ainda havia uma grande quantidade de alunos mais velhos correndo para a mesma direção que Lily e James. Dessa vez, ninguém se importou em procurar passagens secretas, foram direto para a saída principal do castelo, onde Voldemort, junto com seus seguidores, tentavam destruir a proteção do castelo. Do lado de dentro, os professores reforçavam os feitiços de proteção, e vários alunos estavam de prontidão, as varinhas firmes em suas mãos. Não era um ataque tradicional, onde tentariam matar ao máximo. Todo seu esforço estava em derrubar Hogwarts, em achar Lily.

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— Eu vou tirar ele daqui – Lily disse, parando de correr para falar com James – Ele não vai recusar conversar comigo, só eu e ele, e aí vai ser fácil.

James abriu a boca para protestar, mas Lily o beijou rapidamente.

— Não me segue – ela disse, usando seu charme – E não morre, ok?

Thomas seguia agarrado no peito de Lily, e a garota correu até o portão, mesmo com os gritos dos professores a mandando se afastar. Seu plano era ir até ele, mas ao ver a ruiva correndo em sua direção, Voldemort pareceu se enfurecer ainda mais e foi o que precisou para lançar um feitiço tão forte que estremeceu todo o chão, fazendo Lily, os alunos e professores perderem o equilíbrio e caírem. Antes que pudessem levantar, mais feitiços foram lançados e a barreira havia cedido.

Hogwarts estava aberta.

Os Comensais entraram sem hesitar, duelando com os professores, e Lily soube que teria que matar Voldemort o mais rápido possível, ou muitos morreriam ali. Tinha, pelo menos, quinze comensais para cada professor, e a maioria dos alunos estavam escondidos dentro do castelo. Lily havia reconhecido boa parte do sexto e sétimo ano, o que era bom, já que eram os mais experientes, mas também havia alunos pequenos no meio, que os professores não tinham conseguido forçar a ficarem em segurança no castelo, considerando o quão rápido tudo aconteceu. Estavam muito ocupados tentando proteger o castelo para conseguir garantir a ordem entre os alunos. E Dumbledore não estava lá. Era o único que assustava Voldemort e ele não estava lá.

Lilian lançou vários feitiços nos Comensais que se aproximavam, os estuporando antes que se aproximassem, e Thomas pulou no chão, completamente transformado em tigre, correndo atrás dos Comensais. Nenhum feitiço funcionava nele, e o grande tigre pulava de vítima em vítima, sua grande pata rasgando as gargantas, mordendo qualquer encapuzado que aparecesse.

Ela sabia que deveria seguir o exemplo do seu tigre e apenas lançar feitiços fatais, mas não conseguia. Era extremamente diferente matar com feitiço e com sua adaga. Lily achava tão errado que com apenas duas palavras alguém morreria, e se recusava a fazer isso. Talvez fosse algo estupido, já que ela não teria problema em mata-los de outras formas, mas era assim que ela funcionava.

Procurava por Voldemort no meio da multidão, quando encontrou James duelando com dois Comensais. Antes que pensasse em ajudar, Sirius apareceu atrás de James, e juntos derrubaram os Comensais rapidamente.

— Lilian Evans – uma voz baixa a cumprimentou atrás de si, e a garota virou-se, sabendo bem quem era.

— Isso é tão desnecessário – disse, cruzando os braços e olhando brava para Voldemort – Você só precisava ter me mandado uma carta e eu ia até você.

Ele não respondeu, parecia estar a estudando, como se fosse conseguir descobrir tudo sobre Lily se olhasse por tempo o suficiente. A vendo pessoalmente, ele não conseguia acreditar que era realmente ela que havia descoberto suas horcruxes – era só uma garota de dezessete anos, baixinha e insolente.

— Por que você não manda suas putinhas embora e nós resolvemos isso? – Lily perguntou, se irritando com o silencio.

Os olhos vermelhos e desumanos a encaravam com extremo ódio. Não estava acostumado a ter alguém falando com ele daquela forma, até Dumbledore mostrava mais respeito. Ele a faria pagar por falar dessa forma.

— Hogwarts está infestada com sangues-ruins e traidores – ele respondeu – Eu vou me livrar de você e vou tornar Hogwarts pura, como era no início. Como descobriu sobre minhas horcruxes?

Lilian riu, o deixando ainda mais irritado. Estavam no meio de uma batalha, e a garota o encarava com os braços cruzados – era uma posição completamente impropria no meio de um duelo, e aquilo enfurecia Voldemort. Era como se ela nem se importasse se ele tentasse atacar.

— Foi algo meio óbvio – respondeu – Por que não matou Amélia Bonavich?

Sua voz estava mais séria e seu sorriso havia desaparecido. Atrás deles, Thomas se divertia matando incansavelmente. O tigre era um grande problema, tirando boa parte dos Comensais da luta.

— Por que nenhum feitiço funciona no tigre? – ele perguntou, sem responde-la.

— Por que eu deveria te responder? – Lily perguntou – Se você não me oferece respostas, eu também não vou oferecer.

Voldemort pensou antes de responder, como se realmente precisava se esforçar para lembrar de Amélia, o que Lily duvidava. Ela vinha da melhor família do mundo bruxo, ele com certeza lembrava bem dela.

— Filhotes de lobisomem conseguem ser mais letais que os adultos – ele respondeu – Eles atacam qualquer um, mas não param para se alimentar como os crescidos fazem. Eles continuam atacando até não sobrar ninguém.

— Você queria que ela fizesse parte do seu exército? – Lily perguntou, sem conseguir acreditar – A mantendo naquelas condições?

— Eu não preciso da lealdade dela – ele respondeu – O que ela claramente não possuía, vindo de uma família de traidores.

Então Lily entendeu. Eles iriam solta-la toda lua cheia, para atacar onde quisessem, e quando amanhecesse, Amy seria trancada novamente. Eles não precisavam da lealdade dela, porque ela não se lembraria se era bem tratada ou não enquanto lobisomem. Só queriam a criatura.

— Seu tigre? – ele lembrou, mas a garota não respondeu.

Lilian não queria mais conversar. Estava enfurecida, e cansada de tudo ser tão errado. Voldemort e seus seguidores eram piores que qualquer monstro grego, eram piores que Cronos – pelo menos ele matava de forma limpa, pelo menos seus seguidores tinham motivos mais emocionais além de puro preconceito e sadismo.

— Eu vou te matar pelo o que fez com ela – Lily disse com simplicidade.

Voldemort riu, como se fosse a coisa mais absurda que já havia escutado. Seu riso era um som horrível, desprovido de qualquer felicidade.

— Uma sangue-ruim vai me matar? – ele perguntou, ainda rindo. Apontou sua varinha para Lily, o sorriso malicioso nunca deixando seu rosto – Crucio!

Lily nem tentou se defender. O raio de luz a atingiu, mas Lily não sentiu nada.

— Não fez nem cocegas.

Não tinha mais risadas. Não tinha mais malicia em seu rosto. Tudo que havia sobrado era ódio. Ele repetiu o feitiço, sua voz tremendo com a raiva que sentia, e Lily tinha certeza que teria sido a pior dor de sua vida, se o feitiço funcionasse nela. Voldemort tentou de novo e de novo, gritando cada vez mais alto, se aproximando cada vez mais, e quando Lily começou a rir, ele soltou um grito furioso, lançando a maldição em um de seus próprios Comensais, que caiu no chão imediatamente, gritando em agonia. O ataque contra um dos seus fez com que todos olhassem para ele, e Lily pode perceber que mal tinha Comensais sobrando. Mesmo que os alunos e professores não matasse os Comensais, Thomas fazia questão de finalizar o trabalho, e sobravam apenas dez ou menos. A fúria de Voldemort contra a pequena garota era algo tão incomum, que até os últimos Comensais esqueceram que estavam em perigo e deveriam se defender. Os professores também pareceram esquecer, ou não davam importância o suficiente para um número tão pequeno, e todos encaravam os dois. Lily percebeu tudo, mas Voldemort não. Ele não notava nada além de Lilian.

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— Por que não funciona em você? – perguntou, encostando sua varinha no pescoço dela.

Seus olhos vermelhos brilhavam em ódio, e Lily sorria. Ele estava exatamente onde ela queria.

— Porque eu sou melhor que você – Lily respondeu, sua adaga indo diretamente para o pescoço acinzentado, atingindo sua artéria carótida com perfeição – Isso é por Amélia.

Lily moveu sua mão, sem muito esforço, rasgando a garganta do bruxo. Sua epiderme era mais fina que o normal, sem oferecer muita resistência. O corpo alto caiu no chão, deixando todos seus seguidores estupefatos.

De certa forma, Lily pensou que ele explodiria em uma nuvem de poeira, igual quando matava algum monstro. Ver o sangue tão vermelho quanto o dela em sua mão fez ela se lembrar que ele não era nenhum monstro. Era só um homem, e independente do quanto havia procurado incansavelmente por mais e mais poder, continuava sendo apenas um ser humano, e agora estava morto.

Lily levantou o olhar para os Comensais, e Bellatrix foi a primeira a correr em direção a Lilian, lançando inúmeros feitiços, gritando enfurecida. Balançou sua varinha, sem muita emoção, e Black caiu estuporada no chão. Os Comensais que restavam desapareceram em nuvens de fumaça e Lily ficou ali, olhando o corpo sem vida de Voldemort.

Havia destruído tantas famílias, traumatizado tantas famílias, e era só um homem. Enlouquecido em sua buscar de poder, capaz tudo para conseguir o que queria, e Lily havia o matado com tanta simplicidade.

Escutou o barulho dos alunos comemorando, sentiu braços ao redor de si, a abraçando, várias pessoas tentando falar com ela, perguntar como havia conseguido, mas Lilian sentia-se em uma espécie de transe. Era como se algo estivesse errado.

Sentiu uma mão em seu ombro e todos ao seu redor de afastaram. A única pessoa que faria eles se afastarem daquela forma era Dumbledore, e Lily deixou o diretor a guiar para longe da comemoração. Foram até o escritório dele, e só quando Thomas pulou em seu colo, o pequeno gatinho imundo com sangue, que Lily percebeu que ele estava a seguindo.

— Sinto muito por eu não estar presente durante o ataque – Dumbledore disse, a encarnado. Lily não respondeu, apenas acariciou seu gato, e o diretor continuou – Me chamaram para uma reunião urgente no Ministério, para terem certeza que eu não estaria aqui. Assim que eu recebi as mensagens dos professores, eu vim.

— Alguém morreu? – Lily perguntou, sem olha-lo – Dos nossos?

— Um primeiranista – respondeu – Se não fosse por seu tigre, teria sido um número muito maior.

A informação fez Lily sorrir um pouco, orgulhosa do animal.

— Você acabou de matar o bruxo mais cruel dessa geração – Dumbledore disse – Pelo o que fez hoje, várias vidas foram salvas. Mas você não parece feliz, Srta. Evans.

Lily mordeu o lábio inferior, sem saber bem como se explicar.

— Ele destruiu a vida de Amy – ela disse depois de alguns momentos – Ele não só matou a família dela, mas fez tudo de forma tão cruel. Ele e os seguidores dele fizeram tantas pessoas sofrerem, e...

Ela não conseguiu continuar. Não estava chorando, longe disso, mas não entendia bem onde queria chegar. Dumbledore, por outro lado, parecia entender bem o que a garota sentia.

— A morte é apenas uma passagem, Lily – era a primeira vez que o diretor usava seu nome, e fez com que ela olhasse para ele – Voldemort vai pagar por todos os pecados que cometeu. Não era seu papel fazer isso.

De certa forma, era o que ela precisava escutar. Não queria ser a pessoa a fazer, mas no fundo pensava que alguém deveria ter o torturado, o feito passar pelo inferno que havia condenado outras pessoas, mas Dumbledore estava certo. Ele iria para Hades agora, e Lily sabia que receberia a punição adequada.

— Eu gostaria de continuar os estudos por correio – Lily disse, agora sorrindo – Eu sinto muito se perder a monitora-chefe pode prejudicar aqui, mas...

— Na verdade – ele interrompeu, os olhos azuis brilhando –, acho que irei liberar todos os alunos mais cedo esse ano.

Eles estavam sorrindo, e Lily se sentia mais leve. Só tinham mais dois meses letivos, e até tudo normalizar, dificilmente os alunos conseguiriam se focar nas matérias.

Foi para seu quarto e vários alunos paravam para parabeniza-la, alguns apenas a olhavam com admiração, e Lily foi em direção a Sirius assim que o viu conversando com James.

— Nós estamos apaixonados – ela disse, apontando para James – E eu sinto muito se você ainda sente algo por mim, mas já fazem três anos.

Sirius pareceu um pouco constrangido e Lily quase se sentiu mal por ele, mas estava mais feliz do que havia se sentido em meses.

— Eu estou namorando com a Marlene, já faz um mês – Sirius disse, o sorriso de lado indicando que estava se segurando para não rir de Lily.

— E eu contei para ele sobre nós uma semana depois de Remus te morder – James completou, sem a decência de segurar o riso – Você estava ocupada com coisas mais importantes, então eu não te contei.

Lily sentiu o rosto esquentando com a vergonha, mas James a puxou para um beijo que a fez esquecer de qualquer constrangimento. Até Thomas atacar a pernas de James, a segurando com suas garrinhas e o mordendo com ódio no olhar. Lily pegou sua bolinha de ódio, e disse que iria ver Amy.

Em seu quarto, Alice chorava abraçada com Amy, que parecia muito assustada.

— Vocês estão bem? – perguntou se aproximando, a culpa começando a se formar em seu peito por ter deixado as duas sozinhas.

Alice soltou um suspiro aliviado, largando Amy para abraçar Lily.

— Quando você demorou, eu achei que algo tivesse acontecido – ela disse, e atrás dela Amy se afastava, como se não quisesse mais ficar perto de Alice.

Demorou um pouco para faze-la parar de chorar, sensível do jeito que era, mas quando conseguiu e a convenceu a ir para o Grande Salão onde os alunos comemoravam, Amy soltou um suspiro aliviado.

— Eu achei que ela nunca fosse parar de chorar – a menina disse, seus olhos azuis arregalados – Eu não quero nunca mais ficar com ela.

Lily riu e estava prestes a contar o que havia acontecido quando Amy paralisou subitamente e Afrodite apareceu no quarto.

— Eu te devo um pedido de desculpas – ela disse, balançando sua mão, fazendo o sangue que havia espirrado em Lily desaparecer.

— Por que? – Lily perguntou, receosa de algum deus ter mexido ainda mais em sua vida.

— Eu disse que você não iria conseguir sozinha – ela respondeu e sentou na cama de Lily, a observando atentamente – E você conseguiu. Eu odeio quando fazem isso, quando diminuem alguma de minhas filhas por acharem que o amor é fraco, que eu sou fraca, e ainda assim eu fiz isso contigo.

Afrodite usava um vestido longo e branco, seu cabelo acobreado estava preso em uma trança lateral elaborada, e vendo-a ali em sua cama, Lily pensou em como estava sendo boba em se sentir culpada.

— Eu não estava sozinha – Lily respondeu, sentando ao lado da mãe na cama – Thomas estava comigo o tempo todo, e ele matou vários Comensais. Amy que me deu a ideia de usar minha adaga. James cuidou de mim, me ajudando com Amy e com a escola. E você foi quem mais me ajudou, mãe. Você poderia ter escondido tudo isso de mim e deixado aquele futuro horrível acontecer. Você poderia ter me contado o básico e deixado eu me virar, mas ao invés disso, você me deu a localização de todas as horcruxes, me deu cada detalhe que eu precisava. Você fez tudo isso ser fácil.

Afrodite sorriu para ela, passando o braço por seu ombro para a abraçar de lado, e ficaram em silencio por um tempo, apenas aproveitando a companhia uma da outra.

— Eu amo James – Lily disse eventualmente, a voz baixa.

— Eu sei.

— Iria ser ele? – ela perguntou, hesitando um pouco – Você disse que eu estava em sua coleção, mas não disse com quem.

Afrodite também hesitou, como se pensasse se deveria responder.

— Você tem dezessete anos – disse – Você o ama agora.

Dessa vez, Lily não precisou hesitar, sabia bem o que responder:

— Ele é diferente – disse, sorrindo um pouco – Ele está sempre comigo quando eu preciso, sempre faz eu me sentir segura. Faz eu me sentir especial. Eu não sei, não consigo me ver com mais ninguém.

Afrodite levantou e Lily soube que logo iria embora. Ela sorriu para a filha, o sorriso mais perfeito que existia.

— Lilian Evans e James Potter – disse, parecendo se divertir – Não importa o quão diferente sua vida esteja, eu sempre soube que isso não mudaria. Vocês nasceram um para o outro.