No topo de uma montanha situada em algum lugar longínquo, entre a fronteira que unia a Inglaterra à Escócia, uma figura alta estava de pé em sua beirada, contemplando o horizonte marcado por árvores, montanhas menores e um pequeno vilarejo ao norte.

Todos esses componentes eram unicamente iluminados pela luz resplandecente e gloriosa da Lua, que os banhava como um jorro de água purificada.

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A figura logo mostrou tratar-se de um rapaz. Ele era jovem. Sua estatura estava nitidamente encoberta por mistério e uma aura difícil de se discernir, dada sua sensação agourenta.

Os lábios rosados e perfeitamente desenhados do jovem se crisparam, impacientes. O prazo já havia passado há cinco minutos e nada de ele aparecer...

Uma nuvem cinzenta acobertou por um momento a luz do luar, enegrecendo parte do vilarejo. Os olhos milimetricamente bem desenhados e de um azul profundo como a noite voltaram-se para o alto, contemplativos.

“Uma névoa que barra a luz...

A brisa da madrugada varreu as árvores e montanhas, logo chegando até onde ele estava. De modo distraído, retirou os cabelos escuros e perfeitamente bem cuidados do rosto enquanto mirava o relógio.

— Duas e meia...

Será que o plano realmente havia falhado? Tinha certeza de que tudo sairia exatamente como no roteiro; contudo, até mesmo alguém brilhante como ele tinha conhecimento da frase “Não existem planos perfeitos”.

Como se antecipando seus pensamentos de orquestrar uma retirada discreta do local, ouviu o tão esperado som de passos soarem alguns metros atrás de si.

— Possui ciência de seu atraso, não é?

Embora não tivesse virado, conseguiu sentir a intimidação do homem como se o estivesse vendo à sua frente.

A voz retumbante e grosseira soou como um deslizamento de terra:

— Possuo, sim. E entendo os riscos. Mas as coisas foram mais complicadas do que o previsto. Marshall...

— Está morto? — o rapaz interrompeu-o, ainda negando dirigir-lhe o olhar. Aquele homem, embora altamente perigoso, não merecia tal privilégio.

Ouviu um pigarreio.

— Hum... Não, não está. Ele foi preso e mandado para Azkaban. Mas por meio de fontes confiáveis, ele não apresenta nenhuma ameaça para nós. Não esteve diretamente ligado com os que fazem parte de seu círculo pessoal... Senhor. — ele pronunciou a última palavra em tom de desgosto.

O rapaz à frente soltou uma risada irônica e obscura. Certamente aquele homem não era como os outros... Porém, sabia que ainda lhe seria muito útil. Matá-lo estava fora de seus planos...

Por enquanto.

— Conversaremos sobre isso mais tarde. Agora, quero o que me pertence. — virou-se e, desta vez, deleitou-se com o efeito que causara.

A figura do homem intimidante e parrudo, como uma parede de concreto, ficou um pouco na defensiva. Ele era temido por quase todas as pessoas com quem se relacionava, mas, por algum motivo, aquele jovem rapaz tinha algo nos olhos que o deixava nervoso.

Algo maligno.

Deixando o receio de lado, o homem grande e de sobretudo aproximou-se alguns passos. Estendeu então um objeto encoberto por um lenço preto.

— Marshall conseguiu ser mais inteligente do que esperávamos. Abrimos o estômago da coruja minúscula dele, e retiramos o material de dentro. Um “plano B” decididamente astuto.

O rapaz não pareceu dar atenção às palavras do outro; apenas analisou o pequeno embrulho que tinha em mãos. Retirou o lenço, deixando à mostra sua brilhante criação.

Observou cada detalhe do amuleto hexagonal. Nada parecia estar fora do lugar… um verdadeiro achado que havia feito dentre as velhas quinquilharias do velho Burke.

Observou a letra “T” gravada em sua superfície. Exatamente como queria.

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Com um comando da varinha, uma fumaça esverdeada começou a ser expelida do amuleto. Letras brancas-prateadas foram sendo, uma a uma, erguidas diante do rapaz. Eram 16 no total.

“R, M, O, T, L, D, A, O, V, R, E, M, I, O, D, L”

Com um simples movimento, ele as fez se embaralharem, logo tomando seus respectivos lugares...

“T, O, M, M, A, R, V, O, L, O, R, I, D, D, L, E”

O amuleto se abriu. Um truque simples e eficaz.

Uma luz ametista irrompeu de sua abertura, iluminando por poucos segundos toda a montanha.

Tom Marvolo Riddle sorriu triunfante. Seus olhos, antes azuis, brilhavam num tom vermelho vivo, que fez com que seu parceiro retrocedesse alguns passos.

O Cristal Maldito estava sobre sua posse.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.