Assim que estacionou o carro, Castiel verificou seu celular. Nenhuma mensagem nova. Começou a digitar uma para Nathaniel avisando que tinha chego.

Guardou o aparelho no bolso frontal do jeans, deu uma olhada rápida no espelho, verificando se ele estava quase irreconhecível, e saiu do carro, apertando o botão do alarme, ouvindo os clicks. Atravessou a rua e parou na frente do painel eletrônico e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta, olhando para os lados discretamente.

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Haviam algumas pessoas ao redor, andando, entrando na exposição, outras paradas por perto, provavelmente também esperando seus companheiros, e Castiel tentou ficar parado para não chamar a atenção para si. A última coisa que ele queria era que alguém o reconhecesse, mesmo com tantas coisas cobrindo seu rosto. Alguns fãs reconheciam seus ídolos a quilômetros de distância.

Enquanto observava os carros que passavam e paravam no meio-fio, Castiel sentiu um frio na barriga ao ver Florence descendo de um carro cinza. Assim que ela foi para a calçada, ele deu um aceno moderado, e ela andou em sua direção abrindo um sorriso que fez o coração do cantor vacilar, indo contra a raiva que sentia.

— Demorei muito? — Florence perguntou inocentemente.

— Não, cheguei quase agora. — Castiel agradeceu mentalmente por nunca ter demonstrações de afeto em público, assim ela não tentaria abraçá-lo ou beijá-lo. Por outro lado, ele estava começando a querer ofender Nathaniel pela demora.

— Vamos? Ou você está esperando alguém? — Florence acompanhou o olhar do outro para a direita.

— Eu... estou confirmando que ninguém vai me reconhecer.

— Coberto desse jeito, duvido um pouco. — Ela riu. — Até colocou um óculos. Ele tem grau?

— Não, é só vidro. Acho que fez parte do figurino de algum clipe. Achei que seria útil.

— Sim, fica mais difícil de te reconhecer. Vamos?

Suspirando, Castiel deu um passo à frente, e logo parou ao ouvir a voz de Nathaniel por perto.

— Eu não consigo acreditar na sua cara de pau...!

Castiel viu seu amigo passar ao lado do painel com alguém o seguindo.

— Nathaniel!

O outro se virou rapidamente e, antes que andasse na direção do cantor, travou no lugar, observando Florence. Seus olhos a varreram dos pés à cabeça, e direcionaram-se à garota que estava ao seu lado, se concentrando em seu rosto. Logo, ela se virou, visualizando tanto Castiel quanto a outra garota.

Sem acreditar no que estavam vendo, os quatro deram alguns passos até ficarem perto o suficiente. Os dois homens encaravam as duas garotas, e elas se encaravam.

A acompanhante de Nathaniel puxou a touca da cabeça, mostrando cabelos tão escuros quanto os de Florence, o mesmo sinal na testa, acima da sobrancelha direita. Os mesmos olhos, o mesmo nariz, a mesma boca...

Nenhum deles conseguia pensar em algo para dizer.

— Vocês são... — Castiel começou, boquiaberto.

— Iguais — completou Nathaniel.

— Eu ia dizer irmãs.

Florence negou levemente com a cabeça. — Não é possível... Você...

— Você é adotada também? — A outra indagou, igualmente surpresa.

— Sim... Como você se chama?

— Nadine Peletier, e...

— Florence Demaret.

Enquanto as duas se analisavam, Castiel e Nathaniel se entreolharam, sentindo-se idiotas, chocados e tantas outras coisas que não conseguiam descrever.

— Nós fomos enganados — Castiel sussurrou —, e elas também.

Apesar de todo o choque, os dois homens sentiram um grande alívio. Nunca houve traição. Nunca foi uma garota só.

— Acredita que... eu sempre senti que faltava algo de mim? — Florence sorriu, e algumas lágrimas escorreram por seu rosto.

Nadine riu, também emocionada. — Acredito, porque eu sinto a mesma coisa.

Então, elas se abraçaram, e os dois amigos sorriram.

Após alguns dias de idas e vindas à cartórios, organizações públicas e muitas pesquisas na internet, Florence e Nadine descobriram que foram deixadas no Orphelinat De L’Espoir, em Versalhes, quando tinham seis meses de idade. Florence foi adotada primeiro e levada para outra região, e Nadine foi adotada alguns meses depois, ficando por lá com sua família adotiva.

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As duas já sabiam que eram adotadas, mas não imaginavam que tivessem uma gêmea perdida, apesar de crescerem com algo faltando em suas vidas.

— Foi mal, R. Kelly, mas vou ter que escrever uma música sobre isso também — Castiel comentou, ouvindo, coincidentemente, a mesma música que ouvira em seu carro naquela noite maluca.

— Desde que você não faça igual, acho que ele não vai se importar. — Riu Florence, arrumando a mesa de jantar.

Castiel aproximou-se da garota e a abraçou por trás, enfiando o rosto em seus cabelos caídos sobre o ombro esquerdo. Ele suspirou e a segurou pelas mãos, a fazendo se virar e ficar de frente para ele.

— Florence... Agora que resolvemos todas as questões pendentes, falta a última.

— Qual seria?

— Aceita ser minha namorada?

Florence riu, fazendo Castiel a observar como um bobo apaixonado.

— Eu já sou sua namorada. — Ela segurou o rosto de Castiel com as duas mãos, carinhosamente.

— Eu só queria ter certeza.

Ele a apertou em seus braços, sem conseguir conter um grande sorriso.

A campainha tocou, estragando o momento romântico, e Castiel beijou o topo da cabeça de Florence antes de se afastar.

— Eles estão atrasados.

— Você sabe que eles moram longe.

Castiel foi atender a porta, e abraçou Nathaniel e Nadine afetuosamente.

Os quatro não poderiam estar mais felizes.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.