Hoje fui ao parque de diversões, não sei porquê, apenas decidi ir.

Apenas sozinho com a minha sombra de companhia. Vi todos a sorrir felizes, enquanto o meu rosto encontrava-se sério e sem energia.

A boca em linha reta, os olhos sem brilho e o rosto pálido.

Não fiz esforço para mudar, para que?

Continuei a caminhar como se já estivesse morto.

Sinto-me um morto vivo, só ando porque sim, cheguei ao carrossel das chávenas de café.

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Paguei o bilhete e entrei.

Sentei-me na chávena mais colorida que ali se encontrava.

Sem emoção ou felicidade, abaixei o rosto e assim fiquei.

O carrossel começou a andar, assim como a minha cabeça começou a girar.

Meus medos, minhas desilusões, meus anseios, toda a minha raiva estava ali na minha frente a confraternizar comigo.

Continuei de rosto baixo, enquanto lágrimas caíam.

Murmúrios era só o que eu ouvia.

As risadas felizes e estridentes das pessoas deixaram de ser ouvidas, apenas murmúrios, daqueles malditos.

O carrossel começou andar mais depressa.

Agarrei a minha cabeça com força a gritar para pararem.

A minha cabeça doía, como se o carrossel estivesse lá dentro.

Aqueles malditos, riam histericamente enquanto eu, chorava e gritava a plenos pulmões, para pararem.

—“Parem! Deixem-me sair daqui, por favor!” – Gritava agarrado a si mesmo.

—“Estás bem?” – Perguntou um senhor confuso. – “O que fazes aqui, neste parque de diversões abandonado?” – Mais uma pergunta feita cheia de confusão.

Olhou á sua volta, e viu como tudo estava abandonado e vandalizado.

—“Desculpe, vim apenas dar uma volta.” – Respondeu envergonhado.

— “Não há problema. Só a concelho a sairés antes que chegue o anoitecer. Pode ser perigoso.” – Aconselhou.

Apenas assentiu com a cabeça e seguiu o seu caminho. Olhou uma última vez para trás não vendo mais o senhor. Estranho!

Chegou a e estava escuro, demasiado até.

— “Mas ainda não é noite! Estranho” – pensou intrigado. Entrou e de repente algo o agarrou.

—“Decidiste aceitar-me?” – Alguém perguntou.

—“Quem és tu?” – Perguntou amedrontado. Aquela voz era demasiado gélida e cruel.

—“Eu sou tu. O teu lado mais negro que estava fechado.” Riu.

—“Aceitei o quê?” - Estava com medo. Não sabia o que estava acontecer e aquela voz causa-lhe arrepios de medo.

—“Aceitaste-me! Ao entrares no parque abandonado, aceitaste-me. Quando te sentas-te na chávena mais colorida aceitaste-me. Quando gritas-te e choras-te, aceitaste-me. Disseste que não aguentavas mais, querias força, querias que alguém tira-se essa dor. Pois então aqui me tens.” – Apontou para si, mostrando um sorriso cruel.

— “O que queres dizer com isso?” – Estava receoso, assustado e confuso com tudo.

—“Aceitaste um ser das trevas. Pediste ajuda e eu dei-te a minha mão! Agora estamos ligados para sempre.” Ergueu a mão, revelando uma pequena tatuagem.

—“Não. Eu não quero isso.” Tentou fugir, mas não tinha escapatória.

—“Não tens escolha, aceitaste-me e eu aceitei-te. Agora tu pertences-me e eu pertenço-te. E lembra-te que todos nós temos um lado mais obscuro e um lado mais iluminado, cada um escolhe e dá força ao lado que quer. No teu caso, tu deste-me força e agora pertences-me.” - Deu de ombros. “Nada e ninguém pode quebrar esse elo. Por mais luz que possas ter na tua vida, nada, mas nada vai quebrar e separar este elo que temos. Tu pertences-me assim como eu pertenço-te.”

— “Não, eu não quero. Eu não quero.” Gritava aterrorizado enquanto corria. Só queria fugir, sair dali o mais rápido possível para bem longe daquele ser… estranho? Não sabia como o definir.

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—“Ei, acorda. Estas bem, meu?” – O amigo perguntou assustado. Nunca o tinha visto naquele estado.

—“Sim, o que aconteceu.” – Olhou tudo á sua volta.

—“Adormeces-te a meio dos estudos enquanto eu jogava. De repente colocaste-te a gritar! Quem não querias aceitar?” – Estava curioso.

Olhou para a frente e ali estava o seu lado mais obscuro, com um enorme sorriso cheio de crueldade, refletido no espelho e os carrosséis do parque abandonado á sua volta. E claro aquela maldita chávena mais colorida dos que as outras, parada, á espera da próxima vitima, enquanto as outras giravam á volta daquele ser.

Olhou para a sua mão e continha a mesma tatuagem que aquele ser imundo tinha. Estavam ligados eternamente, e como ele disse, ninguém iria conseguir destruir aquele elo, por mais que tentassem.

Ele tinha aceitado inconsciente e agora iria sofrer as consequências de ter aceitado dar força e a mão ao lado mais obscuro que estava enterrado no seu ser.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.