Antes que Zuko se preparasse para finalmente contar tudo, Aang deu a ele uma deixa, sem saber, no meio da conversa deles.

— Então… – disse Aang. – Como vai a sua vida amorosa?

Zuko arregalou os olhos e ficou nervoso. – O quê? Minha… vida amorosa?

— É, ué – continuou Aang. – Tipo, você tá com alguém? Ou gosta de alguém?

— Não, não, eu não tô com ninguém – respondeu Zuko, corando.

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— Gosta de alguém, então? – insistiu o Avatar.

Zuko desviou o olhar e coçou a cabeça.

— Ahn… Eu…

Aang esperou, mas o dobrador de fogo não disse nada.

— Tudo bem, não precisa me contar se não quiser – falou Aang.

Mas eu quero te contar!, pensou Zuko.

— Vou beber um pouco de água – disse o dobrador de ar, se levantando.

A luz da lua cheia brilhava intensamente, fazendo com que a noite não estivesse tão escura, mas mesmo assim Aang não viu uma pedra maior que havia ali no chão. Quando começou a andar, ele tropeçou, caindo em cima de Zuko.

Os dois se encararam, vermelhos e envergonhados, com os rostos bem próximos.

— É… – começou Zuko.

— Ah... desculpa – disse Aang.

O Avatar saiu de cima do outro e recomeçou a andar. Mas Zuko não esperou mais; num ímpeto, se levantou e segurou o braço dele.

— Aang.

Aang olhou para Zuko, que respirou fundo.

— Eu gosto de você – contou ele finalmente. – Gosto muito de você! Muito mesmo. Eu… eu venho sentindo isso há muito tempo, mas nunca consegui contar.

Aang escutava tudo sem falar nada.

— Você me faz tão feliz – continuou Zuko –, e você é tão lindo, e seu sorriso é encantador, e você é uma pessoa maravilhosa, e… eu te amo. Não consigo parar de pensar em você. O tempo todo eu desejo te beijar. E eu quero mais do que amizade. Sei que querer não é poder, mas eu… eu…

Zuko sentia que acabara de gastar toda a coragem de uma vida. Mas até que enfim ele tinha conseguido falar, e já se sentia mais leve, mesmo que não soubesse qual seria a reação de Aang.

Só que ele reagiu da melhor forma possível. Aang aproximou-se ao máximo de Zuko e não deixou que este dissesse mais nada; segurou o rosto dele e o beijou.

De início, o dobrador de fogo se espantou. Mas logo ele se envolveu no beijo, movendo seus lábios sobre os do Avatar intensamente e colocando os braços em volta dele. Por alguns segundos ele sentiu que tinha esquecido de tudo, onde estava, o que estava fazendo antes, até seu nome. Parecia que só existiam eles dois no mundo todo, e ele desejou que aquele momento durasse para sempre.

Quando eles pararam o beijo e se olharam, Aang tinha no rosto o sorriso mais radiante de todos. Zuko estava entorpecido, e em dúvida se aquilo tinha sido real ou não.

— Você… – disse Zuko. – Você…?

— Eu também gosto de você, Zuko – revelou Aang. – Mais do que consigo descrever. E também penso em você o tempo todo.

Zuko abriu um enorme sorriso e lágrimas surgiram nos olhos dele. Então ele puxou Aang para outro beijo.