Diversus

Decisão


Depois que os médicos conseguiram salvar a vida de Evan, foi uma grande sensação de alívio para Mikaela, que ficou mais calma e sorriu sabendo que o filho não morreria.

— E agora doutor? Quando ele irá receber alta? - perguntou ela.

— Quando ele sair do coma, já tiramos os sedativos mas ele ainda não acordou. - lamentou o médico.

Claro que ela não ficou feliz com a notícia, afinal, seu filho poderia nunca mais acordar, o que a deixou mais arrasada do que já estava, isso era um mau sinal.

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Ao se sentar na poltrona na sala de espera novamente, ela pôde ver Rebekah no outro canto, parecia estar chorando e usava o cabelo para esconder as lágrimas.

— Rebekah, o Evan já não corre mais perigo. - sussurrou ela, enquanto a garota apenas assentiu.

Enquanto isso, deitado na sua cama, inconsciente, Evan lutava para recuperar a consciência em seu quarto. Ele se via em um lugar totalmente escuro, gelado e silencioso. O breu não lhe dava medo, mas sim o deixava confuso, ele estaria cego ou realmente o lugar não tem luz?

— Olá? - sussurrou e o som da sua voz ecoou por todo o local.

Foram quase três minutos esperando que o eco parasse, até que uma luz surgiu no horizonte e ele andou até ela.

— Olá Evan. - disse o ser brilhante, o olhando.

— Você de novo? - disse ele ao ver que era o mesmo suposto Deus supremo que lhe deu poderes.

— Claro, não está feliz em me ver?

— Que lugar é esse aqui?

— É o breu. Todas as pessoas quando entram em coma ficam presas aqui até que acordem.

— E cadê todas elas?

— Seu burro, cada uma fica na sua própria escuridão, é na mente de cada um e não pode ser mostrada. - bufou ele.

— Tá, mas como eu faço pra voltar? - ponderou Evan.

— Por quê voltar? Você gostaria de viver nesse mundo onde as pessoas não têm piedade de ninguém? Só pensam em si mesmas? O policial Robert nem se importava com você, ele queria te matar todo esse tempo. Desde o sequestro da Rebekah, o carro desgovernado, o prédio incendiado, tudo isso foi armado pelo próprio Robert para você entrar em cena e ser incriminado, visto como o causador de tudo aquilo. - revelou ele.

Evan ficou chocado.

— Como é que é? Mas o que eu fiz pra ele me odiar tanto? - assustou-se.

— Ora Evan, ele te odiava porque sempre foi o "herói dos heróis", todos na cidade adoravam ele porque combatia todos os crimes e era aplaudido, tinha fama e glória, era muito respeitado por todos, mas quando você surgiu e começou a salvar a cidade, ele perdeu toda a credibilidade e queria ela de volta. Por isso ele é um corrupto e ambicioso que armou tudo aquilo pra te prejudicar. - revelou.

— Ah não... - agora Evan sentou no chão.

— Pois é. Você precisa tomar um decisão, ser super herói é prazeroso mas também tem seus riscos. Acho melhor você vir comigo e não só irá ficar em paz como poderá me ajudar a escolher novas pessoas para se tornarem heróis. O mundo é grande demais para apenas você - propôs o olhando com a certeza que ele aceitaria.

- Mas e a minha mãe? - Evan finalmente o olhou.

— Ela irá ficar bem. E quando ela também partir você poderá vê-la aonde vou te levar.

- Quer dizer que para eu permanecer como herói vou ter que morrer aqui na Terra e viver com o senhor que eu mal conheço e deixar minha única família pra trás?

— Claro, mas se quiser você pode ficar e ser um garoto como qualquer um. Não se preocupe, eu sou bonzinho e estou do lado do bem da humanidade. Então deixo você decidir o tempo que for necessário.

— Eu já me decidi: quero voltar pra minha mãe, quero continuar vivendo na Terra com ela. Eu sei que o senhor precisa de ajuda, mas quando amamos uma pessoa, sempre queremos o bem dela. E eu sei que o bem da minha mãe não é me perder, é estar comigo. Eu sei que tem pessoas egoístas mas tem muitas que não são. A Rebekah é um grande exemplo disso, passou por cima das ordens do pai para ficar comigo, então não tenho motivos pra ir embora. O senhor vai encontrar muitas outras pessoas por aí capazes de virar heróis e heroínas. - discursou Evan.

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All o olhou surpreso e impressionado, parecia que não esperava que Evan abrisse mão de seus poderes um dia, então, se aproximou e o olhou nos olhos.

— Tudo bem, se você está certo disso, eu compreendo. - disse ele com um sorriso no rosto desaparecendo aos poucos até não sobrar nada, a escuridão virou uma luz branca forte e logo se tornou um breu de novo, mas ele podia ouvir vozes.

— Já sei, amiga, dá um beijo nele, quem sabe assim ele acorda? - disse uma voz desconhecida.

— Beijar ele? Tá maluca? Eu não sou um príncipe e nem ele é uma princesa. - bufou Rebekah e Mikaela riu.

— E daí? Às vezes a princesa pode salvar o príncipe, então a garota indefesa pode salvar o herói! - riu ela.

— Você anda vendo muito romance pro meu gosto.

— Qual é amiga? Só tenta! Lembra que você disse que quase o beijou lá no penhasco? Tenta vai.

Rebekah sentiu o rosto ruborizar, ela não queria que Mikaela soubesse.

— Que história é essa Rebekah? - quis saber Mikaela.

— Tá bom tá bom, depois eu conto tudo pra senhora e você Mariana, pára com essa história. - disse ela respirando fundo. Ajeitou o cabelo, fechou os olhos e se abaixou. Quando seus lábios tocaram levemente os de Evan, ele acordou. Ao abrir os olhos, ficou confuso ao ver Mikaela, Rebekah, Mariana e uma mulher desconhecida, que não aparentava ser a enfermeira, em volta da sua cama.

— Olha, o beijo funcionou! - comemorou Mariana.

— Ai amiga, não exagera, foi só um selinho. - bufou Rebekah, corando e indo se sentar no sofá.

— Fala sério, gostou? - perguntou Mariana, rindo e sentando ao lado dela.

— Filho, você está me reconhecendo? - perguntou Mikaela.

— Sim mãe... - sussurrou ele, sorrindo.

E se Mikaela já estava feliz por ele estar vivo e consciente, ter saído do coma, quando ouviu o som da voz dele novamente, ela caiu em lágrimas de emoção, Evan estava voltando a si mesmo aos poucos, mesmo que ainda totalmente frágil e sem poderes.

Com isso, os médicos entraram e ficaram felizes por ele ter se recuperado, mas ainda teria que ficar mais uns dias.

— Tudo bem, a gente espera. Vamos pra casa amiga? - perguntou Mariana e Rebekah assentiu.

— O que aconteceu? - perguntou Evan para Mikaela.

— A Rebekah me contou que o policial que te atacou era o pai dela, ele queria te caçar por considerar pessoas com poderes, uma ameaça. Só que algo aconteceu enquanto vocês voavam que você caiu de uma grande altura e desmaiou. - explicou ela.

— Eu caí porque a asa de um avião bateu na minha cabeça. Por isso odeio aviões. -bufou ele e Mikaela riu.

— Pois é, mas agora o avião caiu e ninguém sobreviveu. Os familiares dos passageiros estão lá fora esperando você sair para te linchar.

— O quê??? Mas eu não fiz nada!! Vou ficar preso aqui pra sempre? - ele disse, chocado.

— Eu sei meu amor, mas as pessoas estão com raiva de você por não ter impedido a queda do avião e salvo todo mundo. Pelo que disseram parece que é isso. Mas não se preocupe filho, já armei um esquema com os guardas, eles vão nos levar por uma outra porta quando você tiver alta. - finalizou ela e Evan respirou aliviado.