Diversus

Acidente


Para a sorte de Evan, Mikaela não havia percebido seu desaparecimento e ato de heroísmo, pois ele conseguira voltar pra biblioteca antes que ela sentisse sua falta e fosse até a sala onde ele estava para procurá-lo, assim, eles almoçaram tranquilamente e por uns dois dias essa foi a rotina dele. Mikaela ainda estava um pouco desconfiada do filho, mas resolveu não falar nada, tentaria descobrir sozinha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Em uma dessas tardes onde eles voltavam para casa, eram cerca de seis horas, o céu já estava escuro e o trânsito movimentado como de costume, assim que o semáforo ficou verde e Mikaela arrancou, um outro carro veio na direção deles e o acertou em cheio, os fazendo capotar três vezes até arrastar uns centímetros de cabeça pra baixo e parar.

Para sorte dos dois, o veículo colidiu apenas com a lateral esquerda do carro, não com a porta que estava sua mãe, pois isso poderia machucá-la mais do que já estava. Evan olhou em volta e viu que não tinha se machucado, mas sua mãe tinha umas escoriações no rosto, rapidamente ele soltou seu cinto e o dela e a puxou com cuidado para fora do veículo, já havia assistido filmes onde os carros capotam e depois de um tempo de ponta cabeça explodem.

Quando conseguiu, por fim, retirar sua mãe, um choque: foi uma viatura de polícia que os atingiram, e agora, haviam três policiais armados apontando revólveres em sua direção.

— Parado aí, não se mova! - disse o policial do meio.

— Não tente se mexer, sua mãe vai receber os devidos cuidados, mas você vem conosco! - falou o policial da esquerda, se aproximando.

Mas Evan não se intimidou, claro. Quando o policial se aproximou, ele retirou a arma da mão do mesmo e jogou longe.

— Garoto, não provoca, não queremos te matar! Mãos para cima! - ordenou o policial do meio.

Evan, então, fez algo inimaginável: fechou os olhos e abriu os braços, fazendo um par de asas negras gigantes aparecerem nas suas costas. Todos, ao verem a cena, ficaram chocados, afinl, Evan era um anjo negro ou era truque? Como os policiais não reagiram, ele começou a bater as asas e subir, até uns cinco metros de altura, os motoristas e pedestres viram aquilo e aplaudiram, maravilhados. Um dos policiais ordenou que todos se calassem, então Robert surgiu de dentro da viatura e riu.

— Ah, que bom saber que você pode voar, porque agora eu também posso! - debochou ele, revelando então um par de asas de avião com um foguete atrás, ele amarrou o mesmo nas costas e começou a voar. Evan, então, voou pra bem longe dele, que foi atrás.

— Dona Mikaela, o que aconteceu? - falou Rebekah, aparecendo no meio da multidão, se ajoelhando ao lado da mulher.

— Hum, cadê meu filho? - ponderou Mikaela, acordando.

Os três policiais miraram suas armas pra cima enquanto Evan e Robert subiam cada vez mais e mais. Evan conseguia voar bem rápido, mas os foguetes de Robert o acompanhavam e deixavam o garoto preocupado. Após subirem até certa altura, Evan começou a ficar sem ar, que estava ficando rarefeito, além da redução da temperatura, o que fez Robert se aproximar.

— Temos que impedir, joguem alguma coisa! - falou Rebekah, desesperada.

— Não dá, podemos acabar acertando o Evan! - disse uma moça.

Os policiais baixaram as armas, esperando algo acontecer. Quando Robert seguro o pé esquerdo de Evan, o mesmo se assustou e por impulso, o chutou no rosto, o que o fez soltar o pé dele e Evan começou a descer, em busca de ar, pois já estava ficando fraco por conta da falta de oxigênio. Robert configurou os foguetes para a potência máxima e se aproximou dele, a televisão e as pessoas filmavam todo o espetáculo.

— Atenção atenção, um reboliço acaba de acontecer aqui no centro da cidade, o policial Robert está amarrado em um foguete perseguindo o garoto Evan, que por algum motivo, também sabe voar. E parece que no momento, algo acontece entre os dois, só precisamos saber o porquê disso tudo! - falou a repórter

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Ei ei ei, nada de câmeras, podem sair daqui! - rebateu um policial, contendo a multidão.

Por alguns minutos, Evan desviava o rumo do voo quando Robert se aproximava, para dificultar ele, mas aquilo estava o cansando, foi quando ele deu um mergulho para cima e desapareceu.

— Cadê você covarde? Filho da mãe! - sussurrou ele, olhando em volta.

Ao olhar pra trás, tomou um belo soco de Evan, o que o fez ir lá para trás. Furioso, voou na direção dele e Evan começou a subir novamente, mesmo com o ar ficando cada vez mais fraco. Subiram, subiram, subiram, até que Evan não aguentou mais e começou a perder a consciência por causa da falta de ar, o que fez com que finalmente Robert alcançasse ele, pelo pé.

— Agora que vamos ver quem é o mais forte e o mais verdadeiro herói da cidade aqui, filho do capiroto! - xingou Robert, se preparando para dar um soco em Evan, até que notou uma coisa, o seu foguete havia congelado com a baixa temperatura. Com isso, os dois começaram a cair muito rápido.

— Socorro!!!! - gritou Robert, caindo enquanto tentava tirar os pedaços do gelo do seu foguete.

Enquanto isso, um avião estava sobrevoando a cidade, preparando-se para pousar no aeroporto que só ficava a cinco minutos de distância.

Atenção tripulação, preparar para aterrissagem, mantenham os cintos de segurança afivelados e desliguem os aparelhos eletrônicos. - disse a voz do piloto.

Houve um minuto de silêncio que foi interrompido por uma violenta explosão vinda do motor direito do avião, que acabou danificando a asa direita e fazendo o avião entrar em parafuso, já que sem a asa o estabilizador vertical não serviria para mantê-lo no ar. Todos ficaram horrorizados ao ver o avião caindo em parafuso rapidamente, Evan ainda estava em queda livre quando conseguiu chegar numa altitude em que pôde recuperar o ar. Portanto, ao ver o avião caindo, voou até ele para tentar o segurar, mas a asa acabou se soltando de vez da fuselagem do avião e o acertou na cabeça, o desmaiando de vez.

Evan começou a cair rapidamente até se esborrachar no chão perto da praça onde estava, o impacto formou uma cratera no asfalto, deixando sua mãe e Rebekah apavoradas.

— Evan! - gritou Rebekah, passando pela linha quadriculada.

— Filho! - gritou Mikaela, seguindo Rebekah.

Quando ambas chegaram no local da queda do garoto junto com alguns curiosos, Mikaela o pegou no colo.

— ALGUÉM CHAMA UM MÉDICO!!! - berrou Rebekah enquanto Mikaela chorava com o filho nos braços.

Nesse momento, o avião caiu sobre um galpão abandonado à duas quadras dali, explodindo na hora e, com certeza, não deixando sobreviventes.

Depois de alguns minutos, a ambulância chegou e Mikaela seguiu a mesma no carro de Rebekah, chorando muito, com medo de perder seu filho, que estava em estado crítico.