Iremos resistir?

Pesaddelo


Outro dia havia chegado e diferente dos outros esse amanhece chuvoso e frio. Violetta rolou de um lado para outro puxando a coberta sobre sua cabeça quando descobriu que estava chovendo. Não queria levantar, sua vontade era de ficar o dia todo na cama, mas sabia que seu pai não deixaria de maneira alguma isso acontecer.

Se obrigou a levantar e escolher uma roupa quentinha e desceu para tomar seu café que estava mais para almoço, estava ficando mal acostumada com essa folga do Studio. Não encontrou seu pai na sala e muito menos no escritório, o que achou bem estranho. Foi para cozinha encontrando Olga dançando e cantarolando uma música qualquer.

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O: o que a minha princesa quer hoje?- ela para com o show quando percebe Violetta parada na porta

V: quero essa sua alegria- senta no banquinho

O: ah querida- ela segura seus ombros- isso eu não posso ajudar, mas posso fazer algumas panquecas pra você

V: isso já esta bom- sorri enquanto ela se afastava- onde o papai esta?

R: foi até a casa do Senhor Vargas- falava enquanto lia o jornal

V: o que foi fazer la?

R: isso eu não sei- levantou seu olhar para Violetta- não me disse nada apenas comunicou que sairia

V: estranho- volta sua atenção para Olga- e a Angie?

O: ela foi até o Studio disse que o Pablo precisava dela- colocava as panquecas em um prato

V: isso esta com uma cara ótima- observava tudo que Olga fazia- e o cheiro então

O: aqui esta- coloca o prato a sua frente

V: obrigada Olguinha- sorri e começa a comer

An: já esta acordada- falava enquanto entrava- meu deus como esta frio la fora

R: por isso não gosto de chuva- dobrava o jornal

O: você não gosta de nada homem- começava a implicar

R: só estou dizendo que a chuva faz as pessoas usarem roupas que não gostam e- se levanta- estragam o look- pisca para Violetta que ria da situação

V: ele tem razão

O: até você pequenina?- levou a mão até a boca

R: esta do lado vencedor- se dirige até a porta

O: não existe essa coisa de lado- faz o mesmo caminho que ele- e se existisse estaria do meu

R: você me faz rir- imita uma risada e começa a sair

O: você volte aqui- continuava a andar atrás dele

An: vai entender esses dois- ria enquanto pegava uma xícara

V: o que foi fazer no Studio?

An: eu?- pigarreou- não posso esconder de você- senta a sua frente e segura sua mão- Pablo me pediu pra ver umas coisas sobre o Leon

V: que coisas?

An: se os pais dele querem pegar suas coisas no Studio ou preferem deixar la- percebe o que Violetta estava pensando e rapidamente se corrige- só pelo tempo que estiver fora

V: estão achando que ele não vai mais acordar- era mais uma afirmação do que uma pergunta

An: todos temos esperança de que ele acorde- sorri gentilmente- só queremos que os pais dele tenham tudo do seu filho

V: o que eles falaram?

An: que não, querem deixar tudo como ele deixou

V: papai foi na casa do Senhor Vargas- comenta

An: ele me disse que iria- confessa- eles são amigos a algum tempo e de certa forma precisava apoiar seu amigo- Violetta sorri em resposta e volta a comer

Depois de quase dois dias Germán decidiu que era hora de ir até a casa de seu amigo ver se estava tudo bem. Chegando em frente da sua casa percebeu que só havia um carro na garagem, o de Leon não estava mais por ali. Tocou a campainha e logo foi atendido pelo dono da casa que esboçou um pequeno sorriso.

Va: Germán

G: Vargas

Va: entre- da passagem para ele- o que te trás aqui?

G: queria saber como estão as coisas- cruza os braços

Va: vamos pra minha sala- sai sendo seguido por Germán- não quero que minha esposa escute- fecha a porta e vai para sua cadeira- a coisa não esta boa

G: o que foi?- senta em sua frente

Va: o coração dele esta muito fraco- explica- sei que ele pode ser muito forte, mas seu coração nem tanto assim- suspira cansado- pedi para o médico fazer tudo e mais um pouco, não posso perder meu único filho

G: entendo seu medo- faz uma pequena pausa pensando no que falar- tenho certeza de que tudo ficara bem

Va: não tenho tanta certeza- fecha os olhos por uns segundos- e ainda tenho que cuidar da papelada do seguro- balança a cabeça negativamente

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G: posso dar uma olhada nisso pra você se quiser- sugere- assim você distrai sua cabeça e pode ficar mais tempo com o Leon

Va: tudo bem, fico muito grato por isso

G: imagina- pigarreia- você me disse que sua esposa não sabe sobre o Leon?

Va: não sabe sobre todos os detalhes- se encosta na cadeira- quero poupar ela de saber dessas coisas, já basta o sofrimento de ver ele daquele estado

G: compreendo- ele levanta sendo acompanhado pelo homem a sua frente- assim que puder vou até o hospital ver ele- recebe um leve meneio como resposta- me mande a papelada por e-mail que vou resolver- vai até a porta abrindo a mesma- até mais

Va: até- Germán fecha a porta e logo em seguida sai pela porta da frente

Violetta estava sentanda com Angie na sala conversando sobre coisas aleatórias quando o som da campainha ecoa pela sala. Antes mesmo que pudessem levantar Olga aparece e o faz.

O: pois não?- cruza os braços observando a pessoa na sua frente

M: a Violetta esta?

Ao escutar seu nome se vira rapidamente para porta confirmando seu medo, era Marcos. Olha para Angie suplicando ajuda, mas Olga já havia deixando ele entrar.

V: o que faz aqui?- vai de encontro a ele

M: também estou feliz em te ver- sorri

V: desculpe

M: queria saber se esta bem

V: estou- olha para Angie e Olga paradas- vamos no escritório- sai puxando ele

M: não imaginei que queria ficar sozinha comigo- começa se aproximar dela

V: não começa- se afasta indo para mesa- o que quer?

M: já disse, saber se esta bem, fiquei preocupado com você

V: o que foi?- cruza os braços- não posso surtar uma vez que estou louca?

M: não disse isso- da de ombros- só me preocupei que estivesse mal

V: bem que não estou- ri sem humor- mas você ainda não respondeu o que veio fazer aqui

M: já disse- Violetta arquea uma sobrancelha- tudo bem, queria te ver, isso é um crime?

V: talvez, eu não sei, preciso ler algumas leis pra saber- senta na cadeira de seu pai

M: você é hilária- estava pronta para responder quando o computador apita avisando uma nova mensagem- o que foi?- percebe a cara que ela tinha feito ao ler- Violetta?- da a volta na mesa se aproximando e lendo o conteúdo da mensagem

“Estamos enviando essa e-mail para dar entrada com o seguro do carro que o Senhor Leonard Vargas possui, precisamos que o responsável preencha alguns dos formulários que estão em anexos e nos envie novamente.

Att: Asseguradora confidence.”

Mais a baixo havia algumas fotos do carro após o acidente. Violetta olhou para cada foto atentamente demorando em uma foto especifica, na imagem mostrava o carro quase todo destruído e com amaçados por todos os lados, o vidro da parte do motorista estava em mil pedaços mostrando os airbags todos estourados. Sentiu um enjoo tão grande ao ver aquelas fotos que podia jurar que a qualquer momento iria ter que cair correndo.

M: eu não acredito que ele tinha um Audi Q3, o quanto ele é filhinho de papai? – Violetta lhe lança um olhar repreendedor- me desculpe, não acho que seja bom ver isso- apaga a tela do computador e gira a cadeira dela obrigando a olhar para ele- vamos sair

V: não quero- cruza os braços

M: por que?

V: porque não quero- insiste na resposta

M: você precisa sair

V: eu preciso é ficar em casa e além do mais esta chovendo

M: combinamos outro dia- se da por vencido

V: já não esta na sua hora?

M: esta me expulsando? É isso que faz com seus amigos?- se faz de ofendido

V: é, é sim- levanta empurrando ele- é exatamente isso que eu faço- empurra o mesmo até a porta

M: assim você me faz ficar muito mais apaixonado- sorri

V: como se eu me importasse- abre a porta- esqueceu que tenho namorado?

M: tem?- arqueia a sobrancelha

V: não mais- continuava empurrar ele- mas também não quero você- enfim colocava ele para fora

M: essa doeu- colocou a mão sobre o peito

V: que pena- sorri- até

M: tchau querida- ela fecha a porta

G: não foi essa a educação que eu te dei- se aproxima dela com os braços cruzados

V: papai- arruma seu cabelo- você tem um novo e-mail

G: você viu?- desfaz sua postura seria

V: sim- foca seu olhar no chão- acha que eles podem aprovar?

G: esperamos que sim, vai ao hospital hoje?

V: não- balança a cabeça- combinamos nos revezar para ver ele

G: claro, o que pretende fazer o dia todo?

V: não sei, esta chovendo- vai até o sofá

G: Vilu....- algum celular toca avisando uma nova mensagem- foi o seu?- pega o seu próprio celular checando

V: é, parece que foi- analisava o conteúdo da mensagem- parece que já tenho plenos pra hoje- vai até a escada- vamos até a casa do Fede

G: nem preciso falar pra ter juízo não é?

V: sabe que eu sempre tenho- sorri e sobe correndo as escadas

Com medo de passar frio pegou um casaco a mais encontrando uma blusa de Leon em meio a suas coisas. Pegou aquela blusa e aproximou de seu rosto para poder sentir o cheiro do seu perfume, não podia descrever o quanto amava aquele cheiro. Com todo o carinho guardou aquela roupa novamente em suas coisas, não devolveria tão rápido aquilo. Enquanto descia as escadas escutou uma voz conhecida e sorriu.

V: não sabia que teria motorista particular- chama atenção dos dois que conversavam em um canto da sala

F: estou a sua disposição madame- faz uma reverencia e ri

G: Federico estava me falando que decidiram fazer uma tarde do grupo- tinha uma expressão confusa

V: tarde do grupo?- ri

F: Ludmila que deu o nome- da de ombros- vamos?- sai em direção a porta

V: claro, tchau papai- da um beijo em seu rosto

G: se cuidem- observava os dois saírem

F: espero que esteja preparada pra ver um bando de gente triste tentando fazer outras pessoas felizes- caminhavam lado a lado

V: meio que me acostumei já- sorri

F: não duvido isso- abre a porta para ela entrar

V: muito cavalheiro

F: coisas que aprendi com o Leon- sorri

V: ele é incrível mesmo

F: mas então- liga o carro- como esta?

V: se eu pudesse chutar diria que igual você- analisava o amigo com o olhar perdido

F: o quão ruim você esta?- ri sem humor- estou péssimo, mas me mantenho pela Ludmila

V: estou na mesma- suspira- não quero demonstrar perto do papai ou da Angie- olhava janela a fora- sei que estão fazendo o máximo para me animar

F: sinto o mesmo com os outros- manteve seu olhar na estrada- sei que todos estão fazendo o máximo pra descontrair

V: fazem só dois dias acho que é bem aceitável a gente ainda estar triste

F: a tristeza nunca vai passar- olha de relance para ela- mas a gente a prende a conviver com ela

V: eu não sei- analisava cada lugar por qual passavam tentando afastar os pensamentos ruins

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F: chegamos- se encosta no banco fechando os olhos

V: pronto para fingir?-faz o mesmo que ele

F: já entrei no personagem- sorri de canto

V: então vamos- abre sua porta acompanhada por Federico- estão todos ai?

F: sim- abre a porta- chegamos- tira seu casaco e joga sobre o sofá

C: oi amiga- vai até Violetta lhe dando um abraço

Fr: pensamos que não viria

V: não ia negar um pedido tão carinhoso da Ludmila- sorri em direção da amiga

Lu: pelo menos alguém me escuta- abraça Federico

B: acho que agora já podemos escolher a pizza- reclama do outro lado da sala

N: concordo com ele, estou morrendo de fome

Lu: são apenas 4:00 horas- vai para o meio da sala

D: as pessoas tem fome a toda hora- desvia seu olhar do celular

A: a não ser que você queira ver ele comendo as paredes é melhor pedir algo- aponta para Diego

Lu: que seja- se da por vencida- peçam algo e depois vemos outra coisa

Depois de decidirem qual pizza pegariam todos sentam na sala para ver um filme qualquer que estivesse passando. Não demora nada para algumas pessoas pegarem no sono esquecendo completamente do filme e da comida. Quando a campainha toca avisando que a comida havia chegado Diego sai correndo para atender fazendo seus amigos rirem.

D: devemos acordar eles?- leva a pizza até a cozinha sendo acompanhado pelos outros

Lu: acho que não, depois que acordarem a gente pega outra- procurava algo pelos armários

Fr: eles estão realmente cansados- senta na ponta da mesa

B: estão- concorda sentando- querem se fazer de durões, mas estão péssimos

N: a Vilu nem se mexe- vem da sala com Camila

Lu: o Fede esta dormindo?

C: como um anjinho- senta ao lado de Broduey- ele esta se esforçando pra parecer bem

D: já disse que ele não precisa se fazer de durão- come um pedaço da pizza- todos estamos do mesmo jeito

B: o Andrés também ta péssimo

Lu: ele é bem ligado com o Leon- senta na outra ponta da mesa- tenho passado todos os dias na casa dele e sempre esta no quarto- suspira- e o Fede ainda esta de pé por minha causa, acha que precisa me manter firme- sorri

D: ele desaba toda vez que você vai embora- confessa- outro dia que estava aqui ele simplesmente me ignorou e foi pro quarto

Fr: o que vamos fazer com eles?

C: não tem muito o que fazer- também comia sua pizza

N: só o tempo vai ajudar eles

Todos ficam em silêncio sem saber o que falar ao certo, era uma situação delicada para todos. Resolveram deixar que os outros dormissem o tempo que fosse necessário e iriam ficar na cozinha conversando. O primeiro a acordar foi Maxi, assim que viram o mesmo passando pela porta trataram de pegar um pedaço de pizza e lhe dar.

Ma: isso aqui esta uma delicia- falava entre uma mordida e outra

N: fecha essa boca pra comer- da um leve tapa em sua nuca

D: e os outros dois?

Ma: nem se mexeram do lugar- pega um copo que estava na sua frente tomando o liquido- faz tempo que estamos dormindo?

C: umas duas horas- olhava para o celular

Lu: deveríamos acordar eles agora?

Fr: eu acho que não- estava abraçada a Diego- devem estar muito cansados

B: concordo com a Fran

Após mais algum tempo Camila e Broduey anunciam que precisavam ir embora, mas que ligavam para saber de noticias, se despediram de todos em seguida indo embora. A noite já caia e nada de Violetta e nem Federico acordarem. Estavam conversando e rindo baixinho quando escutam uma voz vindo da sala, pé por pé todos vão até la para saber o que estava acontecendo.

F: não, por favor não- se debatia embaixo das cobertas

Fr: acho que ele ta tendo um pesadelo

Lu: vou até ele- estava pronta para sair quando alguém segura seu braço

Ma: é uma boa ideia?- voltam a olhar para ele que continuava se mexer

F: não pode fazer isso com a gente- após falar isso foi se acalmando

Ma: ta vendo....- e novamente começaram os gritos agora acordando Violetta

V: Fede?- olha assustada para os outros e volta seu olhar para o amigo se mexendo- Federico- toca seu rosto- escute a minha voz

Lu: meu amor- se aproxima sentando junto dele- acorde- passa a mão por seu cabelo

F: não! Não! Não!- continuava a gritar

Lu: Federico, por favor- segura seu rosto entre as mãos

V: Fede- olhava para Ludmila desesperada sem saber o que fazer

Lu: acorda!- fala mais alto fazendo com que ele pare de falar

Aos poucos ele vai abrindo os olhos e vendo todos a sua volta assustados, em sua frente estava Ludmila segurando sua mão.

F: o que foi?- olhava para cada um deles

D: você estava gritando e se batendo- se aproxima

F: eu?- olha para Ludmila que assente- desculpe por assustar vocês

A: não tem problema- senta ao seu lado- o que sonhou?

Fr: Andrés- repreende o amigo

A: só queria saber- da de ombros

F: tudo bem- bate de leve em suas costas- sonhei com o acidente- percebe todos evitarem seu olhar- estou legal- se levanta e vai em direção a cozinha- só estou com fome

Lu: se o Andrés não comeu tudo ainda tem pizza- vai atrás dele

D: como esta?- senta ao lado de Violetta

V: bem- sorri- e também levando

D: pretende ir ao hospital amanhã?

V: sim, acho que vai me fazer bem

D: tenho certeza- sorri e estende a mão- vamos comer?

Fr: comer de novo Diego?- aparece ao lado dele

D: estou em fase de crescimento- faz uma cara de cachorrinho

Fr: é claro que esta- revira os olhos- vamos- sai sendo seguida pelo outro dois

Parada na porta Violetta via seus amigos comendo e conversando e podia jurar que sentiu a presença de Leon ali. Era tão difícil imaginar que momentos como aquele iriam acontecer e ele não estaria presente. Se encostou na porta imaginando se um dia teria os risos de Leon novamente junto deles, se poderia ver aquele sorriso tão lindo que amava ou se teria de se acostumar sem a sua presença. Era difícil ter que seguir a vida normal, mas tinha que fazer isso.

Naquele momento não conseguia se mover do lugar, queria ficar ali no canto apenas olhando, não queria incomodar a todos com sua tristeza. Nem tudo o que se sonha é realizado, mas o destino estava sendo muito maldoso com ela, aceitaria o fato de não ter uma vida ao lado de Leon, mas não aceitaria nenhum pouco perder ele para sempre.