Éons de Sangue

Capítulo 8


Katherine estava prestes a sair da mansão quando Thomas apareceu.

— Você não deveria fazer isso, Kath. — Ele a segurou. — Nós iremos matá-lo pela manhã, quando ele não tiver como fugir da mansão. Não se preocupe.

— Eu não… Não pretendia matá-lo. — A garota respondeu, Puxando seu braço. Ao fazê-lo, as bandagens que cobriam a mordida se desfizeram, a expondo e assustando Thomas, que se distanciou.

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Ela rapidamente cobriu os furos, mas o estrago já tinha sido feito: o garoto olhava para ela aterrorizado, e seu primeiro instinto foi puxar uma arma e apontar para a cabeça dela.

— Kath… Você contraiu a doença. Você devia ter nos falado. — Ele segurou a arma com mais força. Lágrimas escorriam da cara dele, afinal, ele gostava muito da garota. — Eu devo imaginar que não tenha matado James por dó, porque o amava… Eu não cometerei o mesmo erro.

No que o disse, puxou o gatilho, mas errou: estava tremendo demais, e a bala passou de raspão no braço da garota. Katherine, aterrorizada, correu. A casa de James era sua única opção, no momento, embora a garota estivesse desolada. A casa onde crescera, agora a odiava, e seu amor era o motivo. Ela não sabia o que fazer.

Ao chegar na frente do palacete de James, estava exausta. O ferimento da bala era superficial, mas sangrava e doía, e a garota quase não tinha descansado do baile. Ela só queria dormir. Apoiando-se na porta, ela tocou a campainha, sem saber ao certo o que a esperava.

E quando a porta se abriu, ela caiu no chão. Uma garota que não parecia ser mais velha que Elizabeth a olhou de cima, e sua pele era… Vermelha?

— Freddie, corra aqui! A pombinha está desmaiada no chão, e eu vou matá-la!

A garota, então, partiu pra cima de Katherine com um ódio que ela jamais havia visto. E ela, sem forças, apenas gritava enquanto tentava empurrar a criança - demônio? - para longe. James e Frederick então apareceram, e enquanto James gritava para que a garota, cujo nome ela descobriu ser Demétria, para que a soltasse, o outro a pegou no colo, a levando para outro lugar, onde ela jamais imaginaria estar. Dentre portas e escadas, o homem que Katherine jamais havia visto, a deixou numa espécie de masmorra.

A garota imaginava que eles só poderiam estar a decâmetros embaixo da terra: foram escadas e escadas, e aquela masmorra mais se parecia com uma caverna: o teto era alto, com cristais brilhantes iluminando o recinto, e embaixo ela podia ver um lago e uma prainha de terra cinza. Da porta onde saíram, uma passarela levava a diversas gaiolas vazias, penduradas, e ela tinha sido posta em uma. Ela jamais conseguiria pensar que James era dono de um lugar assim, tão sombrio.

James… Será que ele realmente a amava? Ou era o homem que ela amou?

Por que ele faria aquilo com ela?

Quem era James?

Katherine só conseguia chorar. Ninguém viria para ela, ela iria morrer naquele lugar. Ou assim pensava.