Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas

Você é a peça chave dos nossos planos


Capítulo 34

Você é a peça chave dos nossos planos

Villa de Villavelha, Cantabria

17 de janeiro de 2016

Era noite. As tropas do ministério estavam cercando uma montanha. Havia muitas viaturas e carros no lugar e a região foi isolada dos moradores. Havia também ambulâncias dos serviços médicos, cuidando dos soldados atacados. Um dos soldados feridos babava sem parar em cima de uma maca.

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— Estourou o cérebro dele, capitão!

— Mas que droga! Essas eram as forças especiais mentais! Como foram perder assim? — disse o capitão.

Um vento forte passou pelos soldados e a maca foi derrubada no chão de terra, com o ferido e os socorristas que o levavam. Era Sakura, pousando delicadamente no chão. Seu rosto estava sério. Os soldados estavam espantados com tamanho poder mágico saindo dela.

— Sakura! Temos uma ordem de captura contra a senhora! — disse o capitão.

— Cadê ele? — perguntou a Cardcaptor, nem se importando com o que ele disse.

— Cadê a Dona Beatriz, a gente tá te perguntando!

Sakura agarrou a farda dele e levantou o oficial com os braços. Com medo, os outros soldados pegaram os fuzis e apontaram para ela.

— Solta o capitão.

— Cadê ele? — disse Sakura. o poder mágico dela aumentou mais uma vez e alguns soldados da linha de frente foram arrastados pela rajada de vento que saía debaixo dos pés dela. Os soldados da outra linha de ataque miraram em Sakura com lasers e se prepararam para atirar. O capitão levantou a mão para o alto e todos abaixaram as armas. Ele ordenou:

— Acalmem-se. — Sakura colocou o homem no chão, mas não o soltou. — Ele está na caverna na margem esquerda do rio, há uns cem metros.

— Fiquem aí, eu já vou. — berrou Sakura.

— Isso é loucura! A gente tem uma ordem de captura contra a senhora!

Um sargento colocou as mãos no ombro do capitão e fez não com a cabeça.

— Capitão, Dona Beatriz está vindo… Seria loucura a gente tentar parar essa aí! Deixa que elas se virem! — disse o Sargento, olhando Sakura correr sobre as águas do rio.

II

— Sakura, você encontrou ele, não encontrou? As ordens são pra prender ele, está me ouvindo? Não vou admitir desobediências! O comando é meu! — disse Dona Beatriz, por telepatia. Sakura ignorava as palavras dela e nem sequer se dava ao trabalho de responder. A cardcaptor contemplava o esconderijo dele: uma caverna sem detalhes, apenas com alguns archotes iluminando e uma pedra no meio da cova. Em cima dela, estava Hernán Cuesta, vestido em sua armadura vermelha como sangue. Quem olhava, parecia que ele estava dormindo a sono solto, como se nada no mundo pudesse atrapalhá-lo naquele lugar.

Sakura bateu na barriga dele com o báculo e gritou:

— Acorda, vagabundo!

Ele não acordou. Um fantasma apareceu do lado dela. Sakura tremia de medo, mas não podia recuar.

— Então você chegou… Usou a carta escudo pra derrubar minhas defesas!

— Por que diabos você não acorda e tem que aparecer nessa forma nojenta na minha frente!? — berrou Sakura.

— Nojenta nada! Você também vai virar fantasma um dia! — disse o homem de armadura vermelha. Sakura tremia. Ele temia que ela fizesse algum movimento errado e tentou acalmá-la.

— Todos os Interventores da Cantábria não passam de uns aleijados que só conseguem falar com o mundo exterior só nessa forma… Nem proteger meu corpo eu consigo sem ajuda dos outros…

— Você é o Hernan Cuesta, né?

— Sou sim.

— Foi você quem colocou um tumor na cabeça do Shoran faz sete anos atrás?

— Shoran, ah, sim! Me lembro dele… Ele é o rapaz com energia Clow dentro dele, não é?

— Sim, esse mesmo!

— Então, você é a namorada dele… Já ouvi falar disso, mas não conseguia acreditar. Achei que ele fosse da Gotzone. O meu objetivo sempre foi ela, sempre foi acabar com aquela cretina… Como ele sempre vinha direto em Euskadi, pensei: por que não usar o moleque?

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— Mas e as cartas?

— Nunca foram meu objetivo, só foi do cretino da Catalunha. Ele me prometeu me tirar dessa, sabia? Se eu reunisse o maior número de informações sobre elas…

Sakura parou de pensar nas cartas para pensar em Syaoran.

— Então, quer dizer que o Shoran vinha aqui direto?

— Duas, três vezes por ano… Até mais… Tinha vezes que ele passava mais de uma semana…

— Puxa, pior que é verdade mesmo! — disse a cardcaptor, tremendo, lembrando-se das viagens do marido. Sakura ficou mais consternada ainda por saber da dimensão do chifre que levou. Se Syaoran visitou o País Basco várias vezes, os cornos que levou não foram poucos não, formavam uma verdadeira galhada de milionário, nisso que ela pensava. A voz de Bea interrompeu seus pensamentos.

— Sakura, está me ouvindo? Aqui é a Bea Fanjul. As ordens são para trazer o Hernán Cuesta vivo, entendeu? — disse a ministra, interrompendo a comunicação dos dois. Sakura se aproximou do corpo de Hernán Cuesta com o báculo em mãos. Bastou pensar mais uma vez para que o báculo virasse a carta espada.

— Você ouviu? Você está preso, cara! Preso! — disse Sakura, gargalhando cinicamente para ele e chorando ao mesmo tempo de desespero. Uma rajada de vento saía do corpo da cardcaptor. Hernán ficou espantado.

— Preso? Eu tô preso? Eu sempre estive preso nessa droga! Não preciso de você me dizendo isso! As Cartas Clow eram a minha esperança pra sair dessa situação! Você é a peça chave dos nossos planos, sabia?

— Me diz uma coisa, cara: esse seu feitiço tem cura?

— Cura? — Hernan Cuesta gargalhou. Eu invento o veneno, eu não sou daqueles que cria o antídoto junto! Se quiser uma cura, se vira! Aquele cara já era pra estar morto faz tempo!

— Morto?

— Sim, o feitiço viraria um tumor em pouco tempo. Mas a Gotzone sempre arranja um jeito de estragar meus planos! Era pra eu ter a armadura de Euskadi agora! nasci em Barakaldo, poxa! Sempre quis me vingar dela por causa disso! Discuti com o Zigor, chamei ele de paneleiro, lambe-botas dos Bengoetxea e ele me expulsou de Euskadi! Tudo o que me restou foi essa armadura velha da Cantábria! Todo mundo que usa ela é condenado a ficar como um fantasma até morrer! Não consigo fazer nada com ela!

— Por quê?

— Esse é o destino dos Interventores da Cantábria: proteger a Ordem no mundo astral. Pra isso, tem que virar fantasma e esquecer que já teve vida normal um dia! É pior que morrer! O único que pensou em mim foi o cara da Catalunha! Ele falou que me ajudaria se eu tivesse as Cartas, pois ele já tinha o poder da Torre com ele… Pode? A Torre é o maior inimigo da Ordem, mas fazer o quê? Quem mandou o Zigor cheirar a bunda dos Bengoetxea primeiro? Aquela Gotzone deve ter dado pra ele pra ficar com aquela armadura, só pode…

— Pois então, eu vou acabar com o seu sofrimento! — Sakura fez um movimento simples com as mãos e cortou a cabeça do interventor. A armadura da cantábria se desmontou do corpo dele e remontou de novo no ar. Depois, ela brilhou em vermelho e desapareceu num rastro de luz.

— Sakura, qual a situação? — perguntou Bea. — Eu vi a armadura da Ordem voando no ar! O que tá acontecendo? Sakura? Sakura?

A jovem médica não respondeu. Ela fechou os olhos e a caverna explodiu num redemoinho de água e ar, com pedra voando para todo lado. Os soldados do ministério tentaram se defender. A mãe de Chitatsu levantou-se no ar, flutuando acima do solo. Os soldados de branco se assustaram.

— Sakura… — disse Kero, lamentando-se por dentro.

Ela bateu as asas e voou velozmente no ar.

Continua…