Twilight in Titanic

Capítulo 1


10 de abril de 1912, 11 horas da manhã

Esme, Charles e a mãe dela chegaram ao porto de Southampton pouco antes da hora em que o Titanic iria zarpar.

— Falei para não demorar tanto para se arrumar – reclama Charles com a noiva.

Esme fica admirada ao ver o tamanho do navio, esse transatlântico é maior do que aquele em que vieram para a Europa:

— Uau! – ela não pode conter seu fascínio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— É mesmo. É o maior navio que já foi construído pelas mãos humanas, uma verdadeira cidade flutuante. Vamos entrar, não podemos demorar mais.

Um criado ajuda Esme e sua mãe a descerem do carro. A entrada para a terceira classe está em tumulto, mas a rampa para a primeira está tudo tranquilo sem atropelo nenhum.

O som da buzina do imenso navio ressoa e o barulho é quase ensurdecedor, parece um enorme caminhão ou um trem vindo em sua direção. O Titanic está avisando que falta pouco para partir:

— Depressa, senão não vamos subir a tempo! – comanda o Sr. Evenson.

— Estou indo o mais depressa que posso – diz a mãe de Esme, Katherine.

Esme dá o braço para a mãe e a ajuda a subir a bordo do navio. Charles deveria fazer isso não ela, mas ele não é assim. Quer tudo na hora que deseja, mas não faz nada.

‘Que egoísta! Só pensa nele.’ reflete Esme. ‘Olha só com quem fui obrigada a me casar. Tantos homens no mundo, papai foi escolher bem esse antes de morrer! Oh que infeliz eu sou! Se ele visse meu sofrimento talvez permitisse desfazer o noivado. Se ele estivesse aqui não iria permitir que sua filhinha fosse maltratada desse jeito’.

Infelizmente Carlos, assim se chamava o pai de Esme, faleceu ante que Charles mostrasse sua verdadeira face ou talvez ele estivesse apenas esperando ser o único homem da família para poder mandar e se revelar a verdadeira personalidade autoritária que quer tudo do jeito dele quando ele quer.

Antes mesmo de procurar a cabine, Esme procura um lugar na balaustrada para acenar enquanto o navio deixa o cais.

— Ah, não tem nenhuma cerimônia de despedida? – ela lamenta.

— Parece um mau presságio – comenta Katherine.

— Que é isso, minha sogra?! Esse navio é ‘inafundável’, uma obra-prima da construção naval – Charles se orgulha porque a fábrica de sua família forneceu os ferros para a construção da embarcação, então o Titanic é um pouco seu também.

— Suas malas já estão na sua cabine Sr. – anuncia o criado.

Charles nem agradeceu, mas Esme acenou como gratidão para o empregado.

— Muito obrigada!

O rapaz fez uma reverência e vai embora.

— Eles irão nos saudar mais tarde quando sairmos de Queenstown e partirmos para navegar em mar aberto – explica Charles com ar superior como se estivesse fazendo um favor meio a contragosto, mas as mulheres parecem nem perceber ou fingem que não notar e ficam gratas pela satisfação de sua curiosidade.

Não demora e ouvem a trombeta que anunciava o almoço então entram no salão.

...XXX...