A Escolha Foi Sua

fuga / dia no Rio...


Eu corria, torcendo para que Edward não desse pela minha falta logo. As escadas pareciam não ter fim, e a porta de saída do aeroporto parecia não chegar nunca.

Minhas pernas não conseguiam ir mais rápido, por mais que eu tentasse.

Parei, ofegante, quando cheguei á saída. Avistei um ônibus parado, corri mais um pouco, e peguei o dinheiro que tinha para pagar a passagem. Cumprimentei o cobrador com um aceno de cabeça, qualquer coisa que eu falasse ele não entenderia mesmo.

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Desci vários pontos depois, estava sol na cidade, Edward não poderia me procurar, pelo menos não durante o dia. Me sentei em um banquinho da praça, olhava as crianças correndo pelo parque, brincando umas com as outras, todas felizes, sorrindo.

Uma menina, cabelos loiros, cacheados que iam até seus ombros, os olhos azuis claros, veio correndo e sorrindo em minha direção, me entregou uma flor, e falou algo que eu não consegui entender. Sua mãe veio e a repreendeu, pelo menos era o que parecia pelo tom de voz. Sorri para as duas, sem poder dizer nada.

Me levantei, e comecei a vagar pelas ruas, a cidade era realmente muito linda, e pelo visto, meu bebê concordava, ficou calmo o tempo todo. Estava escurecendo, eu precisava achar algum lugar para ficar, não tenho muito dinheiro, mas não posso ficar nas ruas durante a noite, Edward pode ainda estar por aqui, me procurando.

Avistei uma placa, escrita em inglês a tradução da palavra em português. Entrei lá mesmo, pedi um quarto, que por sorte, não era caro. Ficaria somente uma noite ali, amanhã eu teria que achar uma maneira de ir para outro lugar, Inglaterra, talvez.

Me deitei, a saudade me invadindo, acompanhada de uma tristeza imensa. Meu cutucador reclamou, me chutando novamente quando eu derramava minhas lágrimas, e soluçava sem parar.

-Me desculpa, mas eu não posso evitar. – Falei para ele, entre meus soluços. Me encolhi em uma bola, abraçando meus joelhos. Foi assim que adormeci.

...

Não faço idéia de que horas eram, acordei, um pouco mais calma depois de uma noite tanto quanto tranqüila, e sonhar em como será meu cutucador. Tomei um banho, e me lembrei que eu não trouxe outra roupa. Respirei fundo, sai da ducha, e tive que vestir a mesma roupa que usava antes.

Desci as escadas, estava sem fome alguma. Fechei minha conta no hotel, e sai, atrás de alguma loja em que eu pudesse comprar peças de roupas. Uma loja, até que ajeitada ficava perto dali. Entrei, e uma mulher veio falar comigo. Tentava responder em meu péssimo espanhol, algumas coisas ela conseguiu entender. Comprei pouca coisa, não tinha muito dinheiro.

Comi um salgado qualquer em uma lanchonete que encontrei no caminho para a um banco. Não tenho dinheiro o suficiente para pagar uma passagem de avião, e não se tem como ir para a Inglaterra de ônibus.

-Senhora. – senti uma mão em meu ombro, e uma voz aveludada me chamando. Olhei para trás, vendo um garoto, que me olhava com um pouco de dúvida.

-Sim. – lhe respondi. Ele tinha algumas características de vampiros, mas era visível que ele era humano. Fiquei o fitando, tentando entender o que ele era.

-Acho que é seu. – Estendeu sua mão, onde se encontrava o pingente que Edward havia me dado. Fitei o pingente por um instante, até que me lembrei de pega-lo da mão do garoto.

-Nahuel, venha. – Ouvi alguém gritando, e o garoto se virou ao som de sua voz.

-Estou indo. – ele gritou de volta. –Até mais. – se despediu, e foi, calmamente andando até uma mulher, com cabelos compridos e negros. Ela me fitou, um pouco surpresa, mas voltou a andar.

-Nahuel. – silabei, para mim mesma o nome do garoto. Era como se ele fosse vampiro, mas não exatamente, algumas de suas características eram humanas. A não ser que...

Ele pode ser como meu bebê, metade humano e metade vampiro. Pode ser filho de uma humana. Tentei alcança-los, mas não consegui, já estavam longe o suficiente para que também não me ouvissem.

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Cheguei ao banco, olhei minha conta, vazia. Suspirei, peguei meu telefone, e liguei para Renee. Odeio ter que lhe pedir dinheiro, mas foi a saída que encontrei. Ela atendeu no terceiro toque, combinamos que ela mandaria U$ 500,00. Daria para mim pagar a passagem, e me hospedar em um hotel por um tempo, pelo menos até eu conseguir um emprego por lá, ou coisa assim.

O dinheiro só chegaria amanhã, teria que abrir uma conta em um novo hotel. Respirei fundo, e voltei a andar pelas ruas do Rio de Janeiro. Trombei em algumas pessoas, que reclamavam. Observei o mar, e decidi subir até o pé do cristo.

Comecei a subir, a vista linda. Demorei um pouco, mas cheguei onde queria. Realmente, agora eu entendi o por que do Rio ser considerada uma das cidades mais belas do planeta. É tudo muito lindo, trás uma certa paz para nós. Eu sei, tem muitos assaltos, mas ainda assim, a paz daqui é imensa.

Falando em assaltos, está começando o pôr-do-sol é melhor eu ir procurar um lugar para ficar. Desci, abandonando aquela vista linda, e prometendo a mim mesma, que voltaria aqui depois, com meu filho.

...

Demorei um pouco, mas encontrei um lugar que me parecia bom. Paguei uma noite, peguei as chaves do meu quarto, e subi. Tomei um banho novamente, agora colocando roupas limpas.

Me deitei, e apaguei, logo em seguida...