Diário de um Poeta

Capítulo 14 - Dia 119


Não consigo dormir, tá difícil. Tomei uma surra, meu corpo quer descansar, mas minha cabeça não para.
O jeito é escrever pra ver se sara.


Nesse vis-à-vis da vida
A onda puxa pra dentro
A corda puxa pra fora
Ou você solta
Ou acaba se afogando


Se vai mais um
É zero
Um a mais um a menos
Como os dias passam
Os manos morrem

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Mas os ratos de verdade
Esses estão soltos
Tomam conta da ratoeira
Como a raposa
Do galinheiro


Mas você precisa de alguém
Não dá pra ficar sozinho
A solidão mata
Mais do que a faca
Mais do que a fome


É melhor ir com a onda
Melhor continuar
Do que ir
Olhar nos olhos da morte
E ainda assim
Continuar